Que homem é este
“Para escrever sobre este homem, minha incapacidade é tamanha que lanço mão de palavras e frases lidas e ouvidas aqui ou acolá.
Tento. Escrevo e apago. Rabisco e risco. Arrisco-me. Nem assim me é fácil expressar o que gostaria de dizer. Mas se você esteve com ele por alguns minutos, ainda que tenha sido uma única vez, não terá dificuldade em entender o que tanto quero dizer e não consigo.
Que homem é este:
Doente, deu saúde a um incontável número de pessoas;
Pobre de bens materiais, consolou numerosos ricos;
Rico de bens espirituais, jamais esqueceu os pobres;
Sem poder humano, orientou e consolou poderosos;
Sem dinheiro, enriqueceu o século em que nasceu;
Sem títulos acadêmicos, apenas com o quarto ano primário, foi co-autor de verdadeira enciclopédia, versando os mais variados temas sobre ciência, filosofia e religião;
Apagando-se, iluminou nossos caminhos;
De sua boca jamais se ouviu uma palavra de pessimismo, ódio, condenação ou revolta. Sua vida foi toda dedicada para que “a fé se elevasse, a esperança crescesse, a bondade se expandisse e o amor triunfasse sobre todas as causas”.
Que homem é este que, apesar dos sofrimentos que experimentou em toda a vida, ainda consegue:
Sorrir além do cansaço;
Servir apesar das doenças;
Sofrer sem reclamar;
Fazer o bem aos que lhe fazem mal;
Orar pelos que o perseguem e caluniam;
Ajudar desinteressadamente;
Conversar com os animais;
Amar todos os seres;
Publicar quatrocentos e dez livros, com vinte milhões de exemplares vendidos, sem nunca receber um centavo de direitos autorais.
Que homem é este que, há muitos anos, capa e assunto das principais revistas e jornais do País, nunca perdeu a simplicidade?
Que homem é este que, após alguns anos retido em sua casa por doenças graves, bastou a simples notícia de que havia voltado a atender para que milhares de pessoas acorressem à cidade onde mora, simplesmente para vê-lo?
Que homem é este que resistiu oitenta e nove anos de massacre com a mesma paciência e serenidade dos primeiros seguidores de Jesus?
Que nunca se cansa de fazer o bem.
Nunca perguntei a este homem se ele é feliz, mas deve ser, porque faz a vontade de Deus.
Ele tem um jeito manso de falar, um olhar límpido como um céu sem nuvens, um sorriso franco de quem é autêntico…
Este homem não consegue mais falar sobre o Cristo sem se emocionar até as lágrimas.
Seu nome é Chico, o nosso Chico, um homem feito só de amor.
Seu nome é Chico, Chico Xavier, a paz que todo mundo quer.”
(Trecho de autoria de Adelino da Silveira, extraído do livro Momentos com Chico Xavier , 1ª Edição, 1999)