Revista Comunicação #204 – Dezembro 2013

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Editorial

Caro leitor.

Desde os tempos do fundador do GEEM, Rolando Ramacciotti, por inspiração de Chico Xavier, o GEEM está presente no Natal com uma mensagem da Espiritualidade, enriquecida com alguma notícia que nos reporte a Jesus, o Mestre de nossas vidas.

A preparação deste trabalho, sempre ocorre no início da primavera.

Mas, desta vez, pouco inspirado, talvez pelo frio dos primeiros dias da estação das cores e luzes, e também pela pletora de trabalhos na abençoada casa que Chico e Rolando nos legaram, consegui, de início, apenas pensar em colocar nesta edição natalina do Comunicação a mensagem Alegria, de sublimado estro, que Meimei escreveu pelo lápis do querido médium.

Mas, faltava ainda muita coisa e a inspiração não chegava. Pedi, supliquei e nada. Cheguei mesmo a reclamar aos espíritos amigos:

— Por que vocês não nos ajudam? O tempo passa e dezembro está chegando.

A resposta não demorou. Valeu a pena blasfemar…

No início de outubro, uma de nossas companheiras da área editorial apresentou-me um trabalho, ponderando:

— Caio, escrevi alguma coisa bem simples sobre Chico Xavier. Você dá uma olhada?

Gostei muito. Um texto bem escrito, abordando a vida de Francisco Cândido Xavier com rara felicidade, tendo tudo a ver com nosso saudoso amigo.

Lendo-o, voltei aos momentos da saudosa convivência com a alma abnegada, que nos iluminou com sua presença no segundo e também no terceiro milênio do longo e doloroso processo evolutivo da Terra.

E pensei:

— É a resposta do Alto. Falar do Chico no Natal é reverenciar o Dia do Senhor, com a vida de lutas e de exemplos de um de seus discípulos que, durante todo um século, somente fez o bem.

Enxugou lágrimas, mesmo chorando muito, e, a cada alma sofrida que o procurava, sempre que possível, ofertava uma rosavermelha, suplicando a Isabel de Aragão que inspirasse, em nome de Jesus, aquelas pessoas que o procuravam, envoltas em profundo desespero.

Recordo-me que, certa vez, em lágrimas Chico me disse:

— Como dói ver essa gente boa sofrer! Que, com este texto em sua homenagem, que publicamos em reverência a Jesus, o inesquecível amigo com quem tanto aprendi, receba o nosso carinho de sempre e nossa eterna gratidão.

 

São Bernardo do Campo, Natal de 2013.

Caio Ramacciotti
GEEM – Grupo Espírita Emmanuel

O Filho de D. Maria

Naqueles tempos, havia uma pequena cidade no interior do Brasil, que chamava a atenção dos viajantes pela beleza dos campos, das flores e das aves, sobretudo das garças, que, de tão numerosas, transformavam o cenário bucólico em expressiva obra de arte.

E foi nesse vilarejo simples e belo, que, há muitos anos atrás nasceu Chico, o oitavo filho de D. Maria e do Sr. João.

A vida já não era fácil naqueles tempos, e, já aos 5 anos, o pequeno Chico conhece estranha educadora, que o acompanharia ao longo de sua vida, talhando o jovem para as lides futuras. Era a dor batendo à sua porta.

Morre D. Maria, e o pobre pai, sem condições de manter o Lar, vê-se na difícil situação de separar os filhos, para que pudessem receber os cuidados necessários de amigos e parentes.

Chico foi morar com sua madrinha, criatura transtornada e doente, que tornou a vida do menino um suplício. Nessa época, ele conheceu a vara de marmelo, as garfadas na barriga, a fome constante e humilhações sem fim.

Fato curioso ocorreu nessa época. Buscando fugir das tormentas na casa da madrinha, o pequeno se refugiava no jardim e, em preces constantes, pedia a Deus que o ajudasse.

Numa destas ocasiões, ele vê, pela primeira vez, o espírito de sua mãe. D. Maria o reconforta e aconselha para que fosse sempre obediente e humilde e tivesse paciência, pois em breve um ‘anjo bom’ viria socorrê-lo.

Algum tempo depois, Sr. João casa-se novamente e, para alegria de Chico, a primeira providência da madrasta foi trazer as crianças para morar com eles e reunir novamente os irmãos.

As dificuldades financeiras eram grandes, mas o carinho e a bondade da nova mãezinha, D. Cidália, transformaram aqueles tempos em lembranças felizes.

Chico sempre foi muito religioso. Fazia suas preces, ia à missa, comungava, participava das procissões, mas continuava vendo e conversando com o espírito de sua mãe.

O menino Chico crescia, e a mediunidade também. Por volta dos 10 anos ele já via e ouvia outros espíritos e ficava longas horas conversando com eles durante as madrugadas.

