Apresentação
Nesta edição, que chega ao leitor no início de outubro, colocamos, após “A Palavra de Emmanuel”, interessante depoimento do Chico sobre os primórdios de sua atuação mediúnica, conforme descreve Ramiro Gama, em seu livro Lindos Casos de Chico Xavier.
O que Chico relata serve de exemplo para nós que buscamos a dedicação possível nas nossas atividades doutrinárias, em que a escassez de pessoal é sempre marcante.
Além da palavra do Plano Espiritual, nos textos de Emmanuel e André Luiz, damos notícias alvissareiras de nossa vitoriosa empreitada de colocar a obra do Chico nas bibliotecas públicas do País.
Os mapas atualizados sinalizam o crescente número de municípios atendidos.
Também o Natal está presente nestas páginas, com a mensagem de André Luiz a exortar a importância de termos Jesus em nossas vidas.
O Natal nasceu da aculturação de práticas pagãs, ligadas ao cultivo da terra.
Nas noites frias e longas do início do inverno europeu, particularizadas no dia 25 de dezembro, os povos agradeciam as colheitas agrícolas fartas, reverenciando o astro-rei do universo, o Sol Vitorioso dos antigos persas.
Para nós, cristãos, Jesus é o Sol de nossas vidas, e, para reverenciá-lo, nas come-morações natalinas, além de reforçar os elos familiares, devemos, também, pensar em nossos semelhantes, qual o fazia Chico Xavier nos Natais que viveu entre nós:
— visitava enfermos, abraçando e osculando a face de hansenianos e dos heroicos portadores do fogo selvagem.
Fez nosso missionário do bem o que fizeram Maria Madalena, cuidando dos enfermos abominados pela sociedade, segre-gados na geena de Jerusalém, e fez Jésus Gonçalves, o hanseniano que arrostou os efeitos de sua vestimenta física destruída por chagas impiedosas.
Jésus se destacou pelas mensagens de fé e esperança que divulgava e exemplificava entre seus colegas asilados, portadores da mesma enfermidade.
Após seu falecimento em 1947, enviou pelo Chico comovente mensagem aos amigos hansenianos albergados em leprosários belo e comovente soneto — “Mensagem aos Compa-nheiros” — que consta do livro Na Era do Espírito, de nossa edição, cuja leitura recomendamos, com os votos de alegrias infinitas no Natal que se aproxima.
Que 2019 nos traga a paz e a harmonia indispensáveis em nossas lutas terrenas.
São Bernardo do Campo, outubro de 2018.
Caio Ramacciotti
GEEM Grupo Espírita Emmanuel
A Palavra de Emmanuel
(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos.)
Nos Dias Difíceis
Nos dias difíceis, reflete nos outros dias difíceis que já se foram. Depois de atravessados transes e lutas que supunhas insuperáveis, não soubeste explicar a ti mesmo de que modo os venceste e de que fontes hauriste as forças necessárias para te sustentares e refazeres durante e depois das refregas sofridas.
Viste a doença no ente amado assumir gravidade estranha, e, sem que lograsses penetrar o fenômeno em todos os detalhes, surgiu a medicação ou a providência ideais que o arrebataram da morte.
Experimentaste a visitação do desânimo, à frente dos obstáculos que te gravaram a vida, mas, sem que te desses conta do amparo recebido, largaste o desalento das trevas e regressaste à luz da esperança.
Crises do sentimento que se te afiguravam invencíveis, pelo teor de angústia com que te alcançaram o imo da alma, desapareceram como por encanto sem que conseguisses definir a intervenção libertadora que te restituiu a tranquilidade.
Sofreste a ausência de seres imensamente queridos, chamados pela desencarnação por tarefas inadiáveis a outras faixas de experiência. No entanto, sem que despendesses qualquer esforço, outras almas abençoadas apareceram, passando a nutrir-te o coração com edificante apoio afetivo.
Tudo isso, entretanto, sucedeu porque persististe na fé, aguardando e confiando, trabalhando e servindo, sem te entregares à deserção ou à derrota, ofertando ensejo à Bondade de Deus para agir em teu benefício.
Nas dificuldades em andamento, considera as dificuldades que já venceste e compreenderás que Deus, cujo infinito amor te sustentou ontem, sustentar-te-á também hoje.
Para isso, porém, é imperioso permanecermos fiéis ao cumprimento de nossas obrigações, de vez que a paciência, no centro delas, é o dom de esperar por Deus, cooperando com Deus sem atrapalhar.
Emmanuel
(Chico Xavier Pede Licença – Francisco Cândido Xavier/Emmanue/Herculano Pires. Ed.GEEM.)
Solidão Aparente
Em meados de 1932, o Centro Espírita Luiz Gonzaga estava reduzido a um quadro de cinco pessoas, José Hermínio Perácio, Dona Carmen Pena Perácio, José Xavier, Dona Geni Pena Xavier e o Chico.
Os doentes e obsidiados sempre surgiam, mas, logo depois das primeiras melhoras, desapareciam como por encanto.
