Joaquim Marques da Silva
Nasceu em 02/11/1925 no interior do Rio Grande do Norte e muito cedo começou a trabalhar na roça para ajudar no sustento da família. Após o falecimento do avô as necessidades aumentaram e o pequeno Joaquim apanhava maxixe, tradicional fruto do nordeste brasileiro, para vender na capital.
Aos 12 anos começou a trabalhar na colheita de algodão em Baixa Verde, interior do Rio Grande do Norte e, mais tarde, como quebrador de pedras em Macaíba.
As dificuldades eram grandes… a fome já havia se tornado velha companheira. Mas o jovem Joaquim não se entregou às adversidades e seguiu seu caminho sempre trabalhando muito pelo sustento da família. Assim foi que durante muitos anos trabalhou fazendo tijolos e, mais tarde, passou a trabalhar na cidade, inicialmente nos serviços de bar e depois como ajudante de cozinha.
Aos 34 anos, Joaquim desembarca no Rio de Janeiro com novas esperanças de um futuro melhor. A convite de um amigo, veio para S. Paulo e sempre com muita disposição saiu em busca de novos empregos.
Seu primeiro trabalho aqui foi como carregador de sacos de farinha no Jaguaré. Daí passou a trabalhar numa serraria e em 1960 entrou no Jardim Botânico, lá permanecendo até se aposentar, nos serviços de jardinagem. Aos 36 anos, já em São Paulo, casou-se com Maria dos Anjos e lhes nascem os filhos: Clóvis, Cláudio, Cláudia e Clodoaldo.
E a vida seguia pedindo seu testemunho de fé nas árduas lutas do dia a dia… Com a saúde precária da esposa e as constantes visitas hospitalares, muitas vezes, cabia ao esposo os afazeres domésticos, além de seu trabalho habitual e das atividades complementares nos finais de semana, limpando poços d’água e fazendo jardins particulares. Mesmo assim, o estômago ainda doía de fome, pois deixava de comer em benefício dos filhos. Nesta época morava em Diadema, Grande São Paulo.
Foi através de um dentista amigo – Dr. Omar – que conheceu a Doutrina Espírita e foi apresentado ao engenheiro Cineas Feijó Valente, que o convidou a frequentar o GEEM.
Daí em diante, Joaquim dedicou toda sua vida em prol da causa espírita e soube exemplificar como poucos a renúncia e a abnegação, a humildade e o benefício ao próximo.
Em 1984 sofreu a dor da desencarnação de seu filho mais velho, Clóvis, e pouco mais tarde passou a ter problemas no coração, que o acompanharam até sua partida para a Pátria Espiritual, em 3 de maio de 2004.
Que neste momento – em que saudosamente nos lembramos da sua figura generosa, o Mestre Jesus o ampare e abençoe e que possa ele colher os frutos do intenso trabalho ao longo de 78 anos repletos de exemplos de humildade, coragem e força espiritual.
Até breve, caro amigo!
Caio Ramacciotti