Revista Comunicação #228 – Janeiro 2019 / Março 2019

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A Palavra de Emmanuel

(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos.)

Culto Cristão no Lar

O culto do Evangelho no lar não é uma inovação. É uma necessidade em toda parte onde o Cristianismo lance raízes de aperfeiçoamento e sublimação.

A Boa-Nova seguiu da Manjedoura para as praças públicas e avançou da casa humilde de Simão Pedro para a glorificação no Pentecostes.

A palavra do Senhor soou, primeira-mente, sob o teto simples de Nazaré e, certo, se fará ouvir, de novo, por nosso intermédio, antes de tudo, no círculo dos nossos familiares e afeiçoados, com os quais devemos atender às obrigações que nos competem no tempo.

Quando o ensinamento do Mestre vibra entre as quatro paredes de um templo doméstico, os pequeninos sacrifícios tecem a felicidade comum.
A observação impensada é ouvida sem revolta.
A calúnia é isolada no algodão do silêncio.
A enfermidade é recebida com calma.
O erro alheio encontra compaixão.
A maldade não encontra brechas para insinuar-se.
E aí, dentro desse paraíso que alguns já estão edificando, em benefício deles e dos outros, o estímulo é um cântico de solidariedade incessante, a bondade é uma fonte inexaurível de paz e entendimento, a gentileza é inspiração de todas as horas, o sorriso é a senha de cada um, e a palavra permanece revestida de luz, vinculada ao amor que o Amigo Celeste nos legou.

Somente depois da experiência evangélica do lar, o coração está realmente habilitado para distribuir o pão divino da Boa-Nova junto da multidão, embora devamos o esclarecimento amigo e o conselho santificante aos companheiros da romagem humana em todas as circunstâncias.

Não olvidemos os impositivos da aplicação com o Cristo no santuário familiar, onde nos cabe o exemplo de paciência, com-preensão, fraternidade, serviço, fé e bom ânimo sob o reinado legítimo do amor, porque, estudando a Palavra do Céu em quatro Evangelhos, que constituem o Testa-mento da Luz, somos, cada um de nós, o quinto Evangelho inacabado, mas vivo e atuante, que estamos escrevendo com os próprios testemunhos, a fim de que a nossa vida seja uma revelação de Jesus, aberta ao olhar e à apreciação de todos, sem necessidade de utilizarmos muitas palavras na advertência ou na pregação.

Instrumentos do Tempo
Francisco Cândido Xavier/Emmanuel
Edição GEEM

Jesus e a Mitologia do Amor

A mitologia é o estudo dos mitos religiosos das civilizações do passado, com a criação de um sem número de deuses fictícios para atender-lhes os anseios do espírito.

As mitologias greco-romanas, por exemplo, foram cultuadas por vinte séculos antes da era Cristã e nos primeiros séculos após o nascimento de Jesus, até a cristianização de Roma por Constantino.

Na mitologia grega, os deuses, por vezes, materializavam-se em figuras geográficas. Era o caso de Styx, filha de Métis, irmã de Zeus, vista na forma de um rio, o Styx ou Estige, um dos cinco rios do inferno, comandado por Hades, irmão de Zeus.

Talvez o mais conhecido dos rios do inferno de Hades seja o Aqueronte, em que Caronte, com sua barca, conduzia as almas ao Palácio de Hades, vigiado por Cérbero, o famoso cão de três cabeças, onde eram julgadas por três juízes. Os condenados eram encaminhados ao Tártaro, região dos suplícios, ou, se os crimes cometidos fossem mais leves, aos Campos Asfódelos, uma espécie de purgatório. Os inocentes ascendiam aos Campos Elísios.

Styx nasceu dotada de atributo inimaginável, a que até Zeus, o deus maior, era submetido: o poder sobre morte e o poder sobre a vida: quem fizesse uma promessa em seu nome e não a cumprisse seria punido com a morte. E quem mergulhasse em suas águas não morreria jamais, ganharia a eternidade.

