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A Palavra de Emmanuel
(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos)
Na Luz do Evangelho
Empobreçamo-nos de vaidade e orgulho, de ambição e egoísmo, e, certamente, a verdade nos impelirá aos planos mais altos da vida. Exigências e ilusões são adensamento de névoas em torno de nossa visão espiritual.
Jesus, no ensinamento evangélico, não exaltava a indigência de educação; salientava a triste condição das almas que amontoam, ao redor dos próprios passos, ouro e títulos convencionais, no exclusivo propósito de dominação entre os homens, acabando empare-dadas em pergaminhos e moedas, à maneira de cadáveres em mausoléus de alto preço.
É justo usar os patrimônios de inteligência e reconforto que o mundo nos oferece à solução dos problemas evolutivos, mas é indispensável saber distribuir, com espontâneo amor, as facilidades que a Terra situa em nossas mãos, a fim de que a fé não brilhe debalde em nossa rota.
O Senhor, em surgindo na Manjedoura, estava pobre de bens materiais, mas suma-mente rico de luz. Mais tarde, no madeiro infamante, encontrava-se pobre de garantias humanas, mas infinitamente rico de vida superior.
Empobreçamo-nos de exclusivismo e enriqueçamo-nos de fraternidade! Empobre-çamo-nos de repouso indébito e enriqueçamo-nos de serviço edificante!
Atendendo a semelhante programa de sintonia com o Alto, atingiremos, em breve tempo, os tesouros da Glória Eterna.
Emmanuel
(Do livro Os Dois Maiores Amores – Francisco Cândido Xavier / Espíritos diversos – Ed. GEEM)
O Chico que Conheci
Caminhamos a passos céleres para a inevitável conclusão de 2022, em que reverenciamos os vinte anos da despedida de nosso saudoso amigo, que ascendeu à Vida Maior em 30 de junho de 2002.
Vem-me à lembrança, enquanto redijo estas poucas palavras, a majestosa figura que durante quase cem anos só fez o bem. Nós lhe devemos muito, o carinho, a atenção, a bondade, a retidão de conduta.
Na recordação de tempos passados de sublime convivência, não consigo abdicar da tristeza pela sua ausência.
Coloco, a seguir, ao caro leitor a carta, a respeito de Chico Xavier, que escrevi e li no I Encontro de Amigos de Chico Xavier em 2008, na cidade de Uberaba.
As palavras iniciais se referem ao facial dos túmulos de D. Pedro e Inês de Castro em Alcobaça, Portugal:
Querido e saudoso Chico!
Entendo os relevos do facial do túmulo a que me referia há pouco como sendo a criação da vida, segundo o infeliz Pedro.
São tristes fatos reais como muitos que conhecemos e que levam as criaturas envolvidas a martírios, apenas atenuados quando a presença de Jesus lhes tranquiliza os corações feridos.
Essa história, querido Chico, remete-me a você, que aprendi a conhecer na condição da alma generosa e boa de minha vida.
Se você não me houvesse colocado nas mãos e no coração esse belo exemplo de dor, renúncia e redenção espiritual, talvez estivesse eu ainda mergulhado em minhas limitações e desacertos, que tornariam meu final de existência melancólico e intranquilo.
Graças a você, hoje contemplo o céu nas noites claras e vejo que a vida estuante de amor não está tão distante de nós. Que as lutas — as espinhosas experiências e a saudade — são a outra face da moeda Divina. que ostenta, em sua superfície luminescente, as exuberantes realidades do espírito.
Como posso esquecê-lo, querido Chico, você, que me tirou ao ostracismo da ignorância do espírito e ensinou-me a amar uma simples gardênia perfumada; mostrando-me em quadros inesquecíveis que também o inverno é contemplado pelo alarido de pás-saros obstinados.
Sabe Chico, você mudou minha vida.
Com você aprendi a orar, e aprendi também que as almas que se prezam estão sempre juntas, unidas pelo magnetismo maior que as aproxima por mecanismos tais que os tempos ainda nos levarão a compreender.
Minhas palavras finais, Chico, eu as escrevo com a pena embebida no coração.
Nunca pensei que a vida com sua falta em mim doesse tanto.
Caio Ramacciotti
Francisco Cândido Xavier por Marcel Souto Maior
As Lições de Chico Xavier
Há 20 anos, o coração de Chico Xavier parou de bater em Uberaba, após 92 anos de palpitações intensas e inundações de afeto.
Neste 2022 tão desafiador, com uma pandemia ainda a ser erradicada e uma guerra de consequências imprevisíveis, a lembrança de Chico e de suas lições serve de alento e esperança.
Um antídoto contra o pessimismo, o derrotismo, o radicalismo e outros ‘ismos’ que nos abatem, enquanto o mundo parece ruir, sob o peso da fatídica polarização, que divide a humanidade entre nós e os outros, vencedores e perdedores, esquerda e direita, aliados e inimigos, como se não fizéssemos parte, todos nós, de um único grupo: o dos humanos destinados a nascer, viver e morrer e, se possível, deixar algum legado positivo nesta nossa passagem por aqui.
