A Palavra de Emmanuel
(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos.)
Civilização com Jesus
Comumente surpreendemos muitos companheiros que falam de renovação do trabalho, solicitando reformas violentas, como se todos os seus contemporâneos estivessem no grau de cultura intelectual em que já se encontram.
Entretanto, se fossem recenseados entre aqueles irmãos da Humanidade que apenas guardam consigo, por enquanto, leves traços de alfabetização imperfeita, decerto que não se alegrariam, em se vendo arrastados pelo vento da transformação para facearem, sem preparo justo, determinadas empresas de realização e serviço.
Muitos se referem aos problemas sociais, exigindo medidas drásticas que consagrem novos tipos de relacionamento humano.
Todavia, caso se vissem no lugar daqueles que foram mantidos desde a meninice nas sombras da ignorância, não se agradariam ao se reconhecerem impulsionados à força para experiências complexas e arriscadas, até agora inacessíveis ao entendimento geral.
Reportam-se outros muitos a diferentes condutas de economia, qual se administração dos interesses de milhões de pessoas devesse alterar-se de um instante para outro. No entanto, se fossem contados entre aqueles que muito pouco sabem, ainda, acerca de produção e disciplina, receita e despesa, em nada lhes adiantaria entrar em metamorfoses precipitadas, que talvez unicamente os induzisse a leviandade e perturbação.
Demoram-se muitos no exame da liberdade, rogando a independência imediata e sem freios para todas as criaturas, qual se a liberdade verdadeira não se baseasse no dever retamente cumprido. Mas, se vivessem nos obstáculos em que estacionam os espíritos inexperientes e inseguros, é possível que essa espécie de liberdade tão somente os levasse a sofrimento e loucura.
Se quisermos um mundo melhor, saibamos construí-lo. Progresso espiritual não vem por osmose. Não vale a melhoria de alguns sobre o estrangulamento de milhões.
(Do livro Chico Xavier Pede Licença – F. C. Xavier / J. Herculano Pires / Espíritos diversos – edição GEEM)
Jerusalém ao Tempo do Cristo
A Volta de Jesus
Jerusalém, Jerusalém…
Retornemos ao passado. Dois mil anos atrás! Manhã de domingo, terceiro dia da crucificação de Jesus.
Nasce o dia 5 de abril de 33 de nossa era! Jerusalém ainda dorme sono profundo, com pesadelos. Inicia-se o 16º dia do mês de Nissã, emoldurado pela floração da primavera. O terreno árido da região contrasta com as tamareiras em flor. A tristeza, porém, é imensa. O silêncio inquietante como que transforma os habitantes de Jerusalém em prisioneiros de si próprios. Prisioneiros da consciência…
Três dias antes, a 3 de abril*, perpetrara- se na terra santa, tão decantada pelos profetas de Israel, o doloroso episódio, que a Humanidade jamais esqueceu: a crucificação de Jesus, decidida por judeus e referendada pelos romanos. Imperava em Roma, absoluto, Tibério César, o sucessor de Otávio Augusto.
Com uma população fixa em torno dos trinta mil habitantes, que triplicava na época das festividades religiosas, como na páscoa em que Jesus fora martirizado, e cercada pela muralha, qual as cidades-estado gregas e romanas, evidenciava-se no interior de Jerusalém, entre outras centenárias edificações:
— A Torre Antônia, baluarte de defesa dos romanos, com faces voltadas para o norte e leste; à sua retaguarda, o sobranceiro Templo de Salomão, reconstruído após o cativeiro da Babilônia, em torno de quinhentos anos a.C.
— A sudoeste, na cidade alta, o palácio de Herodes I, falecido pouco tempo depois do nascimento do Cristo. Destacava-se próxima ao palácio a residência do sumo sacerdote judeu Caifás, um dos algozes de Jesus.
Sabemos que, após o interrogatório de Caifás, o Mestre foi encaminhado a Pilatos, que o atendeu no pretório do Palácio de Herodes. Ali, e também na ágora contígua, Jesus foi vilipendiado, sendo conduzido ao Gólgota.
— Ainda a sudoeste, perto da muralha voltada para o sul, que faceava o vale de Hinon, depositário das humanas mazelas, situava-se a casa de um amigo incógnito, que recebeu, para a última ceia, o rabi e seus apóstolos na quinta-feira, véspera da crucificação. Após a ceia, rumaram o Mestre e os companheiros para o Monte das Oliveiras, do qual quase que se avistava o lugarejo de Betânia, onde, sob os sicômoros do jardim de Lázaro, Jesus vivera momentos de ternura e doce abandono.
O verdejante monte situava-se a leste, fora da muralha, do outro lado do vale do arroio Cedron, e, em suas faldas, desenhavase o jardim de Getsêmani, onde Jesus orou ao Pai antes de ser preso pela súcia de desalmados que o levou ao infame madeiro.
Da elevação fora das muralhas, nomeada Gólgota, situada a noroeste da cidade e próxima de onde nascia o caminho para Emaús e Jope, cidades de eterno significado evangélico, sentia-se lá embaixo, na velha Jerusalém, trágico e desolador panorama.
Era, reproduzindo melancólicas palavras de Humberto de Campos, pouco antes de falecer, como se o tempo na Terra tivesse parado, e os mortais desesperados buscassem reavê-lo, tirando pedaços do deus Cronos, enquanto ele se entregava a sono profundo.
Pois bem, ali, próximo à cruz em que Jesus fora tripudiado por algumas poucas mas intermináveis horas, havia um sepulcro aberto e duas mulheres desorientadas, duas Marias, a de Magdala e Maria Cleofas, mãe de Tiago Menor, o filho de Alfeu.
Ao ver o túmulo aberto e vazio, ali restando apenas o sudário e a mortalha, Maria Madalena voltou-se, quase que petrificada, e, divisando alguém que imaginou ser um jardineiro, suplicou-lhe:
— O que fizeram de meu Senhor?
E o suposto jardineiro respondeu:
— Maria!
Aos prantos, Maria Madalena, fixando o olhar no interlocutor, reconheceu o Mestre e exclamou abalada pela comoção:
— Raboni! (Mestre)
E, de imediato, procurou os apóstolos, comunicando-lhes em lágrimas:
— Nosso Mestre voltou!
Pela inconfundível descrição de João, enriquecida por Lucas, sabemos o que ocorreu depois.
Na tarde daquele inesquecível domingo, Jesus apareceu aos apóstolos. Nesse primeiro encontro Tomé não estava presente. Achavam- se eles reunidos e entristecidos, desorientados e sem saber o que fazer. Faltavalhes a presença do Mestre.
Ainda sob a luz do Sol, Jesus entrou no humílimo aposento em que choravam os discípulos tão queridos, leais companheiros de três anos de peregrinação, e com a voz serena lhes disse:
— A paz seja convosco!
Após deixá-los, o Mestre de Nazaré acompanhou, no caminho de Emaús, distante apenas sessenta estádios de Jerusalém, dois discípulos, um deles de nome Cleopas, ambos abatidos pela morte de Jesus. Com eles dialogou, sem identificar-se. Estes caminheiros tão somente o reconheceram após chegarem a Emaús, enquanto ceavam numa estalagem, ao verem o Cristo partir o pão daquele seu jeito tão conhecido.
Oito dias depois, reencontrou seus leais seguidores e fez com que Tomé enfim conseguisse crer em sua ressurreição. Dias mais tarde revê Pedro, Tiago Maior e João em Cafarnaum, no lago de Genesaré. Em Atos, Lucas menciona que o Mestre ascendeu aos Céus 40 dias depois de sua ressurreição.
Em sublime contato com os apóstolos queridos, no Horto das Oliveiras, às vésperas da crucificação, Jesus lhes falou longamente de suas responsabilidades na propagação da Divina Mensagem e prometeu enviar à Humanidade o Consolador:
— Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador para que fique eternamente convosco. O Espírito da Verdade…
E cumpriu sua palavra. Mas, voltando pessoalmente?
Não. Enviou valoroso discípulo, que se identificou a Allan Kardec como sendo o Espírito da Verdade.
Em mensagem mediúnica, referendada por Kardec na Revista Espírita, Sanson, um fiel companheiro do codificador, declara ter visto essa elevada entidade no Plano Espiritual.
É claro que legiões de bravos batalhadores do bem reencarnaram na Terra para testemunhar o Consolador Prometido, mas a consciência nos obriga a destacar dois deles:
No século XIX, Kardec — o fundador do Espiritismo, e, no século passado, Francisco Cândido Xavier — o exemplificador, na teoria e na prática, da obra do mestre lionês.
A ascendência espiritual de Kardec liga-o a João Batista e Erasto, e a de Chico Xavier, a Isabel de Aragão e Emmanuel.
E qual o legado para a Humanidade desses dois mensageiros do Rabi?
