Revista Comunicação #200 – Janeiro/Março 2013

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Editorial

NÃO VADES TER COM OS GENTIOS
(Mateus, 10: 5 a 15)

A tradução do Novo Testamento de João Ferreira de Almeida assim inicia as instruções de Jesus aos 12 apóstolos recém-escolhidos:

— Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidades de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel.

E prossegue, com Jesus orientando os apóstolos na pregação de sua divina mensagem.

O vocábulo preferência, acima grifado, sintetiza o desejo do Mestre de levar seus ensinos às ovelhas perdidas de Israel, que Kardec entende como sendo os judeus que acreditavam no Deus uno e esperavam o Messias, preparados que estavam para Lhe acolherem a sublime palavra, à semelhança de terreno já arroteado.

A conversão dos gentios viria pouco tempo depois com Paulo de Tarso.

Mas, porque a restrição aos samaritanos?
Essa é outra história que teve início após a peregrinação por séculos do povo judeu pelo Crescente Fértil e sua fixação final nas terras da Palestina, conduzidos por Moisés.

A desavença teve seu ponto de partida cerca de mil anos antes de Cristo, com a morte de Salomão e o decorrente cisma das doze tribos.

As tribos de Judá e Benjamin prestigiaram seu sucessor, o filho Reboão, constituindo o Reino de Judá, cuja capital foi Jerusalém.

As outras dez tribos, por razões políticoeconômicas, aderiram a Jeroboão e formaram o Reino de Israel, ao norte da Palestina, sendo a cidade de Samaria sua capital, gerando o cisma grande e incurável animosidade entre esses povos irmãos, descendentes do patriarca Jacob, neto de Abraão e que viveu em torno de meio milênio antes.

Os samaritanos criaram culto próprio, baseado no pentateuco de Moisés, afastando-se de Jerusalém, a cidade sagrada, e jamais foram perdoados pelos habitantes do Reino de Judá.

No início do século VI a.C., ambos os reinos foram golpeados pelas invasões persas. Houve grande destruição na Palestina, os judeus foram aprisionados e levados à Mesopotâmia, ali permanecendo em cativeiro, sendo libertados por Ciro, o Grande, décadas depois, no ano de 537, anterior à era cristã.

A destruição e consequentes perdas humanas foi maior entre os samaritanos. Hoje, os seus raros remanescentes vivem em Nablus, no atual estado de Israel.

Mesmo à época de Jesus, a discórdia entre os judeus de Jerusalém e os samaritanos persistia, daí a sabedoria do Mestre em buscar apaziguá-los.

Jesus, em sua divina pregação mostrou aos judeus chefiados pelo Sinédrio o valor dos samaritanos em três episódios: a cura dos hansenianos, a parábola do samaritano e o encontro com a mulher que retirava água no poço de Jacob.

Na cura dos dez hansenianos, destaca o Evangelho de Lucas que apenas um deles, o samaritano, agradeceu ao Mestre, retornando curado e prostrando o rosto a seus pés. Jesus lhe perguntou: onde estão os outros nove?…

Relata-nos João que Jesus fatigado, passando por Sicar, cidade da Samaria, no poço de Jacob pediu água à mulher samaritana, que lhe saciou a sede. O Senhor lhe falou:

— Quem beber desta água tornará a ter sede, mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede.

E a mulher, convertida pelas suas palavras, lhe pediu:

— Dá-me, Senhor, dessa água para que eu não tenha mais sede.

Na parábola do bom samaritano, nosso Mestre destacou-lhe a caridade, socorrendo o homem caído na estrada de Jericó, o que não fizeram o sacerdote e o levita, representantes da religião judaica.

Sabemos que os levitas, na divisão das doze tribos, não receberam terra para o cultivo e convivência social, e sim a responsabilidade de cuidar da religião, como sacerdotes ou intendentes do templo. Perderam, em parte, a função sacerdotal nos últimos três séculos antes de Cristo, pela interferência do Sinédrio em favor, sobretudo, dos fariseus.

Na vida hodierna, sob a ótica espírita, Jesus não se preocupa mais com os gentios e os samaritanos, mas sim com a nossa integração plena à sua mensagem de vida eterna.

Pede-nos a renovação interior, de todas as maneiras possíveis, enviando inclusive, a cada período do processo evolutivo da Terra seus discípulos, que à feição dos doze que o seguiram nos tempos passados, vivenciam no mundo a Sua lição de amor e de esperança.

Isabel de Aragão no medievo, Gandhi e Chico Xavier, nos tempos atuais, são três desses missionários, que renunciaram a si mesmos em favor do “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.