É claro que Zeus e os deuses, fruindo do mel e da ambrosia, já eram eternos, mas os seres humanos, mortais, banhando-se nessas águas tornar-se-iam imortais.
Foi o que ocorreu parcialmente com Aquiles, que ao ser mergulhado nas águas milagrosas do Styx, seu calcanhar não se molhou, tornando-se ponto vulnerável do corpo do grande guerreiro. Uma flechada o matou na guerra de Troia…

Quanto ao não cumprimento das pro-messas, os eleitos do Olimpo não eram puni-dos com a morte, pois nunca morriam, mas ficavam paralisados por 10 anos divinos, ou seja, por dez mil anos terrenos!

Mas, o leitor perguntaria: por que colocar num texto espírita essas curiosidades da mitologia grega?

Porque as religiões atuais têm também a sua mitologia, sem os devaneios das mitologias pagãs, como a grega, a mais rica e imponente de todas, que permite a convivência dos deuses com os mortais.

Contudo, os mitos espíritas são reais!

A explicação é simples: na vivência doutrinária, nós recorremos aos mentores espirituais, rogando ajuda para a solução de nossos problemas, de modo semelhante ao comportamento dos pagãos medievais, que, no cultivo da terra, suplicavam aos deuses solo fértil e colheitas fartas.

E somos de fato atendidos pelos benfeitores, aos quais suplicamos auxílio. São eles seres reais, como os seres da Terra. Habitam o Plano Espiritual e estão em constante intercâmbio conosco.

Para exemplificar sua atuação junto a nós, recordo que participei, nos idos de 59, de uma sessão de materialização em Uberaba, sendo Chico Xavier o médium de efeitos físicos.

Durante a sessão, o espírito de Sheilla efetuou tratamento espiritual em pessoas de dois grupos visitantes presentes.

Em uma delas, ao lado de quem me encontrava, ela colocou, sobre o rosto, com fins terapêuticos, um xale iluminado por intenso verde fosforescente que suavemente esbarrava em meu ombro.

O próprio Chico curava diretamente, ou os espíritos faziam-no por seu intermédio.

Um caso simples reforça-me essa assertiva:
Certa feita, em Uberaba, às despedidas da reunião do sábado, lá pelas cinco da manhã, um nosso conhecido, e junto dele eu estava, queixou-se ao saudoso missionário do bem que havia anos sofria de incômoda enxaqueca.

Médico, fizera de tudo, esgotara todas as possibilidades de exames e tratamentos na época – lá pelos anos 80. Frequentemente, precisava faltar a compromissos profissionais nos dois dias de duração das crises.

Chico fixou-lhe o olhar, segurando suas mãos por alguns poucos minutos. E só!
Passados quase 40 anos, a pessoa a quem me refiro nunca mais teve uma crise sequer.

Curioso é que o Chico, ele próprio, não pôde obter a cura de seu mal ocular, que tanto sofrimento lhe causou ao longo de sua vida. Emmanuel deve saber por que…

Nosso viés mitológico – no seu significado espiritual desprovido das fantasias que enriqueciam as mitologias do passado – faz-nos conviver em nossas preces ou súplicas com Isabel de Aragão, Emmanuel, Dr. Bezerra, nossos ancestrais mais próximos, e agora também com Chico Xavier. São cria-turas que efetivamente existem!

Acomodam-se elas nos mitológicos Campos Elísios dos deuses do passado, que significam para nós o Plano Espiritual, morada dos missionários de Jesus.

Zeus, filho de Urano, o Céu, e Gaia, a Terra, era um deus mitológico, fruto da imaginação dos povos de antanho. Apesar de seus desmandos, foi prudente, mantendo o seu reino em quase que eterna paz, após derrotar o pai Cronos, no comando dos mortais da Terra e dos deuses, cuja morada se situava nas alturas do Monte Olimpo.

Nosso Senhor Jesus Cristo, enviado de Deus à Terra, em sua real existência, convivendo fisicamente conosco há pouco mais de dois mil anos, trouxe-nos mensagens de amor e alento ante as difíceis lides da vida terrena, ao longo de seus três anos de peregrinação nas terras banhadas pelo Jordão.

