Revista Comunicação #232 – Janeiro 2020 / Março 2020

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A Palavra de Emmanuel

(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos)

 

Sigamos com o Cristo

Cada dia, na Terra, milhares de criaturas demandam o País da morte e milhares retornam ao Mundo Físico.

Berço e túmulo são apenas dois marcos da vida que, maravilhosa e eterna, enxameia por toda parte.

Sabemos, porém, que o século é, tão somente, um ponto infinitesimal no tempo e que as horas apressadas de um corpo denso, que surge e desaparece, não podem oferecer ao espírito — peregrino da eternidade — a solução final do destino.

É por isso que pelos bilhões de almas que evoluem na crosta terrestre, outros muitos bilhões de consciências desencarnadas gravitam ao redor do Planeta, à caça de reajuste e progresso, amparo e renovação.

Por esse motivo, morrer não será redimir.

Somos, na Humanidade Total, milhões e milhões de seres, viajando do instinto para a inteligência, da inteligência para a razão e da razão para a angelitude.

Cada coração pulsa no degrau que lhe é próprio.

Cada consciência mantém-se no campo visual que lhe diz respeito.

Eis porque não podemos perder na atualidade o Cristianismo restaurado.

A ciência e a filosofia, respeitáveis embora em suas atividades e fundamentos, filiam-se a definições provisórias que lhes assinalam a marcha.

Apenas indagando e examinando, jamais chegaríamos a surpreender a vida e a sublimá-la.

Em razão disso, antes de tudo, atendamos à química do sentimento, em favor da regeneração de nós mesmos.

Nosso problema essencial, ainda e sempre, é o da unidade a benefício do todo.

Conduzamos o homem ao bem supremo com a dignificação de si próprio, no respeito
à função que lhe cabe no aperfeiçoamento da Terra, e teremos solucionado a questão da
felicidade humana.

Para isso, ergamo-nos ao Cristo, para que o Cristo nos edifique.
O Evangelho, à frente da civilização, é o sol que nos clareia o caminho.

Aqueçamo-nos em seus raios, e o serviço do Bem se nos fará grande condutor para o mundo melhor de amanhã.

Monte Acima
Francisco Cândido Xavier/Emmanuel
Edição GEEM

Denis, sucessor de Kardec, e os Celtas

 

Se me amais, guardai os meus mandamentos e eu rogarei a meu Pai, e Ele nos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: – o Espirito de Verdade. (Evangelho de João)

O druidismo, religião dos celtas, teve entre seus sacerdotes o fundador do espiritismo, Hippolyte Léon Denizard Rivail, cujo nome celta era Allan Kardec, à época da Roma antiga, poucas décadas antes do nasci-mento do Cristo. Nos livros doutrinários e na Revista Espírita, em função desse vínculo de séculos passados, o conhecido professor e intelectual francês usou o pseudônimo Allan Kardec, rememorando sua origem celta.

Léon Denis, dos mais expressivos de seus seguidores, refere-se, com orgulho, ao seu próprio passado celta e também ao de Kardec. Exalta o genial espírito desse povo em seu livro O Gênio Celta e o Mundo Invisível, que apresenta, nas páginas finais, mensagens mediúnicas de Allan Kardec e Joana D’Arc.

Mas, quem foram os celtas?
Povo que teve singular preferência pela Europa Ocidental, sobretudo França e Inglaterra, além do norte de Portugal e a Galiza, região situada no noroeste da Espanha.

Podemos dividir a migração celta em dois grupos: os que migraram em tempos bem mais remotos (cerca de dois mil anos antes da era cristã), de estatura baixa e tez morena, e os que vieram do norte da atual Alemanha, altos e claros, alcançando as regiões citadas entre os séculos oito e seis antes do Cristo.

De sua presença marcante restaram, nos dias de hoje, as seis “Nações Célticas”, que lutam para preservar suas origens e sua cultura, ainda que o pensamento religioso cristão seja nelas predominante. Situam-se próximas ao Canal da Mancha. Na França Ocidental, a Bretanha e, do lado inglês: Ilha de Man, País de Gales, Irlanda, Escócia e a Cornualha Inglesa. Da Bretanha destaca-se pequeno território que constitui a Cornualha Francesa.

