Alda Pacheco Ramacciotti
Jaú-SP – 06 de julho de 1915
São Paulo-SP – 31 de dezembro de 2007
Findava a tarde do último dia do ano de 2007, quando Alda Pacheco Ramacciotti deixou-nos o convívio, aos 92 anos de existência, após arrostar resignada o intenso sofrimento dos últimos trinta dias de internação.
Com grande dificuldade, reuniu forças nos minutos finais de vida terrena para fixar — com os olhos marejados — os filhos presentes em seu quarto do terceiro andar do Hospital São Camilo da Vila Pompéia. Abençoou-os lacrimosa, como a lhes dizer: Filhos queridos, Jesus os acompanhe…
Natural de Jaú, tradicional município paulista, residiu ainda na infância em Cafelândia, no portal do noroeste paulista, fixando-se posteriormente em Bauru, importante entroncamento ferroviário de então.
Aí conheceu Rolando Mário Ramacciotti, o fundador do Nosso Lar e do GEEM — Grupo Espírita Emmanuel, instituições que dirigiu até sua desencarnação em dezembro de 1979.
O casal teve oito filhos, todos ligados à causa que abraçaram: o socorro das pessoas desvalidas e a divulgação da Doutrina Espírita de que, Rolando, inspirado por Chico Xavier, Emmanuel e Batuíra, fez-se paladino ao longo de sua existência.
Alda, nossa mãe querida, sempre o acompanhou à maneira das mulheres que seguiram Jesus em seu apostolado na Terra: anônima, sem aparente destaque, isolada dos pleitos do mundo, mas dedicada ao extremo, carregando de permeio aos nobres ideais do marido a responsabilidade da dedicação incondicional aos oito filhos, todos nascidos em Garça, na Alta Paulista, cidade pouco distante de Bauru.
Sua renúncia é conhecida de todos que com ela privaram. Respeitada, amada e reconhecida pelos filhos, de quem cuidou com extremo carinho, noras, genros e netos, comunidade de quatro dezenas de almas privilegiadas, impôs-se-lhes pela grandeza dalma.
Abdicou dos valores temporais em louvor à missão que Jesus lhe destinou na Terra, cujos caminhos percorreu desataviada, em sua simplicidade comovente, contudo, enaltecida pelos predicados espirituais que exornavam seu caráter, sua sabedoria e bondade.
Podemos afirmar, sem qualquer possibilidade de engano, que Alda permitiu, apagando-se ante o mundo, a Rolando Ramacciotti a dedicação integral à vivência e difusão da Boa Nova, sob a roupagem espírita, completando-se ambos os experientes espíritos na execução dos elevados encargos que vivenciaram em sua última romagem pela Terra.
Como certa feita Chico falou, em reunião com familiares e amigos do nobre casal, Rolando trocou em sua última existência, encerrada no século passado, o poder de outras épocas perante as comunidades terrenas pela vivência dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
E cremos que Alda também o fez!
Querida mãe, sentimo-la feliz na Vida Espiritual, ao lado do seu companheiro e do grande amigo Francisco Cândido Xavier.
Continue conosco, que nos encontramos por aqui, agora sem a sua presença física, inspirando-nos, socorrendo-nos, para que não nos sintamos órfãos de seu carinho e de sua proteção.
Adeus, Mãe do século, como carinhosamente a chamava seu filho Plínio.
Receba o abraço saudoso dos filhos Virgílio, Plínio, Caio, Maria Tereza, Paulo, Maria Cristina, Maria Lúcia, Mário e dos genros, noras, netos e amigos.
Caio Ramacciotti
São Bernardo do Campo, janeiro de 2008