Em meio a tantas ações e discursos virulentos, a voz suave de Chico ganha força ao defender valores básicos como o respeito ao próximo e ao diferente, a valorização da vida em todas as suas manifestações (incluindo, claro, o meio ambiente e o mundo animal) e o apoio a quem, às vezes, só precisa do mínimo de algum respeito, para recuperar as forças e seguir em frente.
Mesmo sob ataque e tensão, Chico sempre hasteou a bandeira da pacificação. Não por acaso referia-se aos adversários como “companheiros desafiadores”, aqueles que, ao colocarem suas obras, atitudes e declarações à prova, o tornavam mais vigilante e resistente.
— O martelo que atinge o prego o torna mais firme – ensinava o guia Emmanuel, segundo Chico.
Contra o “armai-vos uns contra os outros” das posturas provocativas e beligerantes – hoje transformadas também em política armamentista de Estado em determinados países – Chico sempre pregou e praticou o “amai-vos uns aos outros”. Amar e não armar era a legítima defesa adotada e receitada por ele.
— Se pudesse, se tivesse alguma mínima autoridade, mandaria pintar, na fachada de todos os prédios, esta frase:
— “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” – que disse em entrevista gravada em vídeo, hoje disponível no YouTube.
E, no lugar dos ‘discursos de ódio’ (ex-pressão inconcebível para quem foi saudado como o “Homem-Amor”, indicado ao Prêmio Nobel da Paz), palavras de cura.
“Maus? Ainda não bons…” “Filho de mãe solteira? Filho de pai ausente.” “Presidiários? Educandos…”
Definições do sábio mineiro, apontadas para o perdão ou para a esperança, nunca para o menosprezo ou a discórdia.
— As palavras carregam uma energia poderosa – Chico ensinava: Imagina só se eu dissesse para alguém, em vez de “Vai com Deus”, “Vai com o Diabo”. Deus nos livre.
Alvo de sucessivos ataques ao longo da vida e de permanente desconfiança de quem duvidava da possibilidade de intercâmbio com espíritos, Chico foi aprendendo com o tempo a resistir às críticas e insultos sem reclamar.
— Fico triste quando alguém me ofende, mas com certeza ficaria muito mais triste se fosse eu o ofensor – dizia.
Cuidado no uso das palavras e consciência a cada ação e reação. Lições de Chico, muito bem-vindas nestes tempos tão truculentos.
Basta olhar para os lados e sintonizar no noticiário para testemunharmos o contrário da cordialidade e da gentileza nas ruas, em muitas casas e nas mais diversas esferas do poder.
NA SOMBRA DO ABACATEIRO
Neste cenário de tantas turbulências, a figura de Chico e toda a sua obra – mais de 500 livros já publicados – destacam-se na paisagem como uma espécie de abrigo. Como a sombra do abacateiro de Uberaba, no terreno a céu aberto onde ele costumava receber amigos e visitantes de todos os cantos do país, aos sábados, no início dos anos 1980, para contar histórias, comentar o evangelho, falar da vida.
E é para lá – para a sombra daquele saudoso abacateiro – que convido agora os leitores deste querido Correio Fraterno a voltar.
15 de janeiro de 1983.
Primeira reunião do ano. Chico está acomodado entre os amigos, sorriso suave sob a brisa fresca, aos 72 anos, pronto a compartilhar suas experiências com a multidão silenciosa.
A expectativa é grande.
Logo após a prece de abertura, o professor Thomaz abre O evangelho segundo espiritismo em um capítulo aleatório, e o tema que vem à tona – já bastante preocupante na época – faz o ambi-ente pesar: a depressão e o suicídio.
Chico toma a palavra e, com seu fio de voz, valoriza a ciência da psicologia e da psiquiatria para, em seguida, destacar, em primeiro lugar, a Ciência da Vida: o diálogo em família, que já começa a se perder por conta dos excessos diante da televisão e do ritmo, às vezes um tanto frenético demais, da vida.
Em seguida, propõe exercícios de paciência e calma no dia a dia. A compreensão de que nem tudo sairá como o planejado e de que os imprevistos fazem parte da jornada de todos nós.
“Compreensão de que nossa dor não é maior do que a dor dos outros.” E de que tudo passa, e de que o que não faz sentido hoje, mais tarde fará.
Lágrimas escorrem aqui e ali entre os participantes do encontro, talvez de quem já tenha pensado em suicídio, sobrevivido a ele ou perdido um ente querido para o desespero.
E Chico segue adiante:
— Devemos contar com a lutas, com a tempestade, com a doença e até mesmo com a morte. Precisamos estar preparados.
O então jovem companheiro de doutrina, Carlos Baccelli, seu futuro biógrafo, anota cada palavra. Frases que seriam impressas, mais tarