Revista Comunicação #219 – Outubro/Dezembro 2016

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A Palavra de Emmanuel

(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos.)

Jesus e Kardec

GEEM

Ante a Revelação Divina, assevera Jesus:
― Eu não vim destruir a Lei.
E reafirma Allan Kardec:
― Também o Espiritismo diz: não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.

Perante a grandeza da vida, exclama o Divino Mestre:
― Há muitas moradas na casa de meu Pai.
E Allan Kardec acentua:
― A casa do Pai é o Universo.
As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem aos Espíritos, que neles reencarnam, moradas correspondentes ao adiantamento que lhes é próprio.

Exalçando a Lei de Amor, que rege o destino de todas as criaturas, advertiu-nos o Senhor:
― Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
E Allan Kardec proclama:
― Fora da caridade não há salvação.

Destacando a necessidade de progresso para o conhecimento e para a virtude, recomenda o Cristo:
― Não oculteis a candeia sob o alqueire.
E Allan Kardec acrescenta:
― Para ser proveitosa, tem a fé que ser ativa; não deve entorpecer-se.

Encarecendo o imperativo do esforço próprio, sentencia o Senhor:
― Buscai e achareis.
E Allan Kardec dispõe:
― Ajuda a ti mesmo que o Céu te ajudará.

Salientando o impositivo da educação, disse o Excelso Orientador:
― Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celestial.
E Allan Kardec adiciona:
― Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as inclinações infelizes.

Enaltecendo o espírito de serviço, notificou o Eterno Amigo:
― Meu Pai trabalha até hoje, e eu trabalho também.
E Allan Kardec confirma:
― Se Deus houvesse isentado o homem do trabalho corpóreo, seus membros ter-se-iam atrofiado e, se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal.

Louvando a responsabilidade, ponderou o Senhor:
― Muito se pedirá a quem muito recebeu.
E Allan Kardec conclui:
― Aos espíritas muito será pedido, porque muito hão recebido.

Exaltando a filosofia da evolução, através das existências numerosas que nos aperfeiçoam o ser na reencarnação necessária, esclarece o Excelso Instrutor:
― Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo.
E Allan Kardec conclama:
― Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.

Consagrando a elevada missão da verdadeira ciência, avisa o Mestre dos Mestres:
― Conhecereis a verdade, e a verdade vos fará livres.
E Allan Kardec anuncia:
― Fé inabalável só é aquela que pode encarar a razão face a face.

Surge o Apóstolo da Codificação tão extremamente identificado com o Mestre Divino que os augustos mensageiros, que lhe supervisionam a obra, foram positivos nesta síntese que recolhemos da resposta à pergunta número 627, em O Livro dos Espíritos:
― Estamos incumbidos de preparar o Reino do Bem que Jesus anunciou.

Eis por que, ante o primeiro centenário das páginas basilares da Codificação, saudamos no Espiritismo – Chama da Fé Viva a resplender sobre o combustível da Filosofia e da Ciência – o Cristianismo Restaurado ou a Religião do Amor e da Sabedoria, que, partindo do Espírito Sublime de Nosso Senhor Jesus Cristo, encontrou em Allan Kardec o fiel refletor para a libertação e ascensão da Humanidade inteira.

 

Emmanuel

Do livro Trevo de Ideias
Francisco Cândido Xavier/Emmanuel
Edição GEEM

Olhai os pássaros do céu

• Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem. Acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; porquanto, onde está o vosso tesouro, aí está também o vosso coração.
• Olhai os pássaros do céu: não semeiam, não colhem, nada guardam em celeiros, mas vosso Pai celestial os alimenta.
• Observai como crescem os lírios do campo: não trabalham, nem fiam; entretanto eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles.
(Evangelho de Mateus)

Esta edição da revista Comunicação, para nós que habitamos o Hemisfério Sul, vem a lume na primavera, com suas formosas cores, campos virentes e dias e noites de idêntica duração, ao contrário do que ocorre no inverno e no verão.

Os tópicos do Evangelho que ora estudamos têm muito a ver com a estação das flores e dos pássaros, mesmo na região da Grande São Paulo, onde se localiza o GEEM, forrada de arranha-céus, de casas, com indústrias e comércio intercalados. Por aqui, além dos pardais e dos tico-ticos (em cujos ninhos o malandro chupim coloca seus ovos), os pássaros que nos acompanham, em maior frequência, são o sabiá e o bem-te-vi, cantores tão maviosos quanto o pássaro-preto do nosso Nordeste e o rouxinol, que extasia o mundo europeu.

Já ao fim das madrugadas, principia o canto do sabiá-laranjeira, com nuances baritonais e algum tom de melancolia, além do insistente trinado agudo do bem-te-vi, que ostenta, solene, singular faixa branca a lhe cingir a cabeça.

O Evangelho de Mateus, em excepcional texto poético, nos faz recordar esses pássaros e a bela natureza primaveril, destacando também a beleza dos lírios do campo.

