Aos quase suicidas

Sim. É a dor fulminativa, a dor largamente suportada, aquela que se te acumulou no coração, qual represa de fogo e fel, e aquela outra que sempre temeste e que chegou, por fim, à maneira de tempestade, arrasando-te as forças.

São elas, essas agonias indizíveis, para as quais os dicionários humanos não te fornecem palavras adequadas à necessária definição, que, muitas vezes, te fazem desejar a morte, antes do momento em que a morte aparece a cada criatura terrestre, à feição de anjo libertador.

Ainda assim, compreendendo-te os ápices de angústia, em nome de todos aqueles que te amam, aquém das fronteiras de cinza, dos quais te despediste na grande separação, rogamos-te paciência e coragem.

Ergue-te, acima dos escombros das próprias ilusões e contempla os caminhos novos que a Infinita Bondade de Deus te reserva.

Se amarguras te azedaram os sonhos, espera pelo tempo, cujos filtros não funcionam debalde;
– se desenganos te buscaram, observa que ensinamentos te trazem;
– se dificuldades repontaram da estrada, estuda com elas qual a melhor solução aos teus problemas de paz e segurança;
– se provações surgiram, atribulando-te as horas, enumera as lições de que se façam portadoras, em teu benefício;
– se prejuízos te dilapidaram a existência, recorda que o trabalho nunca nos cerra as portas;
– e, se alguém te deixou a alma vazia de afeição, pensa no amor infinito que sustenta o Universo, na certeza de que outras almas te virão ao encontro, abençoando-te o dom de amar e de servir.

Nunca esmoreças, ante as dificuldades que te surjam no caminho para a vanguarda.

Quando estiveres a ponto de ceder à pior rendição de todas – aquela de recusar o dom da vida – detém-te a refletir em Deus que te criou para a Sabedoria e para o Amor.

E Ele, cujo poder arranca a erva da semente sepultada no chão para o esplendor solar, te arrebatará igualmente a qualquer tribulação, a fim de que sobrepaires, além de todos os fracassos e de todas as crises, de modo a que brilhes e avances para a frente, aprendendo e trabalhando, servindo e amando, em plenitude de vida imperecível.

Emmanuel
(Do livro Mais Perto – Edição GEEM)


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