Leitor amigo, com os votos de um Feliz 2013, oferecemos a seguir duas mensagens recebidas pelo Chico, para que você tenha um Novo Ano, renovado pela fé e pela água pura da vida, recordando sempre, conforme nos ensina Emmanuel, que a Terra, generosa e fecunda, revela, em toda parte, a Compaixão de Deus.

 

São Bernardo do Campo, janeiro de 2013.

Caio Ramacciotti
GEEM – Grupo Espírita Emmanuel

Água da Vida

Na Terra, a água é o ingrediente mais expressivo da vida orgânica.

No seio morno do mar, nasceram os embriões de toda existência física. Sem a presença dos rios, o homem não construiria a cidade, e, sem o apoio da chuva, ninguém colheria os frutos do campo.

Para que a vitalidade garanta a força corpórea, é preciso que a água amasse o pão das criaturas, e, para que a saúde humana seja mantida, quase sempre é indispensável seja ela o veículo da medicação que socorre.

Assim como a água, preciosa e necessária ao progresso e à segurança do mundo,é também a piedade no campo espiritual de nossas relações uns com os outros.

Sem a piedade das mães que morrem, renunciando a si mesmas, não conheceríamos o conforto do lar;

— sem a piedade dos que ensinam, humilhando tanta vez a si próprios, a ignorância seria noite invencível;

— e, sem a piedade do amor fraterno, que perdoa sem condições, o ódio entre as criaturas seria qual veneno volante e destruidor.

Piedade! Piedade!…

Guarda-a contigo no coração e no cérebro, para que o sentimento e a ideia te plasmem, onde estiveres, a palavra que reanime e que ajude e conserva-a limpa, em tuas atitudes e em tuas mãos, para que o trabalho, que te verte do roteiro, seja bênção de luz a clarearte
o caminho!

Recorda-te de que não prescindes da piedade que regenera e levanta, a fim de que, ofertando-a hoje, possas recebê-la amanhã no
dia de tua dor.
E, usando-a por água pura da vida, em todos os momentos, lembra-te de que a Terra, generosa e fecunda, revela, em toda parte, a Compaixão de Deus.

 

Emmanuel
(Do livro Mais Perto — Francisco Cândido Xavier / Emmanuel — Edição GEEM)

Toque de Fé

Hospedaste conflitos do pensamento sem perceber e, por isso, te afliges.

Entretanto, asserena-te e espera.

Muitas das inquietações que te pungem o espírito não passam de nuvens formadas por tua própria imaginação.

A pessoa que te parece suspeita, qual se te fosse um adversário prestes a ferir-te, talvez esteja, em tua área de ação, buscando auxiliar-te.

O desencanto experimentado terá sido provavelmente o meio de que se valeu a Sabedoria Divina, para livrar-te de tribulações futuras, cujo peso não suportarias de pé.

Aconteça o que acontecer, guarda-te em paz, oferecendo aos outros o melhor de ti, a fim de que os outros te ofertem o melhor de que disponham.

Ainda que fardos de sofrimento se te amontoem na vida, permanece firme em tua fé e em teu caminho, porquanto nenhuma tempestade, por mais arrasadora, te pode arrancar a proteção de Deus.

 

Emmanuel
(Do livro Sinais de Rumo — Francisco Cândido Xavier / Espíritos Diversos — Edição GEEM)

Notícias

1) A Casa de Chico Xavier, a Câmara Municipal e a Aliança Municipal Espírita de Pedro Leopoldo homenagearam na noite de 7 de novembro de 2012 seu filho dileto, Francisco Cândido Xavier, por ser eleito O Maior Brasileiro de Todos os Tempos, a 3 de outubro passado, em pleito conduzido pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

2) A partir de 15 de novembro passado, o GEEM está no facebook. Participe.

 

3) Lançado em setembro de 2012, o filme E a Vida Continua, baseado no romance de André Luiz/Francisco Cândido Xavier (edição Feb), produção de Oceano Vieira de Melo, Sonia Marsaiolli de Melo e Paulo Figueiredo.

4) Em novembro passado, a revista semanal Época, apresentou interessante e promissor estudo sobre a mediunidade, com o título Os avanços da ciência da alma. Trata-se de pesquisa inédita de Denise Paraná, realizada no hospital da Universidade da Pensilvânia (USA), com equipamentos de última geração, para investigar o cérebro dos médiuns durante o transe, com conclusões surpreendentes.

Nossas Atividades

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– Livros e Revista Comunicação®
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II – Departamento Filantrópico Nosso Lar

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Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam

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