Questão de Valor

Ninguém pode alegar insignificância ou desvalia para fugir aos deveres que lhe competem na obra de elevação do mundo.

A pedra quase impermeável serve aos alicerces.

A areia áspera é vultoso elemento na construção.

O remédio amargo é instrumento de cura.

O mal de agora pode ser simplesmente um véu de sombra, ocultando o bem de amanhã.

Há pessoas que se confessam inaptas para qualquer serviço do Evangelho; entretanto isso acontece porque vivem esquecidas de que a Direção da Vida, entre os filhos da fé, não pertence à vontade humana.

O bloco de mármore, perdido no matagal, é simples calhau sem valor, mas, nas mãos do artista, é a fonte de que sairá a obra-prima.

Uma enxada ao abandono é traste inútil, entretanto nos braços do bom lavrador é precioso instrumento na garantia do pão.

O pântano, em si, é pestilência e ruína, contudo, se recebe a assistência do pomicultor, dá lugar a vegetais que enriquecem a vida.

Um fio de cobre, perdido na via pública, é resíduo destinado à lata de lixo, mas, se for ligado entre a usina e a lâmpada, é o condutor imponente da luz e da energia que sustentam o progresso.

Se contamos exclusivamente conosco, na realidade, somos meros átomos pensantes; todavia, se aceitamos a direção de Jesus para a nossa vida, cada experiência ser-nos-á indubitavelmente rica de bênçãos do Divino Mestre.

Pelo nosso passado, somos simples sombras, mas se o nosso presente procura imantar-se com o Cristo, nossa bússola indicará os horizontes da verdadeira luz em nosso favor.

Não te consideres tão somente pelo que és. Vejamo-nos em companhia do Cristo, para que o Senhor esteja em nós.

O zero à esquerda do número será sempre nada, mas, à direita do algarismo, é valor substancial em ascensão crescente para o Infinito.

Lembremo-nos de que Jesus é a Divina Unidade e situemos nossa existência à direita do Nosso Senhor e Mestre.

 

(Do livro Levantar e Seguir – F.C.Xavier/ Emmanuel – edição GEEM)