Sua divina prudência legou-nos, nas pregações pela Galileia, o Sermão do Monte, em que legislou, para nós, os seus irmãos menores, para todo o sempre, com palavras que o Evangelho de Mateus reproduz:

— Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus;
bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.

E ensinou-nos mais:
— Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam. Acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem, porquanto, onde estiver o vosso tesouro, aí está também o vosso coração.
— Olhai os lírios do campo: não trabalham, nem fiam; entretanto, eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles.

Se buscarmos seguir o código de vida eterna do Mestre, “O Sermão da Montanha”, poderemos trabalhar em paz ao longo da existência terrena, do mesmo modo que Chico o fez, exemplificando, no dia a dia, sua mensagem de vida eterna, assim nos bons momentos quanto nas suas horas de aflição.

Caio Ramacciotti

Culto a Deus

Ofertarás ao Senhor da Vida o ouro da beneficência, monumentalizando o ideal da solidariedade, e o Céu te abençoará o trabalho com os preciosos recursos da gratidão e da simpatia.
Ainda assim, prosseguirás buscando a própria felicidade.

Doarás ao Senhor da Sabedoria a flama da inteligência, consagrando ao estudo nobre o patrimônio de teus dias, e o Céu honrar-te-á o esforço, brindando-te com os louros da cultura.
Mas, não te deterás na caça da alegria.

Endereçarás ao Senhor da Infinita Bondade a melodia de tua palavra primorosa e renovadora, estendendo entre as criaturas a fonte do entendimento, e o Céu te louvará o verbo iluminado com os tesouros da inspiração a te enriquecerem as horas.
Mesmo assim, continuarás perseguindo a harmonia espiritual.

Ofertarás ao Senhor do Universo o serviço honesto e digno, estimulando a arte e a indústria, a educação e o progresso a benefício dos semelhantes, e o Céu te responderá com a respeitabilidade e a experiência a coroarem-te o nome.
No entanto, ainda aí, avançarás no encalço da ventura devida a ti mesmo.

No entanto, quando entregarmos ao Senhor o próprio coração – para que a Sua Vontade Sábia nele resida, edificando o amor para todos os seres e para todas as cousas que nos cercam – não se limitará o Céu a abençoar-nos simplesmente, de vez que permaneceremos com Deus tanto quanto Deus permanece em nós, e, seja onde for, na alegria ou no sofrimento, na atividade ou no descanso, a Luz da Felicidade e da Paz brilhará conosco para sempre.
Emmanuel

Reconforto – Francisco Cândido Xavier/Emmanuel
Edição GEEM

Bibliotecas Públicas

Iniciamos 2019 com os seguintes resultados na divulgação da obra de Chico Xavier junto às bibliotecas públicas do país: foram atendidas 2.800 bibliotecas, sediadas em quase 2.000 municípios, ou 1/3 das cidades brasileiras.

Desde o início desse mister, há pouco mais de um ano, para a consecução do objetivo colimado, reeditamos mais de 100 de nossos títulos.

Em consonância com essa tarefa, na página 19 colocamos a mensagem ‘Paz e Luz’ do nobre espírito de Irma de Castro – Meimei – a ilu-minada dama que desencarnou tão jovem no século passado, em Belo Horizonte. Meimei nos conclama a vivermos as Leis do Senhor e, para tanto, devemos também divulgá-las à saciedade.

E nada mais oportuno que o fazermos levando a obra de Chico Xavier ao público que frequenta as bibliotecas de nossas cidades, sem acepção de sua formação religiosa, sobretudo nos difíceis dias atuais.

