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A Palavra de Emmanuel
(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos.)
Com a Bênção do Cristo
Com a bênção do Cristo na própria alma, tens contigo a Luz que extingue a som-bra e o Amor que mitiga o sofrimento.
Assim, à frente dos que te rogam socor-ro, exilados nas trevas da ignorância ou nas aflições da miséria, descerra o coração e am-para sempre.
Não lastimes: – “sou nada”.
Não digas: – “esmoreci”.
Sabes que possuis no altar do próprio espírito o celeiro de bênçãos do Grande Doa-dor, e que a harmonia do Céu dilatar-se-á, em teus dias, à medida que lhe estendas os áureos dons.
Não procures o Mestre tão somente para pedir…
Não lhe recordes a generosidade apenas no escuro instante do pessimismo, quando o Sol se te afigura apagado, e a vida te parece envolta em cinza e fumo!…
Jesus espera-te o coração todos os dias para vazar, através de teu sentimento, de tua palavra e de tuas mãos, o tesouro da Boa Nova, que é consolo e entendimento, harmo-nia e esperança…
Lembra que o Senhor te solicita os braços na construção do Reino de Deus na Terra e, por essa razão, podes ser com Ele, desde hoje, o sagrado instrumento do Eterno Bem…
Pensa nisso e jamais te sintas cansado ou inútil para auxiliar…
Sabes que a morte é ressurreição na Vida Imperecível para os que souberam fazer luz em si mesmos e não ignoras que o amor cobre a multidão de nossas próprias faltas…
Compreendendo, assim, o Evangelho, em termos de trabalho e renovação, sê com Jesus o servidor da fraternidade, para que a fraternidade, como anjo celeste, se faça a guardiã de tua alegria.
Ide e pregai – disse-nos o Senhor.
Sigamos exemplificando, acrescenta-mos nós, porque, somente pela cartilha de nossos próprios testemunhos de fé, o irmão do caminho poderá contemplar a bondade do Cristo e sentir-Lhe a Infinita Grandeza.
Emmanuel
(Do livro Abençoa Sempre – F.C.Xavier/Emmanuel. Edição GEEM)
Natal com Jesus e Chico Xavier
Não se sabe ao certo o dia em que Jesus nasceu. Consideram-se datas variadas, e há quem suponha que seu nascimento possa ter ocorrido na primavera, estação mais amena e propícia às viagens longas a pé ou no lombo dos jumentos, como a que fizeram Maria e José rumo de Belém.
Na época do censo populacional deter-minado por Roma, possivelmente na prima-vera, Maria ainda acariciava em seu ventre o Divino Nazareno, e José, zeloso da tradição judaica, deveria participar do recenseamento em Belém, terra de Davi, de quem descendia.
Morava o carpinteiro em Nazaré, na Palestina, que fazia parte do Império Romano, ao tempo de Otávio Augusto.
A extensão desse império já era imensa e, pouco mais de um século depois, abrange-ria todo o território que ia — de oeste para leste — das colunas de Hércules, em Gibraltar, à Mesopotâmia, e — do sul ao norte — da África até a Muralha de Adriano, na Escócia.
Assim, José, no ano que passou a ser o primeiro de nossa era cristã, acompanhado de Maria, percorreu mais de uma centena de quilômetros, subindo de Nazaré, na Galileia, até Belém, situada na cadeia montanhosa que envolve Jerusalém.
Não obstante as várias datas sugeridas para a vinda do Mestre entre nós, a Igreja Católica, aculturando tradições pagãs, em meados do século IV, convencionou em fixar-lhe o nascimento no dia 25 de dezembro, mês do inverno europeu em que as noites são as mais longas do ano e os dias curtos e frios.
Esses dias de dezembro, e de todo o in-verno, inadequados às culturas agrícolas, tinham importante significação para os habitantes do campo, que rogavam aos deuses as bênçãos para a fertilidade do solo e a fartura das colheitas.
Esses dias também eram considerados por cultos pagãos como ideais para a homenagem ao Sol Vitorioso, que, nessa época gélida e escura, situa-se mais distante da Terra devido ao solstício de inverno.
