Revista Comunicação #215 – Janeiro/Março 2016

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A Palavra de Emmanuel

(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos.)

Seguindo Adiante

Por mais se te fale de calamidades e crises, não permitas que o desânimo te alugue o coração para os comícios da rebeldia.

Investir os valores do tempo em palavras de pessimismo é o mesmo que injetar venenoso entorpecente no espírito de quem ouve.

Somos todos na Terra criaturas em crescimento espiritual, dentro da perenidade da vida.

De quantas experiências precisou o homem para alcançar determinadas realizações do progresso exterior? Quantas esperanças frustradas e quantas existências desfeitas, para que a indústria seja hoje o grande facilitário do trabalho, para que a mente humana aprenda a raciocinar?

Efetivamente, observas pelos olhos da imprensa escrita e radiotelevisada as imensas lutas que se desenrolam de povo a povo.
Dramatizam-se delitos, patenteia-se o recrudescimento da crueldade que transparece do comportamento das criaturas, especialmente daquelas a quem o abuso dos tóxicos desfigurou o pensamento.
Multiplicam-se os processos da delinquência, vaticinam-se desastres, mas raros são aqueles que anotam:
― o progresso constante das ciências psicológicas, curando a loucura e salvando vidas;
― o trabalho indescritível dos que combatem o emprego inadequado dos alucinógenos;
― o esforço gigantesco de quantos se empenham a cercear a violência e destacar a presença da Divina Sabedoria, conservando a Terra por nave prodigiosa, evoluindo em rumo certo.

Haja o que houver, trabalha na edificação do bem e segue adiante.

Reflete na semente, vencendo os obstáculos do solo para desabrochar com a finalidade de servir.
Medita na árvore podada, melhorando a produção que lhe é própria.

Dor, na maioria das vezes, é o tributo que se paga ao aperfeiçoamento espiritual.

Problema é desafio indispensável ao aprimoramento do raciocínio.

Dificuldade mede eficiência.

Ofensa avalia a compreensão.

A própria morte é nova forma de vida.

Por mais te requisitem a presença na retaguarda, presta à retaguarda o auxílio que se te faça possível, mas segue para a frente.

Não descreias do bem. O mal é sempre desequilíbrio, e todo desequilíbrio reclama reajuste.

Ainda mesmo que te encontres em tamanho labirinto, e que a vida te pareça extensa noite, recorda que as estrelas reinam sobre as trevas e que, por mais espessas se mostrem as sombras noturnas, determinam as Leis de Deus que amanhã seja novo dia.

 

(Do livro Inspiração – Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. Edição GEEM)

Os que vivem no céu

O escritor africano de Moçambique Mia Couto, inspirado, criou a bela e profunda expressão:

— No charco onde a noite se espelha, o sapo acredita voar entre as estrelas. (1)

Esse genial pensamento reflete com absoluta nitidez a realidade dos que vivemos na Terra, ainda distantes das luzes espirituais.

Em nossa condição de incipientes mortais, longe da compreensão maior da mensagem de Jesus, conseguimos ver apenas pálidos reflexos do Céu, imaginando que estamos próximos das belezas celestiais.

Qual o sapo de Mia Couto, cremos voar entre as estrelas, quando tão somente temos acesso a nesgas do firmamento, graças à bondade de nossos Benfeitores.

Esses sim, criaturas abençoadas na luta áspera a que se lançaram por séculos a fio, respiram a autêntica atmosfera de paz e harmonia, ao contemplar o encanto dos páramos elevados em que vivem.

Mas, reconheçamos, lutaram muito até galgarem posições tão sublimes…

São, no geral, espíritos anônimos para nós que percorreram reencarnações de plena dedicação ao Mestre. Alguns, entretanto, conhecemos, desde a passagem do meigo nazareno pelos jardins verdejantes da Galileia.

Deixaram-nos exemplos de dor e sublimação, como fez Maria Madalena, socorrendo na geena de Jerusalém, próxima ao vale do Hinon, os leprosos segregados pela sociedade judaica. Essa abnegada discípula do Mestre, pela intensa convivência com os enfermos de que cuidava, passou a apresentar as mazelas da mesma malsinada moléstia em seus derradeiros momentos de permanência na Terra.

