Equilíbrio

Recordando o nosso dever de sustentação do corpo e do espírito, atendamos à harmonia por base de segurança.

Nem mesa lauta.

Nem prato vazio.

Nem excesso.

Nem carência.

Nem vigília demasiada.

Nem repouso constante.

Nem prodigalidade.

Nem sovinice.

É preciso evitar o desvario da fartura, para que o abuso não nos entenebreça a razão, tanto quanto abolir as tentações da miséria que nos induziriam ao furto.

Não nos concede o Senhor um corpo entre os homens para menosprezá-lo à feição do lavrador preguiçoso que abandona o arado à ferrugem, nem nos confere na Terra o estágio da encarnação por escola do espírito, para que o convertamos em curso intensivo de anestesia da consciência.

Auxiliar o corpo, para que o corpo expresse a alma, e iluminar a alma, para que a alma o renove e santifique, é o caminho do equilíbrio indispensável à evolução.

Assim, se te decides a cultivar algum cilício, no propósito de estender as próprias virtudes, não te imobilizes nos pensamentos inúteis, mas sim verte o próprio suor nas obras da bondade, amparando os enfermos que as dores desfiguram, fabricando o agasalho aos que choram de frio, socorrendo o infortúnio em treva e desespero ou calejando as mãos no auxílio à terra seca. Porque no sacrifício de nossa segurança no amparo ativo aos outros é que surpreenderemos o trabalho do bem, que ninguém nos pediu e que ninguém nos paga, por resplendente luz a clarear-nos sempre a rota para o Alto, em plena exaltação do verdadeiro amor.

 

(Do livro Fé, Paz e Amor – F.C.Xavier / Emmanuel – edição GEEM)