Revista Comunicação #203 – Outubro/Dezembro 2013

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Editorial

Na manhã de 7 de julho, deixou-nos D. Yolanda Cezar.

Seu filho Augusto Cezar, falecido na década de 70, muito jovem ainda, foi autor espiritual, pela psicografia de Chico Xavier, de alguns livros editados pelo GEEM.

Nossa cara Dona Yolanda sublimou o sofrimento da perda do filho querido em inexcedível dedicação ao próximo.

Levava a Uberaba, algumas vezes por ano, numerosas caravanas de mães que também perderam filhos na Terra para visitar seu grande amigo, Francisco Cândido Xavier. Muitas delas receberam a mensagem consoladora do ente querido que partiu.

Consagrou-se à caridade no seu recanto da Vila Nova Conceição, na capital paulista, esclarecendo, consolando e também atenuando a penúria material de famílias que auxiliava.

Em homenagem à D. Yolanda, esta edição da Revista Comunicação traz uma carta de seu filho Augusto, recebida pelo Chico.

Em “Estrela da Bênção”, o filho, do Plano Espiritual, sintetiza com suave beleza seu amor e gratidão à mãe generosa de que se separou fisicamente aos 25 anos de idade.

O legado desta senhora, que aprendemos a admirar em suas duras lides na Terra, certamente transportou-a a elevada esfera da Vida Maior, reencontrando-se com o filho dileto e com Chico Xavier.

Querida amiga e benfeitora, os amigos do GEEM lhe enviam o saudoso abraço.

 

GEEM – Grupo Espírita Emmanuel
São Bernardo do Campo, 1° de outubro de 2013

O Sobrinho do Chico

(Do livro Inesquecível Chico / Romeu Grisi, Gerson Sestini – Edição GEEM)

Um dos sobrinhos do Chico viveu com ele cerca de uma dezena de anos.

Era uma criança cega, surda, muda e não possuía células gustativas na boca e nas papilas da língua, razão pela qual era alimentada com a introdução de papas diretamente na garganta.

Nascera quando o médium contava vinte e seis anos. Pelas contingências da vida, Chico, a partir de algum tempo, passou a tê-lo qual seu próprio filho.

A cunhada, mãe do menino, não podia mais cuidar dele porque sua saúde mental estava comprometida, e suas irmãs, com numerosos filhos, uma com oito, as outras com a prole de dez e doze rebentos, não tinham tempo sequer para olhá-lo.

No entanto, a criança foi muito amada.

Chico dedicou-se a ela, substituindo, dentro de suas possibilidades, a mãe ausente, mantendo-a distante de olhares indiscretos, sempre coberta com um véu muito fino para protegê-la dos insetos.

Quando lá estivemos pela primeira vez, em 1948, na casa velha, em que se instalara o centro espírita, ao lado da sala, onde eram feitos atendimentos, sessões e transmissão de passes, ficava o quarto onde o Chico dormia com a criança.

Soubemos, posteriormente, que, no período em que ela permaneceu sob seus cuidados, o médium não aceitou convite algum para sair e passear aos sábados e domingos.

Essa constante intimidade fê-lo adquirir grande afeição pelo entezinho sofredor.

A comunicação entre ambos era feita por uma espécie de gemido que a criança dava respondendo-lhe as perguntas. Dessa forma eles dialogavam externando seus sentimentos.

Chico, ao referir-se a esses fatos, anos mais tarde, contou-nos que nunca levava os frequentadores do centro para vê-la porque poderiam dizer:

– Que médium é esse que não resolve problema algum?

– Algumas vezes, após longas horas de ausência – prosseguiu – pois só me afastava do menino para os compromissos sérios e de trabalho, eu o higienizava e quedava-me ao seu lado, para dar o amor que lhe faltava.

Mas, eis que, inopinadamente, surgia uma mãe em pranto, pedindo-me auxílio e consolo porque seu filho havia perdido o ano na escola! E eu tinha de deixar o menino para ir atendê-la…

Depois da significativa pausa, Chico continuou:

– Assim viveu meu sobrinho até 1949. Quando desencarnou, aos doze anos, os parentes se sentiram aliviados, mas eu sofri muito com a ausência física dele…

O médium calou-se por uns momentos, e deu sequência ao relato:

– Depois de um tempo, que me pareceu muito longo, eis que ele me aparece em espírito: era então um moço muito bonito, aparentando vinte e dois anos.