Considerando a tese de que Jesus tenha nascido na primavera, talvez em abril, ocorre-nos recordar que Francisco Cândido Xavier também nasceu em abril, no dia dois. Esse mês, no Brasil, encanta-nos com as tardes mais belas do ano, de tempo estável e céu azul, ricas da vegetação ainda colorida, típica dos princípios do outono. Contudo, a tradição levou a cristandade ocidental a considerar a chegada do Mestre entre nós a 25 de dezembro. E dezembro se aproxima…
Insinua-se em nossos pensamentos, a pouco e pouco, singular atmosfera espiritual, rica de bênçãos. Elevados espíritos, que vi-vem nos mais altos círculos dos Céus, envolvem-nos, fazendo ecoar, em nossos ouvidos, os cânticos de hosanas ao Senhor da Vida.
Entre essas entidades evoluídas da Vida Maior, vem-nos à memória Chico Xavier, que, especialmente no mês em que com maior ênfase rememoramos o Messias, sempre cumpriu extensa agenda de trabalho, visitando legiões de criaturas encarnadas, assediadas por dolorosas provas reencarnatórias.
Como exemplo de sua afeição aos que sofrem, recordo-me de sua habitual presença em Goiânia, na época natalina, para abraçar a todos os hansenianos asilados na benemérita casa de caridade, então denominada Colônia Santa Marta.
Com pequeno grupo de amigos, deixava Uberaba de carro e dirigia-se à capital de Goiás para visitar essa gente destemida cujo corpo — e também a alma — fora severamente castigado pela inclemência da moléstia.
Não tive a oportunidade de acompanhá-lo, mas amigos comentam que, com um terno sorriso, esforçando-se para ocultar os olhos marejados, Chico, inspirado por Francisco de Assis, abraçava um a um esses irmãos atados a impiedoso sofrimento, distantes do convívio familiar pela gravidade de suas lesões físicas.
Osculava rostos e mãos deformados, vendo-os, contudo, espiritualmente perfeitos, como que curados, com o perispírito recendendo suavíssima luz, abençoados que eram pela prova redentora que escolheram.
Imaginemos o júbilo de seus familiares, se pudessem ver também os entes amados assim qual Chico os identificava, em sua privilegiada visão espiritual…
Nosso saudoso benfeitor não se esquecia de nenhum dos internos e deles se aproximava com a naturalidade de quem estivesse revendo um ente muito querido. Envolvia-os, a ele próprio e a cada um dos hansenianos que abraçava, o suave perfume de Sheilla, também presente.
Chico, nesses momentos, era acompanhado, do lado espiritual, por Jésus Gonçalves. O autor de Flores de Outono* viveu entre nós no século passado e, apesar de ver o próprio corpo dia a dia consumido pelo mal de Hansen, buscava socorrer irmãos de sofri-mento asilados, como ele próprio, em leprosários do Estado de São Paulo.
Interessante como os discípulos de Jesus são semelhantes em seu proceder:
Doam-se plenamente à causa que abraçaram, em peregrinações incessantes pelos locais onde a dor estiver presente.
Exemplo dessa assertiva são as viagens de Paulo de Tarso. Pregou a judeus e a gentios em longas peregrinações pela Palestina, Ásia Menor, Chipre, Balcãs, Espanha (segundo Emmanuel) e em Roma!
Paulo foi agredido, preso, vilipendiado, mas nada o desviou da missão de propalar a mensagem do Senhor. Foram 30 anos de lutas incessantes até a sua decapitação em Roma.
Pode-se ver com clareza que a essência do devotamento dessa virtuosa gente, voltada ao bem, provém da assimilação plena dos ensinos do sublime galileu ao longo de seu apóstolado Divino, sobretudo do inolvidável conselho que deu aos discípulos, pouco antes de ser levado à cruz, onde glorificou o Pai:
— Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passais por aflição, mas tende bom ânimo. Eu venci o mundo. (João, 16: 33)
Essa paz em Jesus alentou, qual combustível espiritual, o ânimo dos apóstolos, como pudemos ver na longa caminhada terre-na de Chico Xavier e no retorno de Pedro a Roma.
