Trabalho

Observa o trabalho dos outros, para que não te retires do dever de auxiliar.

Recorda os recursos mais simples que a vida movimenta em favor de ti próprio…

A água que viaja centenas de léguas, deixando-se purificar, socorrendo-te a mesa…

O vegetal que cresce, diligente, incorporando as bênçãos da natureza e que renuncia ao próprio desenvolvimento, a fim de atender-te a fome…

O animal que atravessa longos dias, no crescimento que lhe é próprio, e que se submete ao sacrifício, no estábulo ou no matadouro, para que te não faltem agasalho e alegria, alimento e remédio…

A árvore que se ergue, generosa, e que se rende à queda espetacular, garantindo-te abrigo e reconforto…

Pensa, ainda, nos milhões de braços que se unem na atividade constante do amor, a fim de que possas contar com o pão e a vestimenta, a casa e o leito em que te refugias…

Reflete nos milhares de mãos que se conjugam prestimosas, cada dia, para que as lições do caminho te alcancem o entendimento através da imprensa e do livro, da tribuna e da escola…

E, despertando para o trabalho em que se equilibra o Universo Inteiro, não fujas à obrigação de ser útil.

Tudo vibra e tudo serve sob a lei da cooperação.

O verme tem seu lugar na defesa do solo.

A flor guarda os seus títulos de benfeitora na formação da colheita.

O Sol envolve o mundo em seus raios, espalhando calor e luz.

Somente o homem, por vezes pessimista inveterado da sombra, quase sempre se entrega, desarvorado, às sugestões do desânimo, nutrindo o inferno da ignorância e da preguiça ao redor de si mesmo, na ilusão em que se encontra.

Recorda que Jesus, o Divino Mentor da Terra, continua trabalhando e, fazendo o melhor que possas na construção do Bem, junto d’Ele, encontrarás, na exaltação da própria alma, o amor e a felicidade que fluem do serviço incessante e da paz imperecível.

(Do livro Vereda de Luz – F.C.Xavier / Espíritos diversos – edição GEEM)