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Revista Comunicação #226 – Julho 2018 / Setembro 2018

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A Palavra de Emmanuel

(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos.)

Partilha

Observa a Divina Sabedoria na esfera da natureza e encontrarás, em toda parte, o regime de partilha, por base de todo o progresso na Criação.

Deus estrutura o campo.
O homem verte o suor.
Por decorrência, temos o pão suprindo a mesa.

Deus fornece os recursos do solo.
O homem entrega o braço à construção.
Por resposta, surge o lar que protege a existência.

Deus concede o metal.
O homem faz o cadinho.
Por solução, purifica-se o ouro que estimula o trabalho.

Deus institui o bloco de pedra.
O homem maneja o buril.
Em consequência, revela-se a obra prima.

Não há realização alguma sem alicerce na Bondade Divina, como não há civilização no Globo sem o concurso humano.

Os seres mais humildes da Terra ajustam-se em ordem a semelhantes princípios de concessão e cooperação. A árvore recebe o adubo e espalha a própria seiva na seara de que não se aproveita.

A abelha recolhe a essência e fabrica o mel com que regala os outros.

Cada animal absorve certa percentagem de elementos do meio que lhe é próprio, devolvendo-a transfigurada em utilidade.

Rogando algo ao Céu, não olvides que a Terra espera também por ti, e, recordando que o sistema de dádiva e compromisso é alicerce nas relações do Criador com todas as criaturas, peçamos socorro e melhoria, socorrendo e melhorando aqueles que nos cercam, a fim de que a vida nos encontre fiéis à Lei de Deus, na bênção de cada dia.

 

 Emmanuel

(Abençoa Sempre Francisco Cândido Xavier/Em-manuel. Edição GEEM)

A Brisa Suave

A brisa soprava suave naquela manhã na pequena cidade mineira. A casa singela, com a pintura apagada e as janelas puídas pelo tempo, refletia os primeiros raios solares que a iluminavam. Do interior daquele lar tão pobre, uma luz de um azul suave transcendia as paredes de um dos cômodos, qual se lá a Espiritualidade prestasse a mais digna homenagem a um singelo morador.

Com a roupa desajeitada, os cabelos ainda bastos, de seus olhos expandia-se um brilho que lhe denotava a imensa grandeza interior. Estava prestes a sair para o trabalho.

Vemos, naquela longínqua manhã, esse singelo morador abrir a porta, despedir-se dos entes amados e caminhar pela rua. Seria mais um dia de intensas atividades, que se concluiriam à noite, com a psicografia do romance mediúnico de Emmanuel Há Dois Mil Anos, na residência de seu chefe e benfeitor, Dr. Rômulo Joviano, situada na conhecida Fazenda Modelo, onde trabalhou por décadas, até aposentar-se.

Muito e muito tempo se passou, ali e alhures, e, em cada jornada, essa alma abençoada por Deus espargia a esperança, mostrando aos que o procuravam em desespero novas veredas de paz a serem percorridas.

Não estive com ele nos momentos em que a enfermidade insistia em ceifar-lhe a vida, de que partiu tranquilo, no respeitoso silêncio às leis divinas que nos regem. Mas, até hoje, nessas horas confusas por que passamos, guardo-lhe a recordação dos nossos bons tempos de convivência.

A lembrança dessa criatura simples amplia-nos o horizonte celeste, que passa a ser para nós de dimensão infinitamente maior, rubro nos dilúculos e anil nos dias ensolarados. Com inefável alegria, sempre exalçava um novo mundo, pleno de belezas imarcescíveis, a ser vivido aqui mesmo na Terra, ainda um planeta apagado na Via Látea, mas imprescindível oficina que nos permite o árduo trabalho, a caminho da renovação interior.

Hoje, da Pátria Maior, Chico, a alma pura de que falo nestas páginas, acompanha-nos com o mesmo sorriso que lhe clarejava o rosto, ao receber a todos que o procuravam.

Assim também fizeram Joana de Cusa, Paulo de Tarso, Emmanuel, Lívia e Joana de Castela, a rainha impedida de ser rainha…

A Sublime Mediunidade de Chico Xavier

Apresentamos-lhe, leitor amigo, um simples exemplo da longa atuação mediúnica do médium de Deus, que dignifica seu apostolado.
Trata-se do poema “Romance na Vida”, que Chico recebeu no início da distante década de 1970.
São dele as palavras:

― O poema “Romance na Vida” foi recebido em nossa reunião pública. Quem se comunicou foi o poeta Alphonsus de Guimaraens.

Com surpresa, porém, na manhã seguinte à reunião, ao sair de casa, fomos procurados por uma senhora que nos trouxe o filhinho excepcional para conhecermos, solicitando o amparo do Dr. Bezerra de Menezes em seu favor.