A cada dia, sem que disso nos apercebamos, nesses meses iluminados pelo Sol, invariavelmente despertamos com as singelas dádivas do Criador que habitualmente ignoramos, envoltos nas apreensões do dia a dia.

Vou relatar uma situação pessoal que exemplifica o que afirmo.

Certa noite do distante 1977, cheguei a Uberaba para visitar Chico Xavier mais tarde que o habitual, em função de percalços presentes na longa viagem. Cansado, irritado, desabafei com ele todo o meu aborrecimento. Chico ouviu sorrindo e nada falou. Levou-me pelo braço até o pequeno jardim de sua casa, e, surpreso, vislumbrei o fascinante firmamento. Estávamos no inverno e Escorpião, sua constelação-símbolo, se destacava no céu límpido de Uberaba…

Contemplei-lhe a beleza, o sinuoso trajeto marcado por estrelas de brilho argênteo, à exceção de Antares, com sua luminosidade vermelha de astro envelhecido. Mais tranquilo, passei a descrever a cúpula celeste para o Chico, que me ouvia interessado, como se ignorasse o que lhe dizia!

A expressiva paisagem me levou a meditar sobre uma incontestada realidade: nada pagamos pelo deslumbramento a que nos leva a Natureza…

Retornamos, algum tempo depois, ao interior da casa e continuamos a conversar na sala onde de hábito nos reuníamos até o fim da madrugada, quando, apiedado do meu sono, Chico sugeriu-me que fosse dormir.

Passava das quatro…

Acordei às sete da manhã, com o alarido dos pardais prenunciando o novo dia e ouvindo a animada conversa de Chico com Dinorá. Enquanto tomávamos o gostoso café com leite, disse-lhe, meio sem jeito:

— Você tem razão, caro amigo.

Ele, curioso, me respondeu:

— O que foi que lhe falei, para que me desse razão?

Ao que ponderei:

— E você precisou falar?

Cheguei ontem à noite desgastado, mal humorado, e você me fez ver as belezas do céu resplendente. Despertei ouvindo sua voz e o trinado dos pequenos pardais, cheios de vida. De que mais precisamos?

O querido amigo aquiesceu com expressivo olhar e ofereceu-me uma fatia do bolo com que sempre me esperava e cuja particularidade gostava de exaltar.

— Caio, este bolo é feito sem açúcar!

Esses fatos simples que descrevo são dádivas de Deus que nos alentam ante as atribulações da vida.

Fascinado, no retorno a São Paulo, não esquecia nossas conversas da noite anterior, plenas de lições de vida e das profundas exposições sobre a Idade Média. Marcaram-me muito sua permanente reverência a Jesus e a famíliaridade com a história medieval da Península Ibérica, tão evidente que ouso imaginar ter ele por lá transitado.

São decorridas quase quatro décadas, e, em setembro passado, recebi no GEEM a visita de D. Francisca, com seus bem vividos 88 anos. Eu a conheci em torno de 1965, quando ela trabalhava na Casa Andrade, conhecida loja de eletrodomésticos vizinha ao Teatro Municipal de São Paulo. Seu proprietário era Itagy de Carvalho, abnegado espírita, homem bom, caridoso, muito próximo de Chico Xavier e amigo de meu pai.

Essa senhora perdera há décadas uma filha de vinte anos em grave acidente. Tão logo chegou ao hospital a que fora ela levada, recebeu a notícia de seu falecimento. Itagy, a seu lado, apiedou-se de seu infortúnio e telefonou ao Chico, relatando-lhe o ocorrido e, a pedido do médium, passou a ela a ligação. Francisca, às lágrimas e desesperada de dor, ouviu palavras de consolo:

— Francisca, não chore! Meimei recolheu sua querida filhinha, e ela está muito bem.
E a tranquilizou de todas as maneiras possíveis, mantendo com essa mãe em sofrimento frequentes contatos.

Após relatar com emoção suas conversas com o Chico, mostrando uma foto antiga em que estavam juntos, D. Francisca me falou, muito emocionada:

— Você não imagina o quanto ele me ajudou! Restituiu-me a vida, e hoje, sozinha, com a perda dos familiares e amigos próximos, perto dos noventa anos, resido em um asilo de Ibiúna. Procuro encorajar os pacientes idosos lá albergados e vivo cada momento de minha existência, agradecendo a Chico e a Deus, o Senhor de nossas vidas…

Era assim o nosso saudoso benfeitor com todos os que o procuravam. Seu retrato vivo eram o sorriso e a palavra de alento!

Vem chegando dezembro, mês em que Jesus renasce em nossos corações, a fim de ajudar-nos a enfrentar mais um ano que se aproxima, com seu olhar terno e austero, qual descreve Emmanuel em carta dirigida ao imperador romano Tibério César.

E, nessa atmosfera de bênçãos espirituais, recordemos que a alegria de Chico era visitar, no mês natalino, os deserdados da vida, onde quer que estivessem. Sobretudo, dirigia-se aos hansenianos da Colônia Santa Marta, em Goiânia, beijando com humildade cada um dos enfermos, inspirado por Francisco de Assis.

Caros leitores, desejamos-lhes um Natal de Paz com Jesus e renovadas alegrias para 2017. Natal com os pássaros e os lírios dos campos, com D. Francisca e Chico Xavier, almas de Deus que não colocaram o coração nos tesouros da Terra, mas, sim, nos tesouros imaculados dos céus…

 

Caio Ramacciotti
GEEM – Grupo Espírita Emmanuel
São Bernardo do Campo, primavera de 2016.

Natal no Coração

Abençoadas sejam as mãos que, em memória de Jesus, espalham no Natal a prata e o ouro, diminuindo a miséria e a necessidade, a fome e a nudez!…

Entretanto, se não forem iluminados pelo amor, que ajuda sempre, esses flagelos voltarão amanhã, como erva daninha que espreita a ausência do lavrador.

Não retenhas, assim, a riqueza do coração, que podes dar, tanto quanto o maior potentado da Terra!

Deixa que a manjedoura de tua alma se abra, feliz, ao Soberano Celeste, para que a luz te banhe a vida.

Com Ele, estenderás o coração onde estiveres, seja para trocar um pensamento compassivo com a palavra escura e áspera ou para adubar uma semente de esperança, onde a aflição mantém o deserto!

Com Ele, inflamarás de júbilo os olhos de algum menino triste e desamparado, e uma simples criança, arrebatada hoje ao vendaval, pode amanhã ser o consolo da multidão…

Com Ele, podes oferecer a bênção da tolerância aos que trabalham contigo, transformando o altar de teu pão em altar de Deus!…

Que tesouro terrestre pagará o gesto de compreensão no caminho empedrado, o sorriso luminoso da bondade no espinheiro da sombra e a oração do carinho e do entendimento no instante da morte?

Natal no mundo é a epopeia do reconhecimento ao Senhor. Natal no mundo é a comunhão com Ele próprio.

Ainda que te encontres em plena solidão da pobreza e do infortúnio, sai de ti mesmo e reparte com alguém o dom inefável de tua fé.

Lembra-te de que Ele, em brilhando na manjedoura, tinha consigo apenas o amor a desfazer-se em humildade e, em agonizando na cruz, possuía apenas o coração, a desfazer-se em renúncia…

Mas, usando tão somente o coração e o amor, sem uma pedra onde repousar a cabeça, converteu-se em Salvador do Mundo e, embora coroado de espinhos, fez-se o Rei das Nações para sempre.

 

Meimei
Os Dois Maiores Amores (Francisco Cândido Xavier, Espíritos Diversos) – Edição GEEM.

Notícias

1) CHICO XAVIER, TEMA DE MUSICAL!
O jornal Correio Fraterno de maio/junho de 2016 informa em reportagem da redação que, a partir de março de 2017, será apresentado em São Paulo-SP o espetáculo musical No céu da vibração, baseado na vida do médium Francisco Cândido Xavier, com trilha sonora de Gilberto Gil, Fábio Júnior e Roberto Carlos. Aguardemos!

2) No início de outubro (de sete a nove) realiza-se em Lisboa, Portugal, o Congresso Espírita Mundial.

3) A Câmara Brasileira do Livro promoveu o 6º Congresso Internacional CBL do Livro Digital no Auditório Ellis Regina (Parque Anhembi), em São Paulo, capital, no dia 25 de agosto. Vale a pena participar. Mais informações através do site: congressodolivrodigital.com.br com Leander Wattig. O GEEM já editou os seus 93 livros no formato digital, os ebooks.

4) Entre os dias 22 e 28 de setembro ocorreu a 1ª Mostra de Filmes Espíritas do Rio de Janeiro, com exibição de filmes como, entre outros, Joelma 23º Andar, Peixotinho – Materializações de Espíritos, O Médico dos Pobres e Chico Xavier.
Local: Praça Floriano Peixoto,7-Cinelândia, Rio de Janeiro(RJ).
Informações: mostradefilmesespiritas.org

Nossas Atividades

I – Departamento Editorial Batuíra

Divulgação da vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Livros e Revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha

Reuniões Espíritas:
– Centro Espírita Maria João de Deus
São Bernardo do Campo (2ªs e 6ªs às 20h)

Programa No Limiar do Amanhã (sábados às 19 horas)
– Rádio Morada do Sol São Paulo-SP – (AM-1260 khz)
– Rádio Morada do Sol Araraquara-SP – (AM-640khz)

II – Departamento Filantrópico Nosso Lar

Atendimento a famílias e gestantes:

Internet: www.geem.org.br
E-mail: geem@geem.org.br
Telefones: (11) 4109-7960 e (11) 4109-7122

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Diretor: Caio Ramacciotti
Jornalista Responsável: Mário Augusto R. Vilela
Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam

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