Revista Comunicação #218 – Julho 2016

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Editorial

Suicídio. Extrema agressão contra a vida.

Busquemos divulgar, sob a ótica de nossa Doutrina Espírita, que o suicídio significa terrível mergulho rumo de provas ainda maiores que as que nos visitam.

Neste número, apresentamos a opinião de Emmanuel e Cornélio Pires a respeito do suicídio.

É a visão de quem se encontra no outro lado da Vida. Têm esses Benfeitores visão mais abrangente que a nossa, limitada por nos encontrarmos na vida física. Cornélio, por exemplo, em cada estrofe dá um exemplo prático do que ocorre com quem atenta contra a própria existência.

Não olvidemos que o suicídio alcança elevados percentuais nos países do Mundo, índices que, no Brasil, têm-se elevado de maneira preocupante. O caso da jovem Fernanda, que apresentamos nesta edição, mostra-nos que a vida continua e que a morte não existe!

Meditemos sobre essa realidade!

 

Caio Ramacciotti
GEEM – Grupo Espírita Emmanuel
São Bernardo do Campo, julho de 2014

A Palavra de Emmanuel

(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos.)

Quase Suicida

Quase suicida.

Sentimos-te o passo, à beira do precipício. Caindo quase.

Entretanto, estamos aqui, buscando-te o coração para o reequilíbrio.

Ninguém te pode medir a dor, mas urge reconhecer que, por mais que soframos, há sempre alguém na travessia de obstáculos maiores.

Abandona a ideia que te induz à própria destruição e medita.

Ainda há sol bastante para ser esperado amanhã, tanto quanto surgiu hoje.

Nem todas as estradas se fecham de vez no trânsito da vida.

E, por mais anseies pelo fim, a morte é ilusão.

No trabalho e no repouso, na luz e na sombra, dentro do dia ou da noite, achamonos naquilo mesmo que fizemos de nós.

Não alargues, por isso, as feridas mentais que porventura carregues, acumulando cargas inúteis de aflição, porque, além da cela corpórea, de que pretendes afastar-te, reconhecer- te-ás, simplesmente com tudo aquilo que fizeres de ti.

Recorda: a sabedoria da vida, que regenera a erva mutilada, tem remédio igualmente para qualquer de nossas dores.

Ergue-te do vale conturbado das próprias emoções e larga para trás o nevoeiro da negação e da dúvida.

Segue adiante.

O trabalho salvador te espera o pensamento e as mãos.

Escuta. O gemido de um enfermo relegado ao desamparo ou o choro de uma criança sozinha te apontam aqueles que te aguardam a presença amiga, como sendo a de um anjo com o divino poder de auxiliar.

Avança mais um tanto.

A natureza materna conversará contigo pelo inarticulado da observação no silêncio. As árvores te falarão do prazer de ofertar os próprios frutos, e a semente, a renascer do claustro da terra, te dirá que não há morte.

E, quando a noite se te descobre ante a jornada, os astros refletidos em teu olhar proclamarão, por dentro de ti mesmo, que força alguma te poderá despojar da condição luminosa de criatura de Deus.

 

(Do livro Caminhos de Volta – Francisco Cândido Xavier / Espíritos diversos – Ed. GEEM)

Fernanda Luíza Batista dos Santos

03.06.1967 – Franca – SP
29.10.1980 – Franca – SP
GEEM

A jovem Fernanda Luíza Batista dos Santos nasceu em Franca, SP, a 3 de junho de 1967, aí desencarnando com 13 anos, no anoitecer de 29 de outubro de 1980, para amargura de seus pais, Mauro Baptista dos Santos e Maria Aparecida Gatez Santos e dos irmãos, Walter João, Anita e Aparecida Helena, da madrinha Glória, que reside com a família, e, por que não dizer, de toda Franca, que pranteou a partida de sua estrela meiga e bela.

Como testemunho de sua beleza e da eternidade da vida, numa homenagem póstuma à Franca que tanto a amou, de sua sepultura, segundo as palavras maternas, “mina uma água qual se fosse de fonte, e muita gente diz alcançar graças com ela…”.

A respeito da carta mediúnica da filha, recebida seis meses após a partida, a mãezinha, D. Maria Aparecida assim se expressou:

“A mensagem de minha filha ajudou-me a ter a certeza de que um dia nos encontraremos novamente, e este é o meu maior desejo. Vivo cada dia à espera de uma segunda mensagem, se o bom Deus permitir. Nosso amado Chico Xavier conseguiu reanimar toda a nossa família.”
Maria Aparecida Gatez Santos

Mensagem de Fernanda aos pais

Querida Mamãe Aparecida, abençoe a sua filha, perdoando-me o desequilíbrio a que me entreguei sem pensar na dor que lançava em meu próprio caminho.

Sou trazida até aqui pela vovó Maria Honorata porque, por mim própria, não conseguiria vir. (1)

Sei que alterei a família toda com a resolução infeliz.

Querida Mãezinha, você e o papai Mauro me perdoarão se procurei aquela arma propositadamente. Aproveitei o ruído daquele mesmo aparelho de som, que a sua bondade me deu com sacrifício, para liquidar comigo!

Ninguém conseguirá imaginar o sofrimento da infeliz menina que fui por minha própria conta! Nada sabia da vida, nem guardava experiência alguma. Entretanto, a ideia de me ausentar do mundo me obcecava…

Não pensei no sofrimento dos meus e nem avaliei quanto me queriam todos em casa. Um pequenino desgosto de criança rebelde e compliquei tanta gente…

Pobre Sam! Um amigo que nem podia tomar conhecimento de minha presença, e eu a dramatizar o inexistente! (2)

Querida Mãezinha, reconheço que aos pais não é preciso rogar desculpas, no entanto sinto-me de joelhos a lhes pedir para que me auxiliem, esquecendo-me o gesto alucinado…

Não sei de todo o que se passou…

Lia com interesse a tudo quanto se referisse aos casos de amor e paixão e, antes de me formar na fé, acreditei-me pessoa adulta, quando não passava da menina que se afundou voluntariamente num poço de lágrimas.

