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A Palavra de Emmanuel
(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos)
Vida Afetiva
Todos os problemas da vida afetiva serão devidamente aclarados quando o conhecimento da reencarnação for concebido na base da regra áurea.
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Faremos a outrem, nos domínios afetivos, aquilo que de sejamos se nos faça. Isso porque tudo o que doarmos ao coração alheio recolheremos de volta.
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O amor em sua luminosa liberdade é independente em suas escolhas e manifestações; no entanto, obedece igualmente ao princípio: “Livre na sementeira e escravo na colheita”. Ligeira recolta de observações nos fará pensar nisso. Em muitas ocasiões, o rival que abatemos, de um modo ou de outro, induzindo-o à desencarnação, é o filho que a vida e o tempo nos colocam nos braços, a cobrar-nos, em abnegação e renúncia, a assistência e a proteção que lhe devemos;
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O jovem ou a jovem que furtamos dos braços de nossos filhos, considerando-os indignos de nossa equipe doméstica, impondo-lhes, direta ou indiretamente, a morte do corpo físico, voltam na condição de netos, em muitas circunstâncias, compartilhando-nos o leito e a vida. A criança nascitura que arrojamos à vala do aborto desnecessário e que deveria nascer e crescer para o desenvolvi-mento da afetividade pacífica, entre os nossos descendentes, costuma encontrar novo berço em nosso clima social, reaparecendo na condição do homem ou da mulher que, mais tarde, nos aborda a organização familiar, exigindo-nos pesados tributos de aflição. As criaturas que enganamos, no terreno do afeto, em outras estâncias, habitualmente retornam até nós por filhos problemas, reclamando-nos atenção e carinho constantes para o reajuste emocional que demandam.
Frustrações, conflitos, vinculações ex-tremadas e aversões congênitas de hoje são frutos dos desequilíbrios afetivos de ontem, a nos pedirem trabalho e restauração.
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É possível haja longa demora na aceitação geral da verdade por parte dos agrupamentos humanos, em nos reportando ao mundo genésico. Dia virá, porém, no qual todas as criaturas compreenderão que o espírito, onde estiver, conforme aquilo que plante, em matéria de afetividade, isso também colherá.
Na Era do Espírito Francisco Cândido Xavier/J. Her-culano Pires/Espíritos Diversos. GEEM
Kardec, O Livro dos Espíritos e Chico Xavier
Iniciamos o segundo trimestre de 2022, com o outono presente nos meses de abril, maio e junho.
Vou citar exemplos significativos que marcam esse período de transição entre o verão e o inverno, e que se inicia ainda com dias quentes e ensolarados com as tardes do céu azul de abril, surgindo no mês de junho o frio, prenunciando o início do inverno.
Vamos aos exemplos:
— Em primeiro de abril de 1869, na França foi sepultado Allan Kardec, inicial-mente em MontMartre, mas no ano seguinte seu corpo foi transferido para o Père-Lachaise.
— No 2 de abril, nasceu Chico Xavier, que hoje completaria 112 anos!
— Ainda em abril, no distante 1857, em reunião com um pugilo de amigos, e tendo a seu lado a encantadora Caroline Baudin, jovem médium de Kardec, foi lançado O Livro dos Espíritos, obra básica da Codificação .
— E, a 30 de junho, no encerramento do trimestre, ao caírem as primeiras sombras da noite, despediu-se de longa existência terrena Francisco Cândido Xavier. Receberam-no, na Vida Maior, sua mãe, Maria de João de Deus, e Isabel de Aragão, abençoadas mensageiras de Jesus.
Em toda oportunidade que se desenhava em nossos reiterados diálogos, Chico sempre mencionava, com sincera afeição, o nome de Clóvis Tavares.
Clóvis, de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, durante décadas, até sua ines-perada partida para o Plano Espiritual, serviu a Jesus como o fizeram os apóstolos e como o fez também Chico Xavier.
Ensina-nos Clóvis na página seguinte, quem foi Chico Xavier, alma querida que respeitamos por sua plena dedicação a Jesus ao longo de sua existência.
Boa leitura!
Caio Ramacciotti
Francisco Cândido Xavier Depoimento de Clóvis Tavares
Chico já havia testemunhado desde a desencarnação de sua Mãezinha, ocorrida a 29 de setembro de 1915, as mais sólidas expres-sões de humildade, de amor e de indulgência.
Ao partir deste mundo, a bondosa Maria João de Deus deixara-o com apenas cinco anos de idade, um garotinho que iria experimentar, junto de estranhos, amaríssimas provas e humilhações em sua orfandade de solidão e de pobreza. Aos onze anos de idade, sua vida sacrificada se divide entre o grupo escolar, até à hora do almoço, e a Fábrica de Tecidos, onde passou a trabalhar das onze horas da manhã às duas da madrugada, na condição de aprendiz.