Quando deixava a então capital do mundo, percorrendo com João Marcos a Via Appia, saudoso em rever o mar da Galileia, o velho apóstolo recebeu a visita do Nazareno, que o induziu ao regresso imediato a Roma, a fim de consolar os irmãos de fé, às voltas com o sacrifício na cruz ou nos circos romanos, devorados por feras famintas.
E ainda sentimos essa paz em Jesus na sublime renúncia de Joana de Cusa, que se entregou ao Senhor, ao lado do filho querido, ambos presos ao madeiro redentor, nessa Roma em que os- primeiros cristãos se imolaram em louvor à causa do Mestre…
Para concluir, caro leitor, cientes de que já estamos em outubro, mês de Kardec, e nos vamos aproximando da haura espiritual natalina, imersos em suave atmosfera de bênçãos, desejamos-lhe um Feliz Natal e um Novo Ano de paz em Jesus e renovadas realizações espirituais.
São Bernardo do Campo, 3 de outubro de 2015.
(Aniversário de nascimento de Allan Kardec)
Caio Ramacciotti
GEEM – Grupo Espírita Emmanuel
*F.C.Xavier/Jésus Gonçalves, edição Lake.
História de um Violino
Parei, fitando um acervo de sucata
Que iria arder no fogo breve,
Por um fósforo leve,
Cuja chama pequena incendeia e consome
Qualquer montão de peças estragadas,
Mesmo aquelas que trazem doces nomes
De pessoas amadas…
Dentre as centenas de objetos,
Vasos, portões e móveis incompletos,
Cuja destruição era o destino,
Encontrei um violino
Que mais me parecia
Uma relíquia em agonia,
No resto de instrumento que ele fora…
De onde procederia
— Perguntei a mim mesma, altamente intrigada,
Aquela peça desprezada?
Sob que mão renovadora
Teria sido um dia
Perfeitamente manejada?
Então aquele traste,
Em rude desconforto,
Falou-me ao coração:
— Não lastimes a sorte que me espera.
Quanto anotas no mundo,
Desde o campo relvoso ao deserto infecundo,
Tudo é renovação!…
Eu fui um tronco verde, o mais belo de um horto,
Que mais brilhava ao sol da primavera.
Era visto de longe, nos caminhos
Em que passasse alguém que amasse
Os pássaros e os ninhos…
Minhas flores vermelhas
Eram a adoração dos enxames de abelhas…
Orgulhava-me, sim, de ser forte e robusto…
Veio, um dia, porém,
Um homem frio e armado
De serrote e machado
E esfacelou-me os pés, agindo a custo…
Depois tombei vencido sobre a Terra.
Fui, logo após, levado, serra em serra,
Em terrível viagem,
Largado muito tempo ao desprezo e à secagem…
Certa feita, um artesão, de trato delicado, estranho e fino,
Transformou-me em violino
E fui vendido a um moço artista,
Que me deu cordas, vida e coração…
A princípio chorei com saudades do chão
Em que subia ao firmamento
Na viva emanação de meu próprio perfume,
Entre flores bailando ante a flauta do vento.
Recordava, a chorar, a presença das aves,
Que falavam comigo em cânticos suaves,
Agradecendo a Deus, cada manhã,
A beleza e a alegria da alvorada,
Que mais me parecia uma festa dourada,
À luz do sol nascente…
Mas, o artista abraçou-me docemente
E, manejando as cordas que me dera,
Fez-me sentir, por fim, o instrumento que eu era…
Muita gente me ouvia
Embargada de pranto,
Sem que fizesse algo para tanto…
Mães que houvessem perdido algum filhinho,
Ante o poder da morte,
Choravam com saudade e com carinho,
Pondo-se a relembrar
Os sonhos de outro tempo e as canções de ninar…
Muito doente em prece
Pensava em Deus, onde eu me achava,
Sem que eu mesmo soubesse
Explicar a razão…
Notando que tornava as almas que sofriam
Mais consoladas e felizes,
Não mais me lamentei de me haver afastado
Do bosque bem amado
Em que deixara as últimas raízes…
Depois de muitos anos,
Vi muita desventura e muita dor
Transformando-se em preces ao Senhor.
Vendo, enfim, que servia e consolava,
O artista mais me quis, quanto mais me tocava…
Até que, um dia,
O moço enfermo, trêmulo e alquebrado
Foi coberto num túmulo fechado…
Então alguém me achou inútil para a vida
E me guardou aqui numa cova escondida,
À espera da fogueira
Em que eu possa também
Encontrar minha hora derradeira…
Nesse justo momento,
Alguém ateou fogo ao monturo opulento…
E vi outro alguém descer das imensas alturas:
Um moço belo e forte
Que arrancou, de improviso,
A forma do instrumento à labareda e a morte…
E, ao colocar no braço o violino refeito
Em matéria de luz,
Dele extraía sons… Era um hino perfeito
Que o fazia esquecer a cinza transitória
Na música de vida, esperança e vitória!…
…………………………………………………………………
Então, eu me lembrei de vós, médiuns amigos!
Entregai-vos às mãos dos Artistas do Bem.
Que eles façam em vós a música do Além.
E, um dia, qual se fosseis desprezados,
Por trastes relegados
Ao frio dos museus,
Braços de amor virão
Para traçar convosco o Novo Dia,
Que trará para os homens
O Caminho de Luz da Perfeita Alegria,
Entre a bênção da Paz e a proteção de Deus.
(Momentos de Ouro – F.C.Xavier/Espíritos Diversos. Edição GEEM)
Depois do Temporal
Cansado coração, ouve, lá fora,
O turbilhão do temporal violento.
Cai o granizo, ruge a voz do vento…
É a Natureza que se desarvora.
O firmamento é anônima cratera,
Quando o raio estraçalha a noite escura,
E choras, ante o caos e a desventura,
A prova que te ensombra e dilacera.
Ao furacão que passa, caem ninhos,
Tombam troncos, a ímpetos medonhos,
E recordas as pedradas dos caminhos
Que varaste, perdendo os próprios sonhos!…
Espera e crê!… O temporal vai longe!…
Amanhã seguirás em nova estrada,
E, ao teu olhar, a luz será mais linda,
Quando o Sol acender a madrugada…
Maria Dolores
(Estrelas no Chão, F.C.Xavier/Espíritos Diversos. Edição GEEM)
Notícias
1) Reencarnação na TV! A novela “Além do Tempo”, nova atração da Rede Globo, chamou atenção da comunidade espírita por tratar o tema “reencarnação”. Rafael Cardoso, Conde Felipe em “Além do Tempo”, dará vida à reencarnação do personagem, que enfrentará muitas dificuldades por causa de um amor impossível. (UOL, 20/07/ 2015).
2) De 31 de julho a 02 de agosto ocorreu, no Teatro Odylo Costa Filho (UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o 1º Encontro da Cultura e Pesquisa Espírita e o 12º Colóquio França-Brasil, com o tema central: “Espiritismo, elo de duas culturas”. Houve conferências, mesas redondas e debates.
(UOL, 20/07/2015).
3) A 3 de outubro de 2015, sábado, às 16 horas, em São Bernardo do Campo-SP, dia do aniversário de nascimento de Allan Kardec, o GEEM, no Centro de Estudos Chico Xavier, prestará homenagem ao Codificador, simultaneamente ao lançamento desta edição da Revista Comunicação. Estarão presentes, Cineas Feijó Valente, Caio Ramacciotti, Frederico Alves e Renato Charneski. O áudio-visual estará disponibilizado na Home Page de nosso site, em Ecos de Uma Grande Vida.
LOCAL: Rua Allan Kardec,75, Bairro Alves Dias.
Nossas Atividades
I – Departamento Editorial Batuíra
Divulgação da vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Livros e Revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha
Reuniões Espíritas:
– Centro Espírita Maria João de Deus
São Bernardo do Campo (2ªs e 6ªs às 20h)
Programa No Limiar do Amanhã (sábados às 19 horas)
– Rádio Morada do Sol São Paulo-SP – (AM-1260 khz)
– Rádio Morada do Sol Araraquara-SP – (AM-640khz)
II – Departamento Filantrópico Nosso Lar
Atendimento a famílias e gestantes:
Internet: www.geem.org.br
E-mail: geem@geem.org.br
Telefones: (11) 4109-7960 e (11) 4109-7122
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Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam
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