Tenho recebido o socorro de vários parentes, dentre os quais me sinto mais ligada à vovó Honorata, porque ainda não saí da posição de doente grave. Tenho o coração doendo e a cabeça ainda bastante desorientada. A senhora, meu pai, o Walter João e as irmãs compreenderão que não pode ser de outra maneira.

Não tenho palavras para descrever o meu arrependimento, no entanto deixaram-me escrever-lhes estas notícias, para que me alivie, desinibindo os meus sentimentos sufocados.

Rogo à Anita, à Aparecida Helena e à Glória para me perdoarem. Quando me lembrem, por favor, não me recordem como sendo o retrato de uma criança enlouquecida de arma na mão. Recordem-me nos momentos em que, despreocupada, não me intoxicara, ainda, com ideias de autodestruição.

Preciso refazer a minha própria imagem. A vó Luíza e a irmã Ana, que veio até a minha pobre presença a pedido de nosso Carlos, muito me amparam. (3)

Envergonho-me, porém, de receber tantas bênçãos, quando errei calculadamente, conquanto sem conhecimento antecipado do que fazia. Agradeço às nossas amizades que, até hoje, me reconfortam com orações.

A nossa benfeitora Maria Conceição de Barros,(4) a quem o seu carinho rogou por mim, estendeu-me as mãos, e um médico de nome Dr. Ulysses, também de Franca, se compadeceu de mim por intercessão dela.(5)

Como vê, não estou desvalida, porque a Infinita Bondade de Deus não nos abandona. Apenas ignoro como conseguirei rearticular o meu organismo agora dilapidado. A vovó Honorata me consola e busca reanimar-me.

Querida Mamãe Cida, perdoe-me e aceite-me por sua filha outra vez… Creia, Mamãe, só a cabeça perturbada e doente me faria agir contra mim própria e contra a felicidade dos que mais amo.

Não posso continuar, porque o pranto não escreve, e as lágrimas me asfixiam os pensamentos com que eu desejava formar as palavras de súplica à família toda, para que me recebam novamente no coração, tal qual fui antes de minha resolução infeliz. Deus nos proteja e me auxilie a retomar a tranquilidade que ainda não tenho.

O papai e todos os meus me perdoarão com o seu apoio de mãe, e eu lhe rogo, querida mamãe, para que o seu sorriso brilhe de novo para mim, a fim de que eu possa recomeçar a minha caminhada de esperança.

Perdoe-me e receba em seu colo a sua filha, que é hoje a sua criança doente.

Ensine-me outra vez a pronunciar o nome de Deus com a fé que o seu carinho me transmitiu; cante outra vez, para que tanta dor me permita dormir e receba muitos beijos de sua filha, ainda errada e sofrida, mas sempre sua filha do coração, por ser agora a mais necessitada de todas.

Sempre a sua,

Fernanda
Fernanda Luíza Batista dos Santos
25 de abril de 1981

Elucidações:

1) Maria Honorata – bisavó paterna, desencarnada em Franca, SP, nos idos de 1942.

2) Samuel – amigo de Fernanda. Ao retornar de Uberaba, logo após a recepção desta maravilhosa carta, Aparecida Helena, irmã de Fernanda, procurou Samuel, para saber de que modo a irmã o chamava. E Samuel lhe disse que Fernanda somente o chamava por Sam. A família e muito menos Chico Xavier tinham notícia disso. Aliás, Chico jamais ouvira falar de Samuel, como dos outros nomes citados na mensagem.

3) Fernanda se refere a familiares de José Carlos, marido de sua irmã Aparecida Helena:
– Luíza Croff Krempel – avó de Glória, madrinha de Fernanda, que reside com a família. Desencarnou em 1962.
– Ana Maria Araújo Arantes e José Carlos de Castro, a bisavó e o genitor de José Carlos, falecidos, respectivamente, em 1970 e 1960.

4) Maria Conceição de Barros – muito querida em Franca, foi morta, grávida, há quase meio século, e seu túmulo fica pertinho do de Fernanda.

5) Dr. Ulysses Paiva conceituado médico da cidade, desencarnado em 1919.

 

(Do livro Vida Nossa Vida – Francisco Cândido Xavier/Espíritos diversos – Ed. GEEM)

Suicídio

Suicídio, não pense nisso
Nem mesmo por brincadeira…
Um ato desses resulta
Na dor de uma vida inteira.

Por paixão, Quim afogou-se
Num poço de Guararema.
Renasceu em provação
Atolado no enfisema.

Matou-se com tiro certo
A menina Dilermanda.
Voltou em corpo doente,
Não fala, não vê, nem anda.

Pôs fogo nas próprias vestes
Dona Cesária da Estiva…
Está de novo na Terra
No corpo que é chaga viva.

Suicidou-se à formicida
Maricota da Trindade…
Voltou mas morreu de câncer
Aos quatro meses de idade.

Enforcou-se o Columbano
Para mostrar rebeldia…
De volta, trouxe a doença
Chamada paraplegia.

Queimou-se com gasolina
Dona Lilia Dagele.
Noutro corpo sofre sarna
Lembrando fogo na pele.

Tolera com paciência
Qualquer problema ou pesar.
Não adianta morrer,
Adianta é se melhorar.

 

Cornélio Pires
(Do livro Astronautas do Além – Francisco Cândido Xavier / Esp. Diversos – Ed. GEEM)

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