Espiritismo e assistência
O Espiritismo cria em nossa existência novos costumes e novos modos de ser.
É a renovação da mente em Cristo, integrando-nos na verdade que nos fará livres através da preciosa escravidão aos nossos deveres.
E estabelecemos novo plano de relações em nosso campo doméstico e social.
A compreensão pacifica-nos o espírito.
O trabalho adquire valor mais amplo.
A oração converte-se em alimento de cada dia.
E a caridade aparece aos nossos olhos, em sua função de tutora da paz, impelindo-nos ao Sumo Bem.
Mas, por que admitir que somente poderemos exercê-la, monumentalizando institutos de salvação?
Porque delegar ao amanhã o serviço de hoje?
A enfermidade observa-nos a saúde.
A carência do vizinho repara-nos a abundância.
A dor, em lágrimas, ouve-nos o cântico de alegria.
Dispomos de estudos frequentes, de reuniões sistemáticas, de preces diárias…
Porque não instituir em nossas tarefas doutrinárias o culto semanal da assistência fraterna?
Conhecemos os espinheiros e os pântanos do caminho…
E sabendo que todos somos irmãos, como avançar para a bênção da frente, escutando os gritos de revolta e os soluços de sofrimento de quantos se enleiam à miséria da retaguarda?
Jesus passou entre os homens, ensinando e servindo, trazendo o Céu à Terra ou elevando a Terra para o Céu.
Por agora não podemos dizer ao paralítico “levanta-te e anda”, mas não devemos esquecer que o pedaço de pão, o copo de leite, a peça agasalhante, o frasco de remédio, a página luminosa, a flor da amizade, a frase edificante, a visita espontânea e a prece amiga podem realizar milagres de amor, levantando os companheiros que sofrem para que empreendam em si mesmos a viagem de retorno das trevas para a luz.
(Do livro Vida e Caminho – F.C.Xavier / Emmanuel – edição GEEM)