Da comunicação que se estabeleceu entre nós, em meio às alegrias do seu retorno, após os saudosos anos de ausência, o belo rapaz informou-me que teria de permanecer mais cinquenta anos no Além, com reencarnação programada para o início do Terceiro Milênio.

– Quem fora ele, em vida passada, para sofrer tão severa punição? Pensávamos, intimamente, ao ouvirmos tão comovente história.

O próprio médium informou-nos, em seguida, que ele era a reencarnação de Antoine Quentin Fouquier Tinville, revolucionário e juiz na França durante o conturbado final do século XVIII.

Chico, dirigindo-se a nós, em tom mais baixo, acrescentou ainda:

– Em pleno Tribunal Revolucionário, no período de Terror, quando não havia vítimas para serem levadas à guilhotina, ele enviava algum desconhecido, ou um dos seus inimigos, para que a “máquina” não parasse…

Soubemos, posteriormente, que o nome do infeliz menino – mas que foi profundamente amado pelo generoso médium – era Emmanuel Luiz.

A Palavra de Emmanuel

(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos.)

Atitudes de Urgência

Em favor da paz em ti e em torno de ti, não te esqueças das atitudes de urgência.

Cultiva a fé em Deus, para que não te falte a tranquilidade de espírito.

Age sempre, buscando servir.

Lembra-te de que outros farão a ti o que fizeres aos outros e com os outros.

Espalha o bem que puderes, onde puderes e quanto puderes.

Não cobres tributos de gratidão.

Abstém-te de procurar defeitos no próximo, recordando que todos nós – os espíritos ainda vinculados à evolução da Terra – temos ainda o lado escuro do próprio ser por iluminar.

Evita o ressentimento, para que o ódio não se te faça veneno na vida e no coração.

Esquece as ofensas, incondicionalmente, na certeza de que as agressões pertencem aos agressores.

Já que nem sempre será possível viver sem adversários, não olvides o respeito que lhes é devido.

Se erraste, apressa-te a corrigir-te.

Na hipótese de haveres ferido alguém, solicita desculpa a quem prejudicaste, reparando essa ou aquela falta cometida.

Cumpre o dever a que te empenhaste.

Não descarregues em ombros alheios as obrigações que te competem.

Guarda fidelidade aos compromissos assumidos, para que os teus companheiros se te mantenham fiéis.

Não acredites em facilidades sem preço.

Conserva correção nas tarefas pequenas, para que essa mesma correção não se te faça pesada nas grandes tarefas.

Nos instantes de crise, não te suponhas a única pessoa em provação sobre a Terra, para que a tua dor não se converta em perturbação.

Trabalha sempre e sê útil, sem transitar nos labirintos do tempo perdido, ainda mesmo quando te reconheças sem a necessidade de trabalhar.

Usa criteriosamente a vida e os bens da vida, reconhecendo que tudo pertence a Deus, que, por amor, te empresta semelhantes recursos e a Quem, no momento oportuno, tudo precisarás restituir.

Nessas diretrizes, seguiremos tranquilos, estrada adiante e, conquanto as imperfeições de que ainda sejamos portadores, estaremos, com a Bênção de Deus, na condição de obreiros da paz.

 

(Do livro Urgência – Francisco Cândido Xavier / Emmanuel – Edição GEEM)

Estrela da Bênção

(homenagem do Augusto à mãe querida)

Era uma criança tão linda que os pais nela percebiam a doce presença de uma estrela.

Sorria e dissipava as sombras que se lhe adensassem ao redor.

A quem se lhe abeirasse do berço, estendia as mãos abertas.

Cresceu amando a natureza e sabia colocar- se em oração, quando pronunciava o nome de Deus.

Muitas vezes, dela me aproximei, para recolher-lhe os pensamentos de ternura, à feição da abelha quando busca na flor o aroma nutriente.

A bela criança caminhou para a juventude, e reconheci com alegria que a bondade de Deus a colocava sob a proteção de um homem leal e generoso, que ela própria cativara com os seus dotes de bondade e beleza.

Somente aí, ao vê-la no rumo de vida nova, é que percebi a realidade em que o Céu nos situava.