Certamente, isso lhe trouxe problemas, porque ninguém acreditava nele e alguns até imaginavam que o pobre ‘não estivesse bem da cabeça’. A madrasta, o seu ‘anjo bom’, o tranquilizava e orientava a confiar sempre em Deus.

Além dos estudos que realizava no período da manhã, Chico também trabalhava. Começou aos 10 anos numa fábrica de tecidos e, quando concluiu o curso primário, passou a trabalhar em tempo integral na venda de seu padrinho.

E a vida prosseguia com novas responsabilidades…

Quando contava 17 anos, uma de suas irmãs adoeceu, e foi chamado um casal espírita para ajudar a socorrê-la, já que o problema era de ordem espiritual. Realizou-se, assim, a primeira reunião espírita na casa da família Xavier.

Nesta noite, o espírito de D. Maria se manifesta e pede ao filho que comece a estudar O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, porque em breve a bondade Divina lhe mostraria seus novos caminhos.

E assim foi…

Logo depois, Chico e o irmão José Cândido fundam o Centro Espírita Luiz Gonzaga e, sob a inspiração de sua mãe, iniciam as tarefas doutrinárias e evangélicas. A mediunidade de Chico desenvolvia-se cada vez mais, pura e cristalina.

Quando D. Cidália faleceu foi o jovem Chico, ainda com 17 anos, que tomou para si a responsabilidade de cuidar dos irmãos, para que não fossem novamente separados e levados a lares desconhecidos.

Os anos se seguiam repletos de trabalho, muita luta, paciência e humildade.

Até que numa tarde, próximo a um açude, enquanto Chico fazia suas orações, amparado pela sombra das árvores, recebeu inesquecível visita, que transformaria sua vida por completo.

Um espírito enérgico, mas simpático e bondoso, aproximou-se do jovem Chico, agora com 21 anos, e, após longa conversa, o convidou para trabalhar na mediunidade com o Evangelho de Jesus. Ele seria sempre amparado pela Espiritualidade Superior, mas teria que trabalhar, estudar e esforçar-se no bem.

Esse foi o primeiro encontro de Chico com seu protetor espiritual, Emmanuel, que o acompanharia ao longo de sua última existência, orientando o trabalho do médium.

Disciplina foi sempre uma constante em seu apostolado.

Após o trabalho como datilógrafo, que exerceu até aposentar-se no serviço público, Chico se ocupava em visitas aos enfermos, atendimento aos necessitados, comparecia às reuniões no Centro Espírita e, à noite, dedicava- se ao trabalho de recepção das mensagens e livros elaborados por Benfeitores Espirituais.

Iniciou-se, então, gigantesca tarefa de intercâmbio entre o Céu e a Terra, na qual Chico, com sua extraordinária capacidade de sintonia com centenas de mensageiros espirituais, foi instrumento para gerar obras de elevada concepção moral e educativa.

A mensagem espírita-cristã da Imortalidade veio dilatar o entendimento dos ensinamentos evangélicos e iluminar os corações em sofrimento, trazendo paz e reconforto.

Nunca aceitou para si qualquer oferta material pelo trabalho efetuado, doando aos mais necessitados as lembranças e presentes que recebia. Todos os direitos autorais dos livros que psicografou foram doados a editoras e casas assistenciais.

Foram 92 anos de doação ininterrupta!

Espírito humilde e generoso, exemplo de renúncia e dedicação, Chico literalmente viveu o Evangelho.

Distribuiu amor e verdade, paz e alegria por onde andou, deixando-nos a coragem precisa para reavaliarmos valores, sentimentos e hábitos.

Que Jesus ilumine e abençoe sempre essa alma querida em todo o seu esplendor.

Esta é a história do menino Chico, que se tornou tão grande que iluminou o mundo, assim como o outro filho de Maria, que o inspirou sempre e que vela por nós há mais de dois mil anos.

 

Cristina Modé

Alegria

Alegria é o cântico das horas com que Deus te afaga a passagem no mundo. Em toda parte, desabrocham flores por sorrisos da natureza e o vento penteia a cabeleira do campo com música de ninar.

A água da fonte é carinho liquefeito no coração da terra, e o próprio grão de areia, inundado de sol, é mensagem de alegria a falar-te do chão.

Não permitas, assim, que a tua dificuldade se faça tristeza entorpecente nos outros.

Ainda mesmo que tudo pareça conspirar contra a felicidade que esperas, ergue os olhos para a face risonha da vida que te rodeia e alimenta a alegria por onde passes.

Abençoa e auxilia sempre, mesmo por entre lágrimas.

A rosa oferece perfume sobre a garra do espinho, e a alvorada aguarda, generosa, que a noite cesse para renovar-se diariamente, em festa de amor e luz.

 

Meimei
(Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier.
Do livro Ideal Espírita – edição CEC.)

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– Livros e Revista Comunicação®
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– Rádio Morada do Sol Araraquara-SP – (AM-640khz)

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