Revista Comunicação #230 – Julho 2019 / Setembro 2019

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A Palavra de Emmanuel

(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos)

 

Meditemos

Atentos à verdade de que a morte, sendo a desencarnação da alma, nem sempre é a libertação do espírito, não podemos esquecer que as portas do sepulcro geralmente não acolhem criaturas purificadas a caminho do Céu.

Há quem parta do mundo, carreando paixões que lhe devastam a mente, quem se despeça do corpo de carne sob labaredas invisíveis de ódio e quem se afaste da experiência física, cultivando a erva brava da ignorância, requisitando o concurso das horas, para que se reajustem e se esclareçam.

Não bastará, desse modo, ouvir os desencarnados e apreciar-lhes as manifestações fenomênicas, para que estejamos na estrada segura do equilíbrio e da confiança.

Nunca esmoreças ante as dificuldades que te surjam no caminho para a vanguarda.

Se a árvore é conhecida pelo fruto na pauta do ensinamento evangélico, e, se não podemos definir o fruto sem identificar-lhe a espécie, é indispensável regular o aproveitamento do intercâmbio entre os dois mundos pelas demonstrações de luz, que os contatos entre criaturas encarnadas e desencarnadas possam operar claramente entre si.

Reverenciemos os missionários do bem cuja influência salvadora nos toca de perto, plasmando-lhes o exemplo de sacrifício e compreensão humana em nossas próprias vidas, e não esqueçamos todos aqueles companheiros de jornada terrestre que, menos felizes que nós mesmos, ainda se confiam ao menor esforço e à ociosidade, à ilusão e ao personalismo inútil, porque, acima de tudo, somos localizados na gleba do tempo para aprender e auxiliar, amar e redimir.

Essa a razão pela qual o Cristo, ainda e sempre, é o nosso mais alto padrão de Humanidade, ensinando-nos a separar o trigo do joio em nosso próprio coração, para que, no reino escuro e egoísta de nosso próprio “eu”, saibamos procurar e abraçar, pela sublimação de nós mesmos, o Reino Imarcescível de Deus.

Semeador em Tempos Novos
Francisco Cândido Xavier/Emmanuel
Edição GEEM

O Caixeiro Viajante

(Depoimento pessoal a respeito de uma grande alma)

Atualmente, a atividade de caixeiro-viajante não tem a mesma expressão, mas, nas primeiras décadas do século passado, era uma profissão de destaque.
Viajava ele, muitas vezes com extrema dificuldade, por todo o país, a fim de vender os produtos da empresa que representava.
Seu mister exaustivo leva-nos a lembrar do almocreve, que cruzava, com burros de carga, todo o Portugal medieval, do Minho ao Algarve e do Atlântico à fronteira com Castela, hoje Espanha.
Arthur Miller, em sua conhecida peça teatral, A Morte do Caixeiro Viajante, descreve a vida de lutas incessantes de Willy Loman. Foi escrita no fim dos anos 40.
Obra belíssima, comovente, a cuja apresentação em São Paulo tive a oportunidade de assistir. Nela se evidencia a sofrida saga desse vendedor ambulante americano.
Nos minutos finais da peça, após a morte de Willy Loman, seu irmão Charley diz, emocionado, que o caixeiro-viajante precisa sonhar para suportar as agruras da profissão. Fazem parte de sua vida tão difícil as viagens incessantes, com bagagens e mostruários, a constante separação da família, na busca do ganha-pão de cada dia.
Destaca ainda seu irmão que o caixeiro- viajante sofre terrível golpe quando as primeiras manchas brancas pintam seus cabelos, pois a velhice o impede de trabalhar, após décadas de intenso labor.
Relendo recentemente essa obra do escritor americano, lembrei-me da figura extraordinária de Chico Xavier. Mas, o leitor pode perguntar por que razão, se ele não foi um caixeiro-viajante.
Porque de certa forma foi sim.
A despeito de residir em Pedro Leopoldo e Uberaba, com sacrifício viajou pelo Brasil e pelo Mundo para tardes-noites de autógrafos, para visitar instituições de caridade, receber homenagens, quais os títulos de cidadania, ao longo da década de 1970.
Mas, também, para abraçar amigos muitas vezes enfermos, qual ocorreu com o saudoso Gonçalves da Casa Transitória de São Paulo. No episódio específico do grande Gonçalves, Chico, ansioso em revê-lo, devido ao seu estado de saúde, veio até São Paulo na boleia de um caminhão por centenas de quilômetros!
Nessas inumeráveis viagens, a todos cumprimentava, especialmente as almas sofridas que o procuravam em desespero.
Diferentemente do caixeiro-viajante, o que Chico levava consigo não eram os mostruários, mas a sua eterna mensagem de amor, eivada de paz e alegria, que doava a todos que o procuravam.
Não satisfeito em ceder os direitos autorais de sua numerosa obra, o que já era muito, também beneficiava as instituições com cansativas horas de trabalho, autografando os livros madrugada a dentro, como tive a oportunidade de verificar, à exaustão, com meus próprios olhos.
Qual um caixeiro-viajante nimbado de luz, Chico nos ensinou a sonhar, com seus relatos que nos levavam ao êxtase espiritual, muitas vezes sob a inspiração do céu recamado de estrelas, do qual agora faz parte.
Conheci-o nos idos de 1959, em viagem com meu saudoso pai. Desde então, a cada contato, visitando-o ou recebendo-o em meu lar, pude nele reconhecer a pessoa mais adorável com quem convivi.
Sua vida de renúncia, de exemplos que não ousamos esquecer, levou-me a compreender que estava diante de um apóstolo de Jesus, preso a lutas dificílimas desde a mais tenra infância, abalado por privações físicas e afetivas, mas voltado de modo impressionantemente linear à causa de Nosso Mestre.
Incapaz de ferir, embora muitas vezes ferido, sorria nos momentos de descontração e chorava nos episódios de dor do seu próximo, tão comuns em sua existência.
As lágrimas que ele derramava, levam-me a um fato real que certa feita relatou para um pequeno aglomerado de pessoas que almoçavam em sua casa, antes da tradicional distribuição dos sábados.
Uma senhora em desespero fora visitá-lo, suplicando-lhe que a abençoasse com alguma notícia do filho querido, recém-falecido.
Contou-lhe ela que, em fatídica noite, sonhou que uma equipe de médicos e enfermeiros entrou em sua casa e levou seu filho, ainda pequeno, a fim de ser medicado em um hospital, embora aos prantos ela tentasse segurar a criança.
Acordou assustada e foi ver o menino. Pareceu-lhe que estava tudo bem. Mas, não se tranquilizou e, pouco tempo depois, retornou ao leito do filho, sentindo-o mais quente que o habitual. O termômetro registrou discreto aumento de temperatura. Voltou pouco mais tarde, e a febre chegara aos 38o.
Desesperada, solicitou a visita do médico de sua confiança, que o examinou e chamou de imediato uma ambulância. Conduzido ao hospital, o menino faleceu horas depois, vitimado por fulminante meningite.
Chico consolou essa abnegada mãe de todas as formas possíveis. Mas, suas lágrimas – refiro-me às do Chico! – nos impressionaram tanto quanto o fato que nos descrevera.
Ele era assim, e, a cada entrevista de dor, impregnava-lhe a alma uma perene marca de sofrimento que, no fim do ano de 1976, trouxe-lhe um infarto do miocárdio, o que levou Emmanuel a ponderar-lhe que o infarto fora decorrente do intenso uso que Chico fez do coração, sempre ajudando a todos.
Disse-lhe o seu Benfeitor, conforme me lembrou esses dias minha esposa, que seu coração era comparável à soleira de uma porta, que se gasta com a passagem constante das pessoas.
Quando o visitamos, meu pai e eu, em dezembro de 1976, vimo-lo ainda abalado fisicamente, não obstante se recuperasse aos poucos.
E foi justamente o período que se iniciou em dezembro de 1976 e se prolongou até dezembro de 1977, com mais intensidade, a melhor fase de minha vida, pois nessa época convivemos, para surpresa minha, com imensa aproximação, numa intimidade sadia, digna do grande missionário do Bem que ele foi. Recordo-me que Chico me disse:
— Conhecemo-nos de outras vidas!
E falou-me coisas tão belas… Hoje, aos 77 anos, já ando esquecendo muito, mas o que ouvi, em nossos contatos, resta definitivamente arquivado em minha memória e em meu coração.
Foram horas ininterruptas ao telefone, madrugada a dentro, quase todos os dias, encontros frequentes que se atenuaram apenas quando nosso saudoso amigo percebeu que eu não conseguia suportar as pouquíssimas horas de sono.
Ah!, Chico, saudade…

Caio Ramacciotti

Foto Rara

Ramiro Gama
(Relato da década de 1940)

De 1920 a 1927, Chico não mais conseguiu avistar-se pessoalmente com o espírito de Dona Maria João de Deus.
Integrado na comunidade católica, obedecia às obrigações que lhe eram indicadas pela Igreja.
Confessava-se, comungava, comparecia pontualmente à missa e acompanhava as procissões.
E quando, porventura, as trevas te pareçam adensar em derredor de teus passos, recorda que a sombra espessa da meia-noite é sempre o anúncio de novo alvorecer.