Perácio e senhora, contudo, precisavam transferir-se para Belo Horizonte, por impositivos da vida familiar.
O grupo ficou limitado a três companheiros…
Dona Geni, porém, a esposa de José Xavier, adoeceu, e a casa passou a contar apenas com os dois irmãos.
José, no entanto, era celeiro e, naquela ocasião, foi procurado por um credor que lhe vendia couros, credor esse que insistia em receber-lhe os serviços noturnos numa oficina de arreios, em forma de pagamento.
Por isso, apesar de sua boa vontade, necessitava interromper a frequência ao grupo pelo menos por alguns meses.
Vendo-se sozinho, o médium também quis ausentar-se. Mas, na primeira noite em que se achou a sós no Centro, sem saber como agir, Emmanuel apareceu-lhe e disse:
— Você não pode afastar-se. Prossigamos em serviço.
— Continuar como? Não temos frequentadores.
— E nós? — disse o espírito amigo.
Nós também precisamos ouvir o Evangelho para reduzir nossos erros.
E, além de nós, temos ainda numerosos desencarnados que precisam de esclarecimento e consolo. Abra a reunião na hora regulamentar, estudemos juntos a lição do Senhor, e não encerre a sessão antes de duas horas de trabalho.
Foi assim que, por muitos meses, de 1932 a 1934, o Chico abria o pequeno salão do Centro e fazia a prece de abertura às oito da noite em ponto.
Em seguida, abria O Evangelho Segundo o Espiritismo ao acaso e lia essa ou aquela instrução, comentando-a em voz alta.
Por essa ocasião, sua vidência alcançou maior lucidez.
Via e ouvia dezenas de almas desencarnadas e sofredoras que iam até o grupo à procura de paz e refazimento.
Escutava-lhes as perguntas e dava-lhes respostas sob inspiração direta de Emmanuel.
Para os outros, no entanto, orava, conversava e gesticulava sozinho…
E essas reuniões de um médium a sós com os desencarnados, no Centro, de portas iluminadas e abertas, se repetiam todas as noites às segundas e sextas-feiras.
De Lindos Casos de Chico Xavier. Ramiro Gama. Edição Lake – Livraria Espírita Allan Kardec.
(Ramiro Gama, nos idos da década de 1930, ouviu de Chico Xavier 170 depoimentos, que relata em seu livro.)
Bibliotecas Públicas
Em sequência ao objetivo do GEEM de colocar gratuitamente os livros de Chico Xavier nas bibliotecas públicas do país, até setembro de 2018 já foram atendidas 2.700 bibliotecas, perfazendo 2.250 municípios.
Devemos ressaltar que os estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará, Bahia e Mato Grosso solicitaram uma coleção para cada município. Outros estados, como São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, foram de grande receptividade em nosso contato direto com cada cidade.
Também os livros do Chico estão presentes em bibliotecas de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, conforme evidenciam as fotos seguintes.
Nas Orações do Natal
Rememorando o Natal, lembremo-nos de que Jesus é o Suprimento Divino à Necessidade Humana.
Para o Sofrimento, é o Consolo;
Para a Aflição, é a Esperança;
Para a Tristeza, é o Bom Ânimo;
Para o Desespero, é a Fé Viva;
Para o Desequilíbrio, é o Reajuste;
Para o Orgulho, é a Humildade;
Para a Violência, é a Tolerância;
Para a Vaidade, é a Singeleza;
Para a Ofensa, é a Compreensão;
Para a Discórdia, é a Paz;
Para o Egoísmo, é a Renúncia;
Para a Ambição, é o Sacrifício;
Para a Ignorância, é o Esclarecimento;
Para a Inconformação, é a Serenidade;
Para a Dor, é a Paciência;
Para a Angústia, é o Bálsamo;
Para a Ilusão, é a Verdade;
Para a Morte, é a Ressurreição;
Se nos propomos, assim, aceitar o Cristo por Mestre e Senhor de nossos caminhos, é imprescindível recordar que o seu Apostolado não veio para os sãos, e sim para os antigos doentes da Terra, entre os quais nos alistamos…
Buscando, pois, acompanhá-lo e servi-lo, façamos de nosso coração uma luz que possa inflamar-se ao toque de seu infinito amor, cada dia, a fim de que nossa tarefa ilumine com Ele a milenária estrada de nossas experiências, expulsando a sombra de nossos velhos enganos e despertando-nos o espírito para a glória imperecível da Vida Eterna.
André Luiz
(Os Dois Maiores Amores – Francisco Cândido Xavier, André Luiz. Edição GEEM.)
Notícias
1) Nosso abraço de profundo respeito e saudade a Nancy Pulhman di Girolamo, benfeitora e missionária do Bem, que partiu para a Vida Maior em 23 de junho passado. Jesus a inspire sempre, cara Nancy.
2) Recebemos, em 16 de maio passado, de Fabiana Pacheco, atenciosa carta em que fala de seu já consagrado “Projeto dos livros”. A foto que segue fala por si. Nossos cumprimentos à Fabiana.
Feira do livro de Guaranésia (MG), maio de 2018
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