Paz e Luz

Dias difíceis atravessamos na Terra…,
ouves dizer. E revisas o que sabes.
O noticiário relaciona o antagonismo crescente entre os povos.
Desentendimentos dominam as classes sociais, reclamando tato e compreensão das lideranças, afim de que não se façam conflitos destruidores.
Dramas passionais, nas versões da imprensa, traumatizam milhares de pessoas.
As desvinculações familiares, em regime de precipitação, os assaltos, as reclamações em massa, os distúrbios de opinião, os acidentes que constituem a preocupação da vida comunitária, em quase todos os lugares do mundo, as calamidades que emergem da natureza…
Todos esses elementos sombrios, soma-dos aos problemas individuais, criam a dilapidação psicológica com que milhões de criaturas comparecem no trabalho ou nas vias públicas, estabelecendo o clima de tensão que deforma a personalidade e lhes consome grande contingente de forças.
É nesse quadro de trabalho que as Leis do Senhor nos engajaram para servir no mundo de hoje.
Muitas pessoas, inconscientemente, se mostram prevenidas para a revolta por bagatelas, prontas a transfigurar cólera ou azedume em formas estranhas de agressão.
Escora-te na paciência e caminha.
Haja o que houver, faze o melhor que puderes, abençoa e passa. Cala-te e auxilia.
Onde estiveres, espalha a beneficência das boas palavras e oferece a bênção do teu sorriso de paz e fraternidade.
Todos os acontecimentos de ordem negativa são subprodutos das trevas de espírito.
No torvelinho das sombras, o Céu não nos pede para que sejamos estrelas. Basta a cada um de nós o compromisso de acender, em nome de Deus, um raio de luz.
Meimei

Deus Aguarda-Francisco Cândido Xavier/Meimei
Edição GEEM

Notícias

1) Realizou-se em Sete Lagoas-MG, nos dias 29 e 30 de setembro passado, o 11º Encontro dos Amigos de Chico Xavier. Mais detalhes no site:

www.amigosdechicoxavier.com.br

2) A ‘Campanha Setembro Amarelo’, da primavera de 2018, em que se destaca a importância do comba-te ao Suicídio, teve acolhida no meio espírita em geral e do GEEM em particular. Nossa revista sobre o suicídio já atingiu os 230.000 exemplares. Nela há o depoimento da jovem Fernanda, que buscou o suicídio aos 13 anos e, por Chico Xavier, envia uma mensagem aos pais. Solicite-a na quantidade que desejar, prezado leitor. A distribuição e a remessa são gratuitas.

3) O site da revista “Super Interessante” publicou oportuno artigo de André Schröder em 28 maio de 2018, cuja essência colocamos a seguir:
“Na maior parte do mundo, o espiritismo é visto como uma moda do século 19. No Brasil a história é bem diferente: os 3,8 milhões de seguidores da doutrina de Allan Kardec fazem do Brasil a maior nação espírita do planeta.
O espiritismo nunca deixou de crescer no Brasil.
Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feito em 2010 apontou 3,8 milhões de espíritas declarados no país.
Estima-se que outros 40 milhões sejam simpáticos a ideias espíritas, sobretudo à reencarnação. Segundo a Federação Espírita Brasileira, mais de 14 mil entidades espíritas estão em funcionamento, entre hospitais, escolas e centros.”
Na realidade, entendemos ser o número de espíritas maior, pois o senso oficial de 2010 trouxe dificuldades de opção no campo específico “religião”.

4) A Associação Médico Espírita de Piracicaba-SP realizou no Centro Espírita Fora da Caridade não há Salvação, a 15 de setembro de 2018, a V Jornada de Saúde e Espiritualidade, abordando o atualíssimo tema Suicídio, com a participação de médicos espíritas.

5) Há alguns anos, percorre o país a peça teatral do clássico de Emmanuel Há Dois Mil Anos, psicografado pelo Chico, sob a direção de Gabriel Veiga Catellani. Recentemente, em agosto de 2018, foi por algumas semanas apresentada no Teatro Raposo Shopping – São Paulo (SP) e, em 22 de setembro, no Teatro Santos Dumont, em São Caetano do Sul (SP).

6) Nosso programa radiofônico “O Limiar do Ama-nhã” caminha para os 50 anos de vida. Ouça-o na Rádio Mulher de São Paulo, 1260 khz, e na Rádio Morada do Sol de Araraquara, 640 khz, aos sábados às 19h. Você também pode acessá-lo em nosso site: www.geem.org.br

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Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam

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