Ela residia espiritualmente dentro de mim, qual a pérola entretecida, nas entranhas da ostra, por lágrimas cristalizadas de uma saudade que nunca soube de onde vinha, mas eu, também, estava no coração dela em forma de sonho.

E tanto me vi no espelho de sua alma que, um dia, atendendo-lhe as preces formadas de cariciosas esperanças, permitiu a Divina Providência que eu tomasse um novo corpo em seu amor, e passei a viver nos seus braços de veludoso carinho.

Desde então, encontrei o paraíso que procurava.

Nessa criatura feita por Deus para a minha felicidade, cessavam todas as minhas inquietações.

Se cada dia era um pedaço de minha viagem na Terra, cada noite nela recolhia as âncoras de meu barco para repouso e refazimento.

Entretanto, Deus, que nos concedera a oportunidade de construir um céu no mundo, solicitou conduzíssemos o nosso recanto de ventura para as lutas humanas, a fim de que outros corações aprendessem igualmente a ser felizes.

Voltei ao Grande Lar e agitei as campainhas da saudade.

Chorei por ela, e ela chorou por mim.

A separação nos doía, qual se fôssemos um só coração partido em fragmentos de angústia.

Ainda assim, as recordações do paraíso de união brilhavam comigo, e pedi-lhe o apoio de que necessitava.

Ela veio a mim com a devoção com que fui a ela no mundo, e, juntos de novo, começamos a semear esperança e amor entre as criaturas irmãs da Terra.

De almas unidas e mãos entrelaçadas, seguimos de tarefa em tarefa e de caminho em caminho.

É para essa criatura maravilhosa que trago hoje os meus parabéns pelo aniversário.

Com jubilosa ternura, ajoelho-me para beijar-lhe as mãos.

Que ninguém, no entanto, me pergunte quem é essa mulher, que oculta no peito a bondade dos anjos, já que ela, em verdade, não tem cópias. Bastará que a vejam nos meus olhos, porque essa estrela da bênção tem para mim a presença de Deus nestas duas palavras:

— Minha Mãe!…

 

Augusto Cezar
(Do livro Presença de Luz – Francisco Cândido Xavier / Augusto Cezar – Ed. GEEM)

Nossas Atividades

1) O romance Renúncia de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, foi dramatizado com grande sucesso no Teatro América do Rio de Janeiro de 3 a 18 de agosto passado. Parabéns aos participantes da peça, que, gentilmente destinaram parte da renda dos espetáculos a instituições filantrópicas do Rio de Janeiro.
(Fonte: www.vinhadeluz.com.br)

2) A partir de julho/2013 o GEEM disponibilizou em seu site www.geem.org.br a Revista Comunicação digital em formatos E-pub e Amazon Kindle para a leitura do internauta em seus iPads e outros leitores digitais. Continuam também disponíveis para leitura no próprio site as versões digital e on line. O Comunicação, como é carinhosamente chamado pelos nossos leitores, tem também tiragens trimestrais impressas de 20.000 exemplares. Sempre com distribuição gratuita.

3) A pedido de inúmeros leitores em setembro/2013, reeditamos o Comunicação números 188 e 189, em quatro cores e papel couchê, que falam do centenário de nascimento de Chico Xavier. Você também pode solicitar essas edições que, em 2010, totalizaram 80.000 exemplares. Basta que nos solicite por carta ou e-mail. Lembre-se: a Revista Comunicação é gratuita!

Nossas Atividades

I – Departamento Editorial Batuíra

Divulgação da vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Livros e Revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha

Reuniões Espíritas:
– Centro Espírita Maria João de Deus
São Bernardo do Campo (2ªs e 6ªs às 20h)

Programa No Limiar do Amanhã (sábados às 19 horas)
– Rádio Morada do Sol São Paulo-SP – (AM-1260 khz)
– Rádio Morada do Sol Araraquara-SP – (AM-640khz)

II – Departamento Filantrópico Nosso Lar

Atendimento a famílias e gestantes:

Internet: www.geem.org.br
E-mail: geem@geem.org.br
Telefones: (11) 4109-7960 e (11) 4109-7122

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Jornalista Responsável: Mário Augusto R. Vilela
Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam

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