Chico Xavier e as Duas Rosas

Um amigo de ânimo alegre e muito brincalhão, ao ver a capa desta edição da revista Comunicação, em homenagem ao aniversário de Francisco Cândido Xavier, com destaque para o título “Chico Xavier e as Duas Rosas”, disse-me:
— Você só fala do Chico!
Respondi-lhe que falar da notável criatura, com quem convivi quase meio século, orgulha-me muito. Entristece-me, sim, observar que, a pouco e pouco, sua vida e obra vão-se esmaecendo na imprensa e mesmo em muitas instituições espíritas. Entendo que, em nosso movimento doutrinário, Jesus, Kardec e Chico deveriam ser constantemente lembrados.
Meu amigo ponderou:
— Curioso o título que você colocou na capa.
Então, contei-lhe que na década de setenta, em uma de suas tardes de autógrafos em São Bernardo, organizadas pelo GEEM, um casal, que pacientemente aguardava na longa fila sua vez de abraçá-lo, foi recebido de modo inusitado por Chico, que os não conhecia.
Nosso saudoso benfeitor, ao cumprimentar a esposa, deu-lhe duas rosas, em vez de uma só, posto que era seu hábito, nas tardes de autógrafos, presentear cada senhora que o procurava com uma rosa vermelha, reiterando a simpatia de Isabel de Aragão pelas rosas.
A senhora, atônita, lhe perguntou:
— Por que duas rosas, Chico?
E ouviu a surpreendente resposta:
— Uma é para você, Alba, e a outra para sua filha que está chegando. Será uma filha maravilhosa de quem muito se orgulharão.
Apenas Alba e o marido Elói sabiam da incipiente gravidez!…
Comentou ainda particularidades de seu temperamento, que os pais puderam constatar desde a infância.
O casal deixou a tarde de autógrafos envolvido em imensa alegria espiritual, e tudo aconteceu qual Chico lhes dissera.
Quem o conheceu sabe que o apóstolo do século vinte era assim mesmo. Sua integral ligação a Emmanuel e aos espíritos de sua
equipe lhe proporcionava o dom de transmitir aos interlocutores, com naturalidade, o que ouvia do plano espiritual, qual o singular exemplo que acabo de narrar.
Chico lutou tanto, renunciou a tudo, sofreu amargos padecimentos. Pensando nele, recordo o comovente texto com que Érico
Verissimo conclui seu livro sobre Joana d’Arc. (A Vida de Joana D’Arc, Editora Schwarcz.)
Relata-nos o renomado escritor que, após ser impiedosamente queimada pelos ingleses em Rouen, com a vergonhosa conivência do duque de Borgonha e seus asseclas, três homens, cumprindo ordem do bailio Pierre Cauchon, bispo de Beauvais, retiram seus restos carbonizados do cadafalso e os colocam em um saco. Surpresos observam que o coração da santa criatura permanece intacto!
Anoitecia. Dirigem-se até o meio da ponte sobre o Sena, abrem o saco e atiram no rio as cinzas e o coração da virgem da Lorena. Comovidos, observam que, ao receber o que sobrou do corpo de Joana, a água se agita, e dança com ela o reflexo das primeiras estrelas…
Essa feliz imagem nos leva a crer que as estrelas do Céu receberam Joana, a estrela humilde de Domrémy, cruelmente queimada e atirada ao Sena, justamente ela, que ensejou o fim da guerra dos cem anos entre sua amada França e os ingleses, no distante século XV.
Também Chico Xavier, após o bom combate, ao concluir sua tarefa na Terra, foi recebido por um punhado de estrelas do firmamento, que se extasiavam ante a azulínea estrela de Pedro Leopoldo que iluminou o mundo — não na longínqua guerra
de cem anos da época medieval, mas em quase cem anos de vida aqui mesmo, entre nós…

Neste 2 de abril, em comemoração ao aniversário do Chico, o GEEM lança, no Centro Espírita Maria João de Deus, o livro Chico Xavier, o mais importante brasileiro da História, de Josyan Courté, amigo muito próximo do Chico, cujos depoimentos impressionantes são insuspeitos.
Coloco ao leitor pequeno trecho do livro, cuja capa reproduzimos na última página desta edição de nossa revista Comunicação:
— (…) Depois da psicografia, Lázaro retornou a palavra a Chico, que começou a
orar a Prece Dominical, para finalizar a reunião.
Nesse momento, nós, os presentes, ficamos boquiabertos, pois, sem que imaginássemos, irrompeu maravilhoso fenômeno de efeitos físicos.
As palavras saíam da boca do médium escritas em pontos de luz, revestidas de intenso brilho dourado, como que flutuando no ar, desaparecendo lentamente.
Ah! Jesus, como te agradecer, Senhor, as bênçãos recebidas através da mediunidade gloriosa de Francisco Cândido Xavier?
Os demais componentes da mesa, tão surpreendidos quanto eu, tentavam tocar as lindas palavras luminosas com as pontas dos dedos, o que fazia expandir intenso aroma, que, mais tarde, vim a identificar como sendo de nardo puro.

Nada mais a acrescentar…
Não se esqueça de nós, abençoado amigo.

Caio Ramacciotti/GEEM

Trova

Amor! Rememora a luz
Que do Cristo se descerra…
Um berço, um barco, uma cruz
E o bem redimindo a Terra…

Auta de Souza
(Chico Xavier Pede Licença – Francisco Cândido Xavier/Herculano Pires/Espíritos Diversos, ed.GEEM)

Notícias

1) A comunidade espírita do Brasil e do mundo comemora, neste mês de abril de 2017, os 160 anos do lançamento de O Livro dos Espíritos, a primeira obra básica da doutrina kardequiana, da qual, conforme nos ensina o Prof. Herculano Pires, se desdobraram as outras. Vale a pena lembrar que os médiuns de Kardec foram duas jovens de apenas 18 e 16 anos, as irmãs Baudin, Caroline e Julie. Nesse século e meio, desde a codificação do espiritismo, o mundo iluminou-se com a mensagem de Jesus, enriquecida com o Consolador que prometera aos discípulos.

2) O GEEM comemora o aniversário de Francisco Cândido Xavier com o lançamento do livro Chico Xavier, o mais importante brasileiro da História, de Josyan Courté. Recordemos que nosso benfeitor divulgou e vivenciou à exaustão a obra de Kardec, mantendo, nas reuniões públicas em Pedro Leopoldo e Uberaba, a obrigatória leitura inicial de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Deu assim continuidade ao que fizeram os pioneiros Dr. Bezerra e Batuíra, coautores dessa iniciativa, que introduziram a leitura obrigatória, nos cultos que dirigiram, de O Livro dos Espíritos e do Evangelho.

3) Recolhemos da Revista Espírita de Brasília nº 151, de dezembro de 2016, interessante informação sobre a revelação de Jesus: A Casa de meu Pai tem muitas moradas. Trata-se de trabalho coordenado pelo Prof. Christofer Conselice da Universidade de Nottingham, Reino Unido, evidenciando que o número de galáxias é muito maior do que se imaginava até recentemente. Em vez de 100 bilhões, o professor e sua equipe estimam que há cerca de dois trilhões de galáxias no Universo. E, em nossa galáxia, vivemos num planeta simples, ainda rudimentar palco de expiação e de provas, girando com harmonia em torno do Sol, que nos aquece!

4) O Conselho Espírita Internacional realizará de 15 a 16 de outubro de 2017 o 4º Congresso Espírita Sul- americano em Bogotá, Colômbia. Para maiores informações: www.ces.org

5) O novo site da União Espírita Mineira está muito expressivo (www.uemmg.org.br). Visitamo-lo, com maior frequência, desde o início de 2017, por sugestão do amigo Antônio Roberto Fontana. Sua beleza suave nos motiva a circular por ele e também por O Espírita Mineiro, tradicional periódico da respeitável casa dirigida por Henrique Kemper Borges Júnior. Ao acessá-lo, surgem em nossa mente nomes tão queridos do passado, que sintetizamos na saudosa referência ao próprio Chico, ao ilustre pai do atual presidente, a Dona Nenén e a Martins Peralva.

Nossas Atividades

I – Departamento Editorial Batuíra

Divulgação da vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Livros e Revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha

Reuniões Espíritas:
– Centro Espírita Maria João de Deus
São Bernardo do Campo (2ªs e 6ªs às 20h)

Programa No Limiar do Amanhã (sábados às 19 horas)
– Rádio Morada do Sol São Paulo-SP – (AM-1260 khz)
– Rádio Morada do Sol Araraquara-SP – (AM-640khz)

II – Departamento Filantrópico Nosso Lar

Atendimento a famílias e gestantes:

Internet: www.geem.org.br
E-mail: geem@geem.org.br
Telefones: (11) 4109-7960 e (11) 4109-7122

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Diretor: Caio Ramacciotti
Jornalista Responsável: Mário Augusto R. Vilela
Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam

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