Kardec, no século das luzes, materializou- nos o Consolador Prometido, cumprindo, sob a orientação do Espírito da Verdade, o que Jesus antecipara dois milênios antes.
Chico, sob a supervisão de Emmanuel, propagou à saciedade nossa doutrina ao longo de quase um século, seja com sua vivência apostólica, seja com a obra psicografada, absolutamente coerente com Kardec.
Ambos esses missionários do Mais Alto revivenciaram, para nossa alegria, os tempos de Jesus, mostrando-nos uma nova Jerusalém, iluminada pelo nosso Mestre e palco de Sua presença inolvidável, com seus exemplos inesquecíveis e os milagres, tantos e tantos: a cura da filha de Jairo; a restituição da saúde aos dez hansenianos que encontrara nos confins da Samaria; o encontro com a mulher samaritana no poço de Jacob, oferecendo-lhe a água que dessedenta para toda a eternidade. Não nos esqueçamos da cura de Lázaro em Betânia, no Além-Jordão, por quem o rabi chorou lágrimas humanas de dor e saudade.
Reverenciamos a primavera como a estação da luz e das flores, que nos envolve em alegria e esperanças ante a vida.
Singularmente, a ressurreição de Jesus e o lançamento de O Livro dos Espíritos se deram na primavera. Chico Xavier nasceu em nosso outono, a 2 de abril, mês privilegiado pelo Sol, à semelhança da primavera do hemisfério norte, com os céus azuis e as garças alvissareiras a nos facultarem dias de paz e reflexão.
Que as palavras do Divino Mestre e os exemplos de seus diletos discípulos, Chico e Kardec, nos inspirem sempre, a fim de divulgarmos a Terceira Revelação, que consubstancia a volta de Jesus entre nós.
GEEM- Grupo Espírita Emmanuel
Caio Ramacciotti
*Data mencionada por Renan em Os apóstolos.
(Lello & Irmão – editores. Porto, Portugal)
Evangelho em Casa
O culto do Evangelho em casa — pelo menos uma vez por semana — ser-vos-á uma fonte de alegrias e bênçãos.
Renovemos o contato com os ensinamentos de Jesus, tanto quanto nos seja possível, e não somente o lar, que nos acolhe, se transformará em celeiro de compreensão e solidariedade, mas também a própria vida se nos fará luminoso caminho de ascensãoà felicidade real.
Batuíra
(Do livro Mais Luz – Francisco Cândido Xavier/Batuíra; Edição GEEM)
Notícias
1) O livro Pão Nosso (Emmanuel/Chico Xavier, edição FEB) foi premiado com a medalha de bronze nos Estados Unidos da América, na edição de 2015 do Illumination Book Award, que contempla livros cristãos de destaque. (www.vinhadeluz.com.br)
2) Em março passado, iniciou-se a Campanha do Culto do Lar GEEM, referente a 2015. Solicite nosso tradicional folheto com sugestões para a implantação do Evangelho em casa. Para este ano, vamos disponibilizar 60.000 impressos. Seja nosso parceiro nessa tarefa. Juntos levaremos a mensagem de Jesus, na roupagem espírita, aos lares do Brasil e do Exterior. Solicite por nosso e-mail geem@geem.org.br ou por carta.
3) O programa radiofônico do GEEM, No Limiar do Amanhã, neste mês de abril, vai abordar temas sobre Chico Xavier e Allan Kardec, em reverência ao aniversário de nascimento do saudoso Chico e ao lançamento, a 18 de abril de 1857, de O Livro dos Espíritos. Participe com e-mails ou cartas. Distribuiremos no decorrer do mês 100 livros de Chico. Maiores detalhes serão informados pelo próprio programa.
Nossas Atividades
I – Departamento Editorial Batuíra
Divulgação da vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Livros e Revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha
Reuniões Espíritas:
– Centro Espírita Maria João de Deus
São Bernardo do Campo (2ªs e 6ªs às 20h)
Programa No Limiar do Amanhã (sábados às 19 horas)
– Rádio Morada do Sol São Paulo-SP – (AM-1260 khz)
– Rádio Morada do Sol Araraquara-SP – (AM-640khz)
II – Departamento Filantrópico Nosso Lar
Atendimento a famílias e gestantes:
Internet: www.geem.org.br
E-mail: geem@geem.org.br
Telefones: (11) 4109-7960 e (11) 4109-7122
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Diretor: Caio Ramacciotti
Jornalista Responsável: Mário Augusto R. Vilela
Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam
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