Ao terminar o modesto curso primário, onde mal pôde assimilar os rudimentos de línguagem e de cálculo, o herói adolescente vai trabalhar, já com a saúde abalada pelos serões da Fábrica, num bar pertencente ao Sr. Claudo-vino Rocha, na posição de servente e ajudante de cozinheiro, de 1925a 1928.
Porque os serviços do bar avançassem noite a dentro e a saúde não lhe permitisse maiores esforços, trocou o bar pela venda modestíssima do seu padrinho, Sr. José Feli-zardo Sobrinho, onde passou a exercer as funções de caixeiro. Alguns anos haviam transcorrido quando ocorreu a falência da casa comercial do Sr. Felizardo, encontrando-se o nosso amigo repentinamente desempregado.
Foi então que nosso querido médium iniciou sua vida de funcionário público na Fazenda Modelo (do Ministério da Agri-cultura), em que o seu diretor, Dr. Rômulo Joviano, lhe conseguiu modesta função, exer-cida com devotamento e pontualidade até sua aposentadoria, em 1961.
Nessas diferentes atividades, sempre foi o operário fiel, diligente, dedicado e modelar. Dizem-no os conterrâneos seus, o seu diretor Dr. Rômulo, sua chefe de serviço, Profa. Wanda Amorim Joviano. E, durante esses dilatados anos de sacrifícios e fadigas, foi sempre o médium zeloso e disciplinado, tanto quando o protetor magnânimo, verdadeiro pai, extremoso e dedicadíssimo, de sua numerosa irmandade…
Chico Xavier sempre foi “grande nas tarefas humildes”, em seu longo caminho de peregrino quase desconhecido, nos duros lustros em que a responsabilidade pela Famí-lia Xavier pesava quase que exclusivamente sobre seus ombros frágeis de moço pobre.
Multiplicando-se em cuidados e consu-mindo-se no cumprimento dos deveres, desve-lava-se em favor dos seus pequenos sobrinhos órfãos e de seus irmãos e irmãs menores.
Enquanto assim pelejava, no campo da luta material, sua singular e profunda vida interior se enriquecia, mais e mais, na dilatação de sua mediunidade.
Ele, que nunca buscou o velocino de ouro1, pôde, assim, “ser humilde nas grandes tarefas” que o Céu lhe tem confiado, no exercício fiel de seu mandato espiritual, cujo 40o aniversário todo o Brasil Espírita está reverente e reconhecidamente comemorando neste 1967… Que longa história seria a narrativa de suas angústias silenciosas e de suas dedicações sobrehumanas! Que singular figura desse desconhecido martirológio dos verdadeiros médiuns espíritas!
E que dizer do desprendimento, despren-dimento absoluto, desse valoroso missionário da Luz?
Desde a cessão total dos direitos autorais (denominação imprópria no caso) dos livros por ele psicografados às Editoras que os lançam (FEB, LAKE, IDE, GEEM, CEC, CEU, etc.), até à posse do mínimo objeto de utilidade pessoal — um livro, uma esfero-gráfica, uma boina… Se fosse possível comparar por cálculo, à maneira dos astrônomos, a posição de sua filosofia de vida, genuinamente cristã, com o estilo de vida de nossos tempos, ter-se-ia que situá-la ninguém sabe a quantos anos-luz do sibaritismo2 e da cupidez que ouriçam o nosso pobre mundo…
Impossível condensar essa vivida saga, que é a existência consagrada de Francisco Cândido Xavier; mas foi esse testemunho sobrehumano de vivência evangélica a pri-meira e grande lição que a Sabedoria do Alto silenciosamente me ofereceu, como um celeste desafio, na escola bendita de Pedro Leopoldo…
Bem escreveu o grande Manuel Bernar-des3 que não há modo de ensinar “mais forte e suave que o exemplo: persuade sem retórica, reduz sem porfia, convence sem debate”.
Foram sem conta as lições, as benesses, as profundas experiências espirituais a mim concedidas, misericordiosa e ininterrupta-mente, na querida escola evangélica de Pedro Leopoldo. Considerando os limites destas singelas memórias, vou respingando, aqui e ali, de meus queridos arquivos ou de meus rascunhos de viagem, o trigo bom e farto das bênçãos do Alto.
São lembretes, são mensagens, são observações, são advertências, são carinhos — tudo testificando a inefável bondade de Deus.
1) Da mitologia grega, cordeiro cuja lã se trans-mutava em ouro ao ser tocada.
2) Vida voltada aos prazeres do corpo
3) Manuel Bernardes presbítero e escritor português, falecido no início do século dezoito.
(Livro Trinta Anos com Chico Xavier-(Lake)
Batei e Abrir-se-vos-á
“Batei” para o Evangelho não traduz “mendi-gai”, significa “esforçai-vos” e insisti na vitó-ria do Bem.
Ω
Não basta pedir para receber.
