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A Palavra de Emmanuel
(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos)
Nos Momentos Graves
Diante de alguma desilusão que te impulsione a perder o incentivo para o trabalho…
Diante da incerteza que te visite, apontando-te as tentações e os riscos que te ameacem…
Diante de mudanças imprevistas que te obriguem a pensar e a deliberar sem a escora de afetos, com os quais já não contas…
Diante da crítica destrutiva que te induza a desistir de cooperar na oficina do bem…
Diante de seres queridos que te deixem a sós, sem comiseração por tua sede e necessidade de companhia…
Diante de palavras impensadas, partidas de pessoas estimáveis, que te façam mergulhar no poço da amargura…
Diante do corpo doente e abatido que te lance o pensamento no deserto da tristeza e da insegurança…
Quando a morte reduzir ao silêncio a voz daqueles que se te fazem queridos…
Quando qualquer sofrimento te abale os recessos da própria alma, entrega-te à fé, refugia-te em Deus, pensa em Deus, confia em Deus e espera por Deus, porque, acima de todas as tempestades e quedas, tribulações e desenganos, Deus te sustentará.
Confia e Segue
Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos
Edição GEEM
O Espiritismo na visão de dois grandes escritores brasileiros do passado e de um excelente ator da atualidade.
(Coelho Neto, Humberto de Campos e Lima Duarte)
Coelho Neto e Humberto de Campos, consagrados escritores maranhenses, membros da Academia Brasileira de Letras, tiveram sua vida literária no Rio de Janeiro, nas três primeiras décadas do século passado.
Aliás, ambos os escritores, amigos próximos, desencarnaram com poucos dias de diferença, do fim de novembro ao início de dezembro de 1934. Até sua conversão ao Espiritismo eram materialistas, mas respeitosos da ideia de Deus.
Coelho Neto
Após o falecimento de sua neta Ester, passou a ter contato com o espiritismo, conforme o episódio que a seguir resumimos, relatado em entrevista publicada no Jornal do Brasil de 7 de julho de 1923.
— Uma noite, minha mulher entrou-me pelo escritório, lavada em lágrimas, e disse-me, abraçando-se comigo, que a filha enlouquecera.
— Por quê?! perguntei.
— Está lá em baixo, ao telefone, falando com Ester.
— Que Ester?
— A filha… respondeu-me a esposa.
Encarei-a demoradamente, certo que a louca era ela, não Júlia. Como se compreendesse o meu pensamento, ela insistiu:
— Lá está. Se queres convencer-te, vem até a escada. Poderás ouvi-la.
Fui. Ficamos os dois, minha mulher e eu, junto à balaustrada do primeiro andar. Júlia falava baixo, no escuro. Por mais esforço que fizéssemos, não conseguíamos ouvir uma palavra. Era um sussurro meigo, cortado de risinhos.
Tive ímpetos de violar o segredo de minha filha, mas o escrúpulo do meu cavalheirismo conteve-me.
— Por que dizes que ela fala com Ester? perguntei à minha mulher.
— Por quê? Porque ela mesmo me confessou, e não imaginas com que alegria!
Fiquei estatelado, sem compreender o que ouvia. De repente, numa decisão, entrei no escritório, desmontei lentamente o fone do aparelho, apliquei-o ao ouvido e ouvi.
Ouvi, meu amigo. Ouvi minha neta. Reconheci-Ihe a voz, a doce voz, que era a música da minha casa…
Era ela, a minha neta, ou antes, a sua alma visitadora, que se comunicava daquele modo com o coração materno, levantando-o da dor em que jazia para consolação suprema.
Ouvi toda a conversa e compreendi que nos estamos aproximando da grande era em que os tempos se atraem, o finito defronta o infinito, e, das fronteiras que os separam, as almas já se comunicam.
E eis como me converti, eis porque te disse que a minha estrada de Damasco foi o escritório onde, se não fui deslumbrado pelo fogo celestial, ouvi a voz do céu, a voz do Além, da outra Vida, do mundo da Perfeição…
A vida de Coelho Neto foi eivada de sofrimentos. Além da perda da neta Ester, seu filho Mano (Emmanuel Coelho Neto) faleceu em 1922, após acidente em um jogo do Fluminense, tradicional clube carioca, do qual era atleta. Em sua incontida dor, assim comenta sobre o filho ausente, no livro de saudades “Mano”:
— Agora, quando me deito, antes do sono vir, sinto-o comigo, a meu lado, vivo na minha lembrança, em saudade, sombra que me ficou no coração, rastro de uma ventura que passou, sonho com que me consolo dentro da noite triste e eterna, no qual o vejo desde pequenino, quando ali nasceu para tão curta vida, até o doloroso instante em que se foi para o sempre.
Escritor prolífico, com mais de uma centena de obras, considerado ‘o príncipe dos prosadores brasileiros’, teve sua candidatura lançada oficialmente pela Academia Brasileira de Letras, em 1932, ao Prêmio Nobel de Literatura. É dele o comovente poema “Ser Mãe”, do qual destaco o conhecido verso: — Ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração…
O Espiritismo permitiu-lhe atravessar a vida de lutas imensas para o sustento da numerosa família, guardando consigo a dor da perda de entes amados.
Humberto de Campos
E o Caminho de Damasco de Humberto de Campos? Deu-se no Plano Espiritual apenas após sua morte.
Sua existência foi muito triste, sem o consolo do espiritismo, que respeitava, mas não conseguiu assumir, qual o fez Coelho Neto. Autenticou a eloquente mediunidade de Chico Xavier, ao ler o Parnaso de Além Túmulo (ed. FEB), reconhecendo nos autores os poetas que partiram de nosso mundo.
Perdeu o pai aos cinco anos e viveu uma infância e juventude de extrema pobreza, apenas atenuadas pelo heroísmo de sua mãe Ana de Campos Veras.
Nasceu em Miritiba, no Maranhão. Após a morte do pai, residiu em Parnaíba, no Piauí. No quintal de sua casa, plantou, ainda criança, o cajueiro que fez parte de sua vida.
Viveu no Pará e mudou-se em definitivo para o Rio de Janeiro.
A leitura constante lhe foi a companhia nos momentos de privação e dor.
Gravemente enfermo, vitimado por doença rara, viveu os dois últimos anos de sua curta existência isolado em uma pensão simples, cuja dona o convenceu a pedir ajuda espiritual. Em surpreendente resposta, dois médiuns consultados lhe responderam que não havia possibilidade de cura e que ele caminhava para a morte…
A moléstia gravíssima lhe deformou tanto o rosto e parte do corpo, que ele próprio se considerava um monstrengo.
Alcançou a paz de espírito com a desencarnação, aos 48 anos, quando, sentiu-se curado após deixar o corpo enfermo no ‘bangalô subterrâneo’, feliz expressão sua, que consta da apresentação do livro Reportagens de Além Túmulo, recebido por Chico Xavier. Abriu-se-lhe, então, a visão espiritual, e os mensageiros de Jesus lhe mostraram a vereda de luz a percorrer.
Após três meses, enviou a primeira das inúmeras mensagens, que escreveria por Chico Xavier, assumindo cabalmente a missão de arauto da Boa Nova.
Lima Duarte
Lima Duarte fala-nos de viva voz, em depoimento que nos leva a reconhecer-lhe os dotes de cultura e o respeito pela nossa abençoada doutrina. Segue um pequeno trecho do que nos relata em vídeo que se encontra no Youtube:
(https://www.youtube.com/watch?v=iQu2vNOlywI
Minha mãe era médium de incorporação, muito famosa lá em Sacramento(MG), onde nasci. Aos 7-8 anos fomos para Ribeirão Preto, e meus pais aceitaram ser zeladores de um centro espírita. Fui criado nesse contato tão íntimo com a maravilha que o espiritismo proporciona, especialmente a uma criança como era eu. Conheci os espíritas de Ribeirão Preto naqueles tempos em que ser espírita era um perigo.
Entre os espíritas que conheci estava o José Papa, presidente do Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, onde tive a oportunidade de conhecer a mãezinha do Eurípedes Barsanulfo. Eurípedes já tinha morrido. Ele morreu muito novo na gripe espanhola. E os espíritas sabem disso.
José Papa escrevia peças de teatro e me propôs delas participar com minha mãe, que também era atriz. Ele me escolheu para interpretar uma peça que escreveu, intitulada “O Espírito Obsessor”, e eu fazia o papel-título. Apresentamos a peça também em Franca, no Instituto Pestalozzi do Dr. Thomás Novelino. Foi minha primeira peça de teatro, o meu primeiro sucesso!
Conheço o Chico Xavier, é claro! Não só conheço como ele é meu amigo particular, Somos da mesma região. Vejo o Chico muito menos como uma entidade, mas como um amigo muito fraterno, muito querido.
Meu nome é Ariclenes Martins, mas, para a vida artística, minha mãe escolheu o nome Lima Duarte, em homenagem ao seu guia espiritual.
Chico Xavier
Vale lembrar que Chico não viveu, na última existência, o seu Caminho de Damasco, qual o fez Coelho Neto. Já nasceu missionário do bem…
Teve, sim, muitos sofrimentos, que se iniciaram logo após o falecimento de sua mãe Maria de João de Deus (com o de, como ele gostava de escrever). A Vida Espiritual se lhe desabrochou aos cinco anos, permitindo-lhe consolar-se, à sombra de uma bananeira, com a mãe falecida.
As pétalas que então se abriram de seu coração, quais pétalas de rosa, foram caindo ao longo de seus noventa e dois anos, exalando o suave perfume que o acompanhou em toda a sua vida.
De Humberto de Campos Chico recebeu páginas e páginas, que impressionaram o crítico literário Agripino Grecco, mas, não me recordo de que de Coelho Neto tenha recebido algum texto. Inúmeros escritores e poetas por ele também se manifestaram, entre os quais Castro Alves.
Temos na memória comoventes versos do poeta condoreiro, que combateu o tráfico de escravos, escritos nos anos luminosos de sua curta existência:
Caminheiro que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixai-a em paz dormir na solidão.
A cruz abandonada, por sua mensagem sublime, nos remete a Chico Xavier e também a outras almas cujo corpo físico dorme em paz na solidão, mas seu espírito não: vela por nós da Vida Maior.
Não nos apontam essas almas benditas o rumo do sertão, e sim o árduo percurso das conquistas espirituais, que nos atenuam a solidão nas noites frias do inverno ou no céu do verão, em cujas noites cálidas vemos Sirius, a mais luminosa de nossas estrelas estivais, acompanhando o gigante Órion, com seus dois cães fiéis, transformados em constelação.
E nesse céu, mescladas aos astros do firmamento, podemos sentir a presença de nossas almas afins, assistindo-nos sem cessar do outro lado da Vida.
Caio Ramacciotti
Monumentos vivos da fé
Amar sem exigir compensação.
Colaborar para o bem nos lugares onde o mal se nos afigure solidamente instalado.
Aguardar sempre o melhor, ainda mesmo nas piores situações.
Compreender os cooperadores das tarefas em que estejamos, quando se afastam de nós, doando-lhes tranquilidade, com as nossas expressões de simpatia e entendimento, a fim de que se sintam livres de quaisquer compromissos.
Sofrer e chorar, quando as provações da existência a isso nos induzam, mas prosseguir trabalhando e servindo sempre.
Desculpar ofensas, com a certeza de que os erros dos outros poderiam ser nossos.
Não nos queixarmos de ninguém.
Respeitar a liberdade alheia.
Abençoar e auxiliar, sem exigências, a todos aqueles que não nos aceitem os princípios e nem pensem por nossa cabeça.
Repetir, indefinidamente, esta ou aquela prestação de serviço com inteiro esquecimento de nossos próprios interesses.
Sabemos que o progresso da ciência, na atualidade da Terra, levanta máquinas e realizações admiráveis que assombram a vida comunitária, mas não podemos esquecer que a fé constrói prodígios na área dos sentimentos, prodígios que não compramos em supermercados e nem podemos pedir ao mais eficiente computador.
Confia e Segue – Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos
Edição GEEM
Notícias
1) O Correio Fraterno, periódico de São Bernardo do Campo-SP, em sua edição de novembro/dezembro de 2019, traz a notícia do encontro do nosso imperador Pedro II com o genial Victor Hugo em Paris. Ver mais detalhes no livro de sua edição: Chico Xavier, D. Pedro II e o Brasil, de Walter José Faé.
2) O Centro Espírita Justiça Amor & Caridade, fundado no ano de 2000 em Montreal (Quebec, Canadá), iniciou 2020 com a programação de 10 a 17 de janeiro, enfatizando o estudo de O Livro dos Espíritos.
Do mesmo modo que atuamos no Brasil, o centro espírita canadense promove assistência às pessoas em dificuldade, dando-lhes apoio moral e ajudando-as a entender a razão de seus problemas sobre a ótica de nossa Doutrina.
Conheça Nossas Atividades
I – Departamento Editorial Batuíra
– Vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Edição de livros e da revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha
Reuniões Espíritas:
Centro Espírita Maria João de Deus
São Bernardo do Campo (segunda-feira às 20h e sábados às 16h)
Programa No Limiar do Amanhã
(sábados às 19 horas)
Rádio Morada do Sol – São Paulo – SP
(AM-1260 kHz)
Rádio Morada do Sol – Araraquara – SP
(AM-640kHz)
(ouça-o também em nosso site)
II – Departamento Filantrópico Nosso Lar
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Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam
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