Vingança e Teratologia
(Resposta ao amigo que indagou sobre a causa pela qual um recém-nato pode trazer um corpo frustrado na sua própria organização fisiológica, nas ocorrências da reencarnação.)
Ei-lo desencarnado e a sombra a que se entrega.
Triste irmão vingador… Pragueja, grita, ausculta…
Lembra a mão que o prostrara, e a mágoa se lhe avulta;
Vítima embora, esvai-se em paixão bruta e cega!…
Tenta extinguir em vão a imagem que carrega.
A face do rival faz-se-lhe chaga oculta
Ao medalhão mental que o enlouquece e insulta;
Anseia retornar ao mundo a que se apega!…
Implora nova mãe de cujo amor renasça.
Toma o claustro materno entre a ira e a ameaça,
Dorme atando à memória os quadros do ódio antigo.
E agarrado à vingança e ao fel que o desconforta,
Plasma no próprio feto, em carne viva e morta,
A figura larval do seu próprio inimigo!…
Epiphanio Leite
(Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier. Do livro Caminhos de Volta – Edição GEEM)
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