Pesados sofrimentos também envolveram Joana de Cusa, que, em Roma, arrostou, amarrada a uma cruz, o ódio incontido que se respirava na cidade, à época dos primeiros césares. Seu crime, barbaramente punido, foi seguir as sendas de amor desenhadas pelo Messias.

Também os apóstolos, após a ascensão de Jesus, colheram os frutos amargos de sua adesão à simples mensagem de paz e esperança que ouviram do Divino Amigo.

Todos, à exceção de João, foram supliciados, a principiar por Tiago Maior em 44 de nossa era, decapitado por ordem de Herodes Agripa. Os onze apóstolos foram contemplados, no final de sua existência, com a morte dolorosa e brutal por pregarem o bem.

Mesmo Judas, que se suicidou no Aceldama, o Campo de Sangue, que a tradição diz ter ele adquirido com as trinta moedas, percorreu, com estrênua dedicação, numerosas existências de padecimentos atrozes, tendo na última reencarnação o corpo queimado pela fogueira alimentada por verdugos impiedosos no longínquo século XV.

João, apesar de sofrimentos e incompreensões, teve sua vida preservada, quem sabe, para cuidar de Maria, em Éfeso, atendendo a pedido do Mestre naqueles momentos finais em que se despedia, pregado à cruz, da Humanidade.

Além dos apóstolos, envolveríamos em inacabáveis citações criaturas que escolheram bem antes de nós o bom caminho.

No seio de nossa abençoada doutrina, recordamos o Codificador, que nos materializou o Consolador Prometido, e Francisco Cândido Xavier, que exemplificou a obra de Kardec vivendo, tão longevo quanto João Evangelista, por décadas, sempre atento em apontar-nos as veredas de luz de nossa caminhada na Terra.

A seu respeito, uma das mais comoventes ponderações é de Clóvis Tavares, que assim se expressou:

Uma imagem permanece, luminosa e bela, pairando sobre dores e sombras deste mundo perecível. Não a envolvem galas, nem lauréis, nem honrarias humanas. É simples e humilde como Aquele Rei Coroado de Espinhos, que é o Senhor de seu coração.

A doce imagem do medianeiro de tantas bênçãos, deste outro apóstolo de pés sangrentos, está indissoluvelmente unida aos corações sublimes que palpitam nos Altos Cimos.

Endereçar-lhe uma palavra de gratidão seria tentar igualmente traduzir o intraduzível…

Que Deus abençoe a alma santa e boa de Chico Xavier! (2)

Neste início de jornada, quando se nos apresentam novas oportunidades de trabalho e redenção, ao nascer o ano de 2016, reflitamos sobre essas abnegadas criaturas e tantas outras que marcaram com um singular traço de luz sua passagem entre nós.

Não nos esqueçamos da obra de Kardec e de Chico Xavier. São sagrado repositório de lições de que não nos podemos afastar.

Não devemos permitir que seus exemplos e as recordações de suas vidas se esmaeçam com o passar do tempo, pois sintetizam para nós os mais acendrados princípios dos ensinamentos do filho do humilde carpinteiro de Nazaré.

 

Caio Ramacciotti

1) Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (Edição Companhia das Letras).
2) Trinta Anos com Chico Xavier – IDE.

Excursão Curativa

Dizes-te triste e sem forças,
Em desânimo profundo,
Por bagatelas do mundo
Que somam inquietação!…
Sofreste vários reveses…
No tédio que te procura,
Trazes farpas de amargura
Gravadas no coração.

Deixa, porém, alma boa,
O fel que te desconsola,
Vem conosco à grande escola
Do amor unido a Jesus!…
Lerás, ao vivo, ainda hoje,
As laudas do desengano
Nas mágoas do hanseniano,
No cego que vai sem luz…

Sigamos. Neste barraco,
Pobre mulher se consome,
Deu aos filhinhos com fome
O pão que o lixo lhe deu…
Contempla os filhos que dormem,
E, ouvindo o clamor do vento,
Relembra, com desalento,
O esposo que faleceu!…

Mais adiante, eis um telheiro…
Sem que a penúria lhe importe,
Um velhinho aguarda a morte
Com sede, chamando alguém!…
Olha em vão a porta aberta,
Quer água fria do poço,
Chora, ao pensar que foi moço…
Não aparece ninguém!…