Emmanuel/FCX, Espera Servindo-GEEM

Bibliotecas – Conclusão

Ao fim do primeiro semestre deste ano, o GEEM concluiu o projeto de enviar coleção das obras de Chico Xavier de sua edição a bibliotecas públicas do país.
Resumo:
Bibliotecas atendidas por estado da União:

São Paulo – 415
Rio Grande do Sul – 541
Paraná – 219
Santa Catarina – 85
Rio de Janeiro – 19
Minas Gerais – 144
Goiás – 76
Espírito Santo – 34
Mato Grosso – 190
Mato Grosso do Sul 58
Bahia – 476
Alagoas – 122
Sergipe – 1
Pernambuco – 181
Paraíba – 200
Ceará – 316
Tocantins – 2
Piauí – 39

Total de coleções: 3.118
Total de Municípios: 2.210

Ainda atendemos solicitações dos municípios, por telefone ou e-mail.

Volta às Origens do Espiritismo

Já se foi o tempo de nos dedicarmos aos fenômenos de efeitos físicos. Vivemos a era do Evangelho, mas eles foram fundamentais a duas personalidades eminentes, em meados do século 19.
– A Kardec, na codificação da doutrina espírita, ao constatar que havia um princípio inteligente nas ‘mesas girantes’, frequentes em Paris.
– Ao jurista norte-americano John Worth Edmonds, presidente da Suprema Corte de Nova York, que, após visitar as irmãs Fox, reconheceu os fenômenos espíritas. Numa das sessões, que passou a realizar, pesada mesa de acaju se elevou sem qualquer força física. Nessas reuniões, sua filha Laura, mediunizada, comunicava-se em nove idiomas, embora só dominasse o inglês.
– Outra figura essencial ao espiritismo: — Chico Xavier — converteu-se pela dor familiar. Era notável sua mediunidade de efeitos físicos, mas Emmanuel pediu-lhe que a restringisse para não prejudicar a tarefa dos livros. Não me esqueço de que certa manhã de sábado, enquanto ele psicografava, uma concha úmida, com areia do mar, caiu bem ao meu lado. Vale lembrar que estávamos em Uberaba, bem distantes do oceano!

Dia a Dia com Chico e Emmanuel

Não te canses de procurar a bondade e a beleza, a virtude e a sabedoria, a luz e o amor, cultivando-os sem descansar, porque o homem que procura os cimos da montanha domina a paisagem, compreendendo o infinito em que nos movemos na direção do Senhor, criando visão nova para novos surtos de espiritualidade santificante, de vez que, no bem ou no mal, na Terra ou fora dela, viveremos onde pela fé estivermos situando o próprio coração.

Dia a Dia com Chico e Emmanuel/ Edição GEEM

Notícias

1) A Associação Parisiense de Estudos Espíritas realizou oito palestras em sua sede durante o mês de março passado. Mereceu destaque nos estudos o tema: A pluralidade dos mundo habitados é uma realidade? (Notícias do Espiritismo/Ismael Gobbo, marco/2019).

2) No dia 16 de março do corrente ano foi realizada, em Franca (SP), sob promoção do Instituto Cairbar Schutel, uma roda de conversas sobre os livros Segue-me e Escrínio de Luz, publicados pela Casa Editora O Clarim. Ambos os livros, com numerosas edições, são de autoria do espírito de Emmanuel, psicografados por Chico Xavier e lançados em 1973.
(Idem/Ismael Gobbo)

3) Não dá para esquecer! A 30 de junho de 2002, Francisco Cândido Xavier deixou-nos, mas continua conosco. Um ouvinte do programa “No Limiar do Amanhã” observou que falamos sempre dele. Mas é claro! Precisamos falar dos espíritos de luz, dos exemplos que nos legaram: Kardec, Emmanuel, Dr. Bezerra, Batuíra, Schutel, Barsanulfo, Maria de João de Deus, Isabel de Aragão, Chico Xavier…

4) O 9º Congresso Espírita Mundial será sediado na Cidade do México, nos dias 4, 5 e 6 de outubro de 2019, em torno do tema principal: “Edificando o Homem Espiritual do Futuro”.
(FEB)

Conheça Nossas Atividades

I – Departamento Editorial Batuíra

Divulgação da vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Livros e Revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha

Reuniões Espíritas:
– Centro Espírita Maria João de Deus
São Bernardo do Campo (2ªs  às 20h e sábados às 16h)

Programa No Limiar do Amanhã (sábados às 19 horas)
– Rádio Morada do Sol São Paulo-SP – (AM-1260 khz)
– Rádio Morada do Sol Araraquara-SP – (AM-640khz)

II – Departamento Filantrópico Nosso Lar

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Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam

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