Essa senhora, em quase penúria, nos disse haver estado presente à reunião pública da véspera e só não trouxera o pequeno enfermo por ter chegado a Uberaba já muito tarde, procedente de Ouro Preto. Deixara o doentinho descansando na pensão.

Conquanto muito sofredora, prestara atenção à mensagem e viera pedir uma cópia. Comovi-me muito e fiquei pensando no assunto.

Na página seguinte, apresentamos o intrigante poema em versos gêmeos, acrescidos de comentários elucidativos.

Romance na Vida

No campo, em que o luar engrinalda a escumilha,
O par freme de amor, a noite dorme e brilha.

Ele, o poeta aldeão, era humilde pastor.
Ela, a fidalga, expunha a mocidade em flor.

Ao longe da mansão, quantos beijos ao vento!…
Quantas juras de afeto à luz do firmamento!

Em certa noite, a eleita envia antigo pajem,
Que entrega ao moço ansioso imprevista mensagem.

“Perdoe ‒ a carta diz ‒ se não lhe fui sincera.
Desposarei agora o homem que me espera.

Nunca deslustrarei o nome de meus pais.
Nosso amor foi um sonho… Um sonho. Nada mais.”

Chora o moço infeliz, sem ninguém que o conforte. Surdo à razão, anseia arrojar-se na morte.

Corre à choça de taipa. A gesto subitâneo,
Arma-se em desespero e arrasa o próprio crânio.

Foi-se o tempo… E, no Além, o menestrel suicida
Era um louco implorando um novo corpo à vida.

Um dia, a castelã, no refúgio dourado,
Morre amargando, aflita, as lições do passado.

Pendem alvos jasmins do féretro suspenso,
Filhos clamam adeus em volutas de incenso.

Largando-se, por fim, dos enfeites de prata,
Sente-se agora a dama envilecida e ingrata.

Lembra o campo de outrora e o pobre moço aldeão.
Pede para revê-lo e rogar-lhe perdão.

Encontra-o, finalmente, em vasta enfermaria,
Demente, cego e mudo em angústia sombria.

Ela suporta em pranto a culpa que a reprova,
Quer voltar para a Terra e dar-lhe vida nova.

A eterna Lei de Amor no amor se lhe revela.
Retorna ao corpo denso em aldeia singela.

Hoje, mãe a sofrer, fina-se, pouco a pouco,
Carregando no colo um filho mudo e louco…
E, enquanto o enfermo espraia o olhar triste e
sem brilho,
Ela vive a rogar: “Não me deixes, meu filho!…”

O romance prossegue e os momentos se vão…
Bendita seja a dor que talha a perfeição.

Alphonsus de Guimaraens

 
Sobre o poema, Chico diz que muito se comoveu e que ficou meditando…
Os versos falam por si, em sua serena e amargurada beleza, mas merecem algumas ponderações.
O autor, consagrado poeta mineiro, nasceu na mesma cidade — Ouro Preto — onde residia, à época, a mãe que procurou o Chico.
A história que Guimaraens narra é, em si, simples, como são simples as coisas belas da vida, que podemos sintetizar no conhe-cido sonho do casal feliz: viver em um casebre, ao sopé da montanha, com o riacho cristalino correndo ao lado e tendo como dossel as estrelas…
Podemos assim resumir essa história da vida real:
— Em tempos passados um par ena-morado vivia intensamente seu amor. Ele, humilde poeta da aldeia, e ela, jovem fidalga, filha de abastada nobreza. O enlevo os envol-via nas noites de luar.
Os dias se sucediam, e, certa noite, para surpresa do poeta, a jovem lhe envia uma carta, renunciando ao amor que a ele parecia perene. Desmancha, assim, ela o sonho de eterna convivência de ambos, relatando que vai casar-se com um homem de sua nobre linhagem. O aldeão, rico apenas desses sonhos, que materializava em seus versos, se suicida, destruindo o crânio.
O tempo passa… e, no Além, ambos se reencontram: o poeta aldeão com o corpo espiritual dilacerado, e a dama com o amargo remorso de tê-lo abandonado.
Em desespero, ela recorda os momentos que juntos passaram nas noites de outrora e pede a Jesus que lhe permita reparar o erro que cometera.
Voltam ambos à Terra na condição de mãe e filho demenciado e mudo, em decorrência do ato violento com que tirara a própria vida. Foi essa senhora que ouviu a mensagem na noite da reunião em Uberaba e procurou Chico na manhã seguinte.
O poema, sobre descrever comovente his-tória de amor e sofrimento, traz-nos essen-ciais ensinamentos doutrinários:
— narra rudes provas vividas em razão de compromissos não cumpridos;
— destaca o suicídio, que danifica o corpo espiritual, com reencarnações posteriores so-fridas, ou seja, expõe com clareza a Lei de Causa e Efeito, que nos ensina Kardec.
Também evidencia que Deus não nos abandona, oferecendo-nos novas veredas a percorrer na Terra.
A propósito, Chico sempre nos lembrava que o Amor é fundamental em nossas vidas, exaltando o mandamento de Jesus:
— Amai-vos uns aos outros…

Caio Ramacciotti

Nas Crises

Estarás talvez diante de algum problema que te parece positivamente insolúvel.

Não acredites que a fuga te possa auxiliar.

Pensa nas reservas de força que jazem dentro de ti e aceita as dificuldades como se apresentem.

Não abandones a tua possibilidade de trabalhar e continua fiel aos próprios deveres.

Assume as responsabilidades que te dizem respeito.

Evita comentar os aspectos negativos da provação que atravesses.

Ora – mas ora com sinceridade – pedindo a proteção de Deus em favor de todas as pessoas envolvidas no assunto que te preocupa, sejam elas quem sejam.
Se existem ofensores no campo das inquietações em que, porventura, te vejas, perdoa e esquece qualquer tipo de agressão de que hajas sido objeto.

Esforça-te por estabelecer a tranquilidade em tuas áreas de ação, sem considerar sacrifícios pessoais que serão sempre pequenos, por maiores te pareçam, na hipótese de serem realmente o preço da paz de que necessitas.

Se nenhuma iniciativa de tua parte é capaz de resolver o problema em foco, nunca recorras à violência, mas sim continua trabalhando e entrega-te a Deus.

 

 Emmanuel

(Calma, Francisco Cândido Xavier/Emmanuel/GEEM)

Bibliotecas Públicas

Em sequência ao objetivo do GEEM de colocar gratuitamente os livros de Chico Xavier nas bibliotecas públicas do país, até junho de 2018 já foram atendidas 1600 bibliotecas em 1100 municípios.
A partir de maio deste ano, a Casa Editora ‘O Nazareno’, de Santo André/SP, associou-se-nos à tarefa de levar os livros do Chico de nossa edição a todo o Brasil.
Agradecemos-lhe o descortino e a importante colaboração, que atenuam nossas elevadas despesas.
Desde agosto de 2017, quando iniciamos esse projeto, inspirado pelos benfeitores, multiplicaram-se as reedições de nossas obras, elevaram-se os encargos postais e os custos das transportadoras, que singram as estradas do Brasil, levando aos rincões mais distantes de nossa terra, a cada biblioteca pública solicitante, páginas e páginas de luz e paz.

São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.

Pernambuco
Todos os municípios atendidos

Sempre Chico

Notícias

1)A União Espírita Mineira inaugurou, em Belo Horizonte/MG, o Memorial Chico Xavier, no dia 7 de abril de 2018, projetado pelas arquitetas Mary Machado de Faria e Adriana Machado de Faria. O espaço vai permitir que espíritas de várias gerações e o público em geral conheçam um pouco mais sobre a vida do querido médium mineiro.

2)A 2 de abril deste ano, o aniversário de Chico Xavier foi comemorado em Pedro Leopoldo/MG, sua terra natal. A Fundação Chico Xavier lançou o vídeo “Caminhos de Luz Chico Xavier”, que descreve os locais da cidade mais significativos na vida do médium. Foram também colocados telefones em duas ruas, durante todo o mês de abril. Eles tocavam no decorrer do dia, e quem os atendia ouvia uma gravação em que Chico Xavier lê uma de suas men-sagens psicográficas (Notícias do Movimento Espírita, Ismael Gobbo, 11 de abril de 2018 – Google).

3)Atualização recente de maio de 2018 mostra-nos o número de centros espíritas nos Estados Unidos: são 31 em 9 estados. Poucos, se comparados aos nossos cerca de 15 mil, mas representam significativos marcos de referência da mensagem kardequiana.

Conheça Nossas Atividades

I – Departamento Editorial Batuíra

Divulgação da vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Livros e Revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha

Reuniões Espíritas:
– Centro Espírita Maria João de Deus
São Bernardo do Campo (2ªs e 6ªs às 20h)

Programa No Limiar do Amanhã (sábados às 19 horas)
– Rádio Morada do Sol São Paulo-SP – (AM-1260 khz)
– Rádio Morada do Sol Araraquara-SP – (AM-640khz)

II – Departamento Filantrópico Nosso Lar

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Diretor: Caio Ramacciotti
Jornalista Responsável: Mário Augusto R. Vilela
Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam

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