Visitemos os que moram
Sob pontes desprezadas,
Nota, ao longe, nas estradas
Doentes vagando ao léu!…
Alguns caem no caminho,
No mal-estar que os alcança,
Morrendo sem esperança,
Embora fitando o Céu!…

Alma querida, recorda
Os que vão de alma ferida,
São, entre as pedras da vida,
Nossos irmãos, teus e meus!…
De volta ao teu lar feliz,
Que de flores se entretece,
Dirás, bendizendo em prece:
— Muito obrigada, meu Deus!…

 

Maria Dolores
(Estrelas no Chão – Francisco Cândido Xavier/Espíritos diversos. Edição GEEM)

Notícias

1) O periódico Medicina, do Conselho Federal de Medicina, em sua edição de setembro de 2015, divulga sob o título de “Setembro Amarelo” oportuno editorial, destacando o apoio da entidade ao movimento Setembro Amarelo, liderado pela Associação Brasileira de Psiquiatria, que já considera o suicídio problema de saúde pública. Lembra-nos o jornal que no Brasil morrem por ano 12 mil pessoas por suicídio, e que ao menos 50 mil tentam tirar a própria vida.

Nesse sentido o GEEM lançou há dois anos uma edição especial da revista Comunicação sobre o suicídio, que com suas reedições alcança já os 100 mil exemplares, destacando na ótica espírita a absoluta necessidade de esclarecimento às criaturas que desistem de viver e procuram ceifar a própria vida.

Há na citada edição, além de ponderações de Emmanuel e de Cornélio Pires, o depoimento de uma jovem de 13 anos, que, pela psicografia do Chico, retorna do Plano Espiritual para conversar com os pais e provar que a morte não existe.

Solicite, caro leitor, exemplares da revista Comunicação sobre o Suicídio, na quantidade desejada. Com isso, as pessoas que se encontram à beira de cometer ato tão grave terão a oportunidade de compreender que a morte não existe. O suicida desperta no Plano Espiritual em grande sofrimento e, com a ajuda dos benfeitores, voltará à Terra em novas existências reparadoras.

2) Começamos 2016 com uma boa notícia para os leitores de Chico Xavier. No próximo dia 2 de abril, dia de seu aniversário, será lançado pelo GEEM no Centro Espírita Maria João de Deus, em São Bernardo do Campo, o livro Notáveis Casos de Chico Xavier, com a presença do autor, o médico Oswaldo de Castro, que conviveu com o médium por mais de quarenta anos. Contamos com sua presença.

3) O Centro de Estudos Chico Xavier, do GEEM, realizou, no dia 13 de dezembro passado, a reunião natalina juntamente com o encerramento das atividades do departamento Casimiro Cunha, que divulga a doutrina em Braille. Fica o convite aos deficientes visuais para que entrem em contato conosco, a fim de receberem nossas publicações em Braille no ano que se inicia.

4) O site www.noticiaespirita.com.br publicou em 3 de novembro de 2015 um suposto caso de reencarnação que está chamando a atenção no mundo: o pequeno Ian Hagedorn, que nasceu na cidade de Pensacola, na Flórida (EUA), e que teria sido o avô materno na vida passada.

Segundo um documentário apresentado pelo canal Discovery Channel, muitas pessoas, em todo o mundo, dizem ter flashes de memória de vidas regressas e, algumas, até teriam nascido com as “marcas da reencarnação”.

Remetemos o leitor ao site citado para maiores detalhes dessa interessante revelação.

Nossas Atividades

I – Departamento Editorial Batuíra

Divulgação da vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Livros e Revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha

Reuniões Espíritas:
– Centro Espírita Maria João de Deus
São Bernardo do Campo (2ªs e 6ªs às 20h)

Programa No Limiar do Amanhã (sábados às 19 horas)
– Rádio Morada do Sol São Paulo-SP – (AM-1260 khz)
– Rádio Morada do Sol Araraquara-SP – (AM-640khz)

II – Departamento Filantrópico Nosso Lar

Atendimento a famílias e gestantes:

Internet: www.geem.org.br
E-mail: geem@geem.org.br
Telefones: (11) 4109-7960 e (11) 4109-7122

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Diretor: Caio Ramacciotti
Jornalista Responsável: Mário Augusto R. Vilela
Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam

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