Torna-se importante destacar que, na França, os celtas habitaram também outras regiões, como Auvergne, terra de Vercingetórix, o bravo guerreiro, apenas derrotado por Júlio César na conquista romana das Gálias (leia-se França) devido à precária uni-ão entre as tribos celtas.

Essas não formavam um estado único, coeso, e sim uma confederação. Estivessem unidas, como o foram mais tarde os bárbaros invasores francos, comandados por Clóvis, e a história talvez fosse outra.

Vercingetórix, vencido, entregou-se ao exército romano para poupar seus soldados, sendo brutalmente assassinado em Roma, por determinação de Júlio César. Apesar disso, ambos estariam juntos, dezoito séculos depois, na França, como nos relata Léon Denis:
— César, na veste física de Napoleão Bonaparte, que se autonomeou cônsul no 18 Brumário, e Vercingetórix como Desaix, o grande general de Napoleão, que conquistou o norte da Itália, vencendo a Batalha de Marengo na Lombardia, e lá perdendo a vida.

A razão para enfatizarmos a presença celta no oeste europeu, de modo especial na França, está no fato de que elevados espíritos celtas aí reencarnaram mais tarde.

Foi o que ocorreu a Joana D’Arc em sua missão de manter a união da gente francesa, pondo fim à interminável guerra dos cem anos com os ingleses, e com Allan Kardec, que reencarnou para codificar e propagar a Doutrina Espírita.

Essa nobre tarefa de Kardec talvez tenha tido a cooperação do pensamento religioso dos celtas, vivido em tempos passados pelos sacerdotes druidas e pelos trovadores bardos. Estes com seus cânticos e sua palavra inspi-rada, e aqueles com a vivência espiritual, semelhante à revelação espírita.

Os druidas entendiam não haver morte, e sim uma sequência natural da vida em outros planos. Convictos da existência de um Deus único, cultuavam as deusas da natureza a Ele subordinadas.

Contudo, o faziam de modo absolutamente diverso do politeísmo grego, em que a luta para a conquista da condição de Deus Supremo era marcada pela violência, qual aconteceu na sucessão de Cronos por Zeus.

Léon Denis afirma que os celtas foram os precursores da ideia do Deus Único, precedendo mesmo a judeus e a cristãos!

O amor pela religião, o respeito à natureza, a admiração dos astros do firmamento e das árvores, sobretudo o milenar carvalho, e a certeza da comunicação dos vivos com os mortos têm afinidade com o Consolador Prometido, ou seja, o Espiritismo, codificado por Kardec.

Jesus anunciou o Consolador aos discí-pulos na última ceia, em Jerusalém, após a qual caminhou até o Monte das Oliveiras, sendo ali preso e a seguir crucificado.

Os celtas, embasados em sua religião, o druidismo, viam com singular familiaridade a relação entre mortos e vivos. Há, a respeito, fartos exemplos, como o que relatamos a seguir, ocorrido em aldeia bretã, citado pelo Prof.

Braz da Universidade de Rennes, capital da Bretanha:
Marie Gouriou tinha-se deitado uma noite após ter colocado perto da sua cama o berço onde dormia o seu filho. Ouvindo choros, despertou durante a noite e viu o seu quarto iluminado por uma luz estranha, e um homem, inclinado sobre a criança, embalava-a docemente, cantando-lhe em voz baixa um refrão de marinheiros.

Reconheceu o seu marido, que partira há um mês para a pesca na Islândia, e reparou que as suas roupas estavam encharcadas de água de mar.
— Como, gritou ela, tu já estás de volta? Toma cuidado, vais molhar a criança… Espera, vou levantar-me para acender o fogo.

Mas, a luz estranha foi-se desvanecendo, e quando conseguiu iluminar o quarto, constatou que o seu marido tinha desapa-recido. Mais tarde, soube que ele morrera afogado, no naufrágio do navio que o levava à Islândia.

É forçoso admitir que o espírito celta esteve presente em Kardec, fundador da doutrina espírita, inspirado pelo Espírito da Verdade. E também presente em Léon Denis, admirador apaixonado de Joana D’Arc, a jovem de Domremi, nascida sob a inspiração do verde das belas montanhas dos Volges franceses, heroína da libertação francesa do jugo inglês, no início do século 15.

Familiarizado com a alma celta, foi possível a Kardec entender o significado dos efeitos físicos que visitaram Paris em mea-dos do século 19, e a clara mensagem que traziam: — o desejo dos ‘mortos’ de se comunicarem conosco, qual o faziam ao tempo dos druidas.

E, na leitura desses fenômenos, Kardec teve o mérito de apreender o sentido da mensagem do Espírito da Verdade: entregar a Terceira Revelação à Humanidade.

Ignoro se Chico Xavier tem ascendência celta. Mas, sempre demonstrou algo em comum com esse iluminado povo: via e conversava com os espíritos com absoluta naturalidade.

Lembramo-nos, a propósito, da visita que lhe fez o espírito de Valéria, relatada no livro Jesus em Nós, editado pelo GEEM. Chico, então, se recuperava de um infarto do miocárdio e sentia ainda dores precordiais que muito o incomodavam.

Contou-nos ele que:
Certa tarde, enquanto repousava, entrou em seu quarto uma moça muito simpática. Da longa conversa que mantiveram, reproduzimos apenas a parte final.

Chico assim descreve o diálogo:
— Pode fazer o favor de sentar.
Ela falou: — você não está me conhecendo?
Eu respondi: — Olha, a senhora vai me perdoar, eu tenho andado doente, com problemas circulatórios, estou com a memória estragada e não estou me lembrando.

Mas, era uma desculpa, era porque eu não estava reconhecendo mesmo…
Então, ela falou assim: — Mas, nós somos amigos, eu quero tão bem a você.
Era uma moça morena, muito bonita!

Aí eu falei: — Olha, eu não posso assim de momento fazer muito esforço de memória, porque o médico me recomendou repouso mental. Minha senhora, faça-me o fa-vor de dizer o seu nome.

Ela respondeu: — Não, eu não vou dizer, eu quero ver se você lembra; eu sou uma de suas amizades de Pedro Leopoldo.
Então ponderei: — A senhora pode falar. Se a senhora falar Maria ou Alice, eu conheço tantas, ou fale o sobrenome da família, porque pela família eu vou saber.

Ela respondeu assim: — Não, eu não vou falar. Vou falar um nome só. Quando falar, você vai lembrar quem é que eu sou.
Eu disse: — Então, a senhora faz o favor, fale o nome, o nome que a senhora quer falar. E ela falou assim:
— Josusu!
(Quando ainda encarnada e doente, apesar da insistência do Chico em pedir-lhe para falar Jesus, nas preces que faziam, com muito esforço Valéria somente conseguiu pronunciar: Josusu…)

Exclamei: — Meu Deus, é a Valéria!
Meu Deus, Valéria, como você está bonita! Eu não mereço a sua visita.
Ela disse: — Eu vim lembrar os nossos sábados em que nós orávamos tanto e, para identificar-me, usei a palavra que tive tanta dificuldade em pronunciar, apesar de você insistir, e vim te trazer confiança em Jesus. Pôs a mão no meu peito, e a dor desapareceu.

Chico relata o episódio muito emo-cionado. Nosso saudoso amigo era assim. Desde os cinco anos transitou entre os dois mundos do mesmo modo que o faziam os celtas!

Quem com ele conviveu com mais proximidade certamente se lembrará dos muitos e muitos casos que relatou. Falava com inusitada familiaridade tanto da vida terrena quanto da vida espiritual.
Há um outro depoimento dele, digno de menção, que consta do livro Na Era do Espírito (GEEM). Nele se destaca a modéstia e o seu modo simples de ser.

É quando faz uma pergunta sobre Jesus e o Universo a Emmanuel. Parte do extenso e rico texto transcrevemos a seguir:

Certa feita, indagando de Emmanuel qual a posição de Jesus no sistema solar, ele me respondeu que ficasse, a respeito de Deus, com a expressão do Pai Nosso, dita por Jesus, e não perguntasse muito, porque eu não tinha mente capaz de entrar no domínio desses conhecimentos com a segurança precisa.
Eu insisti, e ele então desdobrou um painel à minha vista, num fenômeno mediúnico. Apareceu então a Terra na Comunidade dos Mundos do nosso sistema evolutivo em torno do Sol.

O nosso Sol, depois, em outra face do painel, evoluindo para a constelação que, se não me engano, é chamada de Andrômeda.

Depois, essa constelação, arrastando o nosso sistema e outros, evoluía em direção a outra constelação, que já não tinha nome na minha cabeça. Essa outra constelação avançava para outra muito maior dentro da nossa galáxia.

Depois, apareceu a nossa galáxia, imensa, como se uma lente de alta potencialidade estivesse entre os meus olhos e o painel. E a nossa galáxia evoluía com outras galáxias em torno de uma nebulosa enorme que, conforme Emmanuel me disse, passava a evoluir em torno de outras nebulosas.

Então, a minha cabeça ficou cansada, e eu pedi para voltar, como se tivesse saído de um foguete da Terra e me perdesse pelo espaço afora e sentisse uma vontade louca de voltar a ser gente e ficar outra vez no meu lugar. Senti uma vontade enorme de voltar para a minha cama e tomar café quente!

Caio Ramacciotti

Prece

Senhor, ensina-nos:

A orar sem esquecer o trabalho.

A dar sem olhar a quem.

A servir sem perguntar até quando.

A sofrer sem magoar seja a quem for.

A progredir sem perder a simplicidade.

A semear o Bem sem pensar nos resultados.

A desculpar sem condições.

A marchar para a frente sem contar os obstáculos.

A ver sem malícia.

A escutar sem corromper os assuntos.

A falar sem ferir.

A compreender o próximo sem exigir entendimento.

A respeitar o semelhante sem reclamar consideração.

A dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de reconhecimento.

Senhor, fortalece em nós a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros para com as nossas dificuldades.

Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será, invariavelmente, aquela de cumprir-Te os desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre.

A Semente de Mostarda – Francisco Cândido Xavier/Emmanuel
Edição GEEM

Notícias

1) Seminário sobre Chico Xavier em Vitória da Conquista. A Casa Espírita Francisco Cândido Xavier, de Vitória da Conquista (Bahia), promoveu seu XII Encontro, desta vez com o tema “O destino somos nós”. O encerramento se deu na manhã do dia 18 de agosto, com o seminário “Exemplos de Chico Xavier para a atualidade”, com palestra de Antonio Cesar Perri de Carvalho. (Notícias do Movimento Espírita, Ismael Gobbo-20/08/2019)

2) A União Espírita Mineira lançou no dia 8 de dezembro de 2018, em sua sede, durante o 4º Encontro Nacional de Surdos e Ouvintes Espíritas, o Dicionário Espírita em Libras, com 350 verbetes de termos espíritas em português e sua tradução para Libras. Acesso gratuito disponível no site:
www.dicionarioespiritalibras.com.br.
(Veja mais no Correio News de 12/09/ 2019)

3) O Senado Federal, em Sessão Especial, homenageou Bezerra de Menezes, no dia 29 de agosto. O ‘Médico dos Pobres’ nasceu a 29 de agosto de 1831, em Riacho do Sangue, Ceará, e ascendeu ao Plano Espiritual no Rio de Janeiro, a 11 de abril de 1900. Nosso Kardec brasileiro, em vigílias incontáveis, percorria os morros e subúrbios modestos do Rio em auxilio aos enfermos e carentes do pão e do agasalho.

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– Rádio Morada do Sol Araraquara-SP – (AM-640khz)

II – Departamento Filantrópico Nosso Lar

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