Não vale unicamente aguardar, a fim de encon-trar. A súplica sem trabalho costuma degenerar-se em ociosidade.
E a esperança que não opera acaba sendo inércia. Abracemos a tarefa de cada dia por bendito instrumento, com que nos compete recorrer às fontes da vida.
Atendamos aos próprios encargos, por mais difíceis nos pareçam, com alegria e serenidade, claramente informados de que o direito é algo que nos cabe obter, através da obrigação reta-mente cumprida.
Ω
Com o serviço que se nos atribui, estamos batendo às portas do progresso e do aperfei-çoamento e, pelo próprio serviço, o Senhor nos responderá com as bênçãos da realização e do amor. Não basta pedir para receber. Não vale unicamente aguardar, a fim de encontrar. A súplica sem trabalho costuma degenerar-se em ociosidade. E a esperança que não opera acaba sendo inércia
Abracemos a tarefa de cada dia por bendito instrumento, com que nos compete recorrer às fontes da vida.
Atendamos aos próprios encargos, por mais difíceis nos pareçam, com alegria e serenidade, claramente informados de que o direito é algo que nos cabe obter, através da obrigação retamente cumprida.
Ω
Com o serviço que se nos atribui, estamos batendo às portas do progresso e do aperfei-çoamento e, pelo próprio serviço, o Senhor nos responderá com as bênçãos da realização e do amor.
Emmanuel
(Seguindo Juntos – Edição GEEM)
Clóvis Tavares e José Cândido Xavier
(…) Contemplávamos a cidade, toda cercada de morros e colinas, de eucaliptos e flamboyants.
Percorríamos as estradas, margeávamos o Ribeirão da Mata, subíamos novamente a Represa, íamos palestrar com Bita, com Luísa, com a D. Mariquinhas do Hotel Diniz ou comprar belos postais na Tipografia do Tava-res…
Todas as tardes, José Cândido e eu íamos ao correio buscar a correspondência de Chico, já bem grande nessa época. Assim também no sábado1, antes do anoitecer…
E quem imagina o que nos pode aconte-cer no minuto seguinte? Horas depois, na madrugada de domingo, o cruel e doloroso impacto.
Vítima de um insulto cerebral, o alegre e carinhoso José, inesperadamente, presto transpôs o limiar do Mundo Invisível.
A subitaneidade do acontecimento nos deixou abalados, mas, ainda aí, pude testemu-nhar a grandeza do sentimento cristão de nosso Chico.
Foi ele o amparo de toda a família nessa noite de angústia, embora a dor que lhe avassa-lava igualmente o coração. Desse carinhoso José Cândido já dissera o também saudoso Manuel Quintão, registando uma visita sua a Pedro Leopoldo, no encantador livreto Romaria da Graça:
José é bem o irmão germano e espiritual do Chico. Pode-se dizer que Deus os fez e Emmanuel os juntou…
E inesperadamente, a partida… E com ela, a saudade, mas também o testemunho de resignação, de entendimento da Vontade de Deus, de compreensão da eternidade da vida…
Que grandes lições a morte sempre nos ensina!…
Também sob profundas saudades, agi-gantadas pela comunhão no sofrimento, dei-xamos Pedro Leopoldo. Lágrimas nos olhos e muitas outras escondidas em nossos corações, quando abraçamos Chico e toda a gentil Famí-lia Xavier, na manhã do regresso.
Beijamos as mãos abençoadas do servi-dor humilde de Jesus Cristo, sentindo que apenas o espaço físico separa, e mal separa, as almas que espiritualmente se compreendem e se amam, na beleza transcendente dos reen-contros, na grande escola terrestre…
Da jardineira que partia, um último adeus, um último olhar para o verde tapete dos montes, para os eucaliptos que balouçavam ao longe, para o casario que se perdia à reta-guarda…
Com razão, Olegário Mariano exclama-va nos seus versos:
— Ó saudade! fiandeira da distância…
NOTÍCIAS
CCJ aprova criação do Dia Nacional do Espiritismo — 18 de abril!!!
A Comissão de Constituição de Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (24/11/21) o Projeto de Lei 3789/19, do Senado, que cria o Dia Nacional do Espiritismo, a ser celebrado anualmente em 18 de abril. A data foi escolhida em homenagem ao dia de lançamento da obra “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec, em Paris, em 1857.
Segundo a relatora da proposta na CCJ, deputada Caroline de Toni , “o espiritismo é uma doutrina volta-da para o aperfeiçoamento moral do homem; acredita na existência de um Deus único; na possibilidade de comunicação útil com os espíritos através de médiuns e na reencarnação como processo de crescimento espiritual e de justiça divina. O Brasil é o país onde há o maior número de espíritas no mundo. Ao todo são quase 4 milhões de pessoas que se consideram espíritas, sendo assim o terceiro maior grupo religioso brasileiro, tendo ainda cerca de 40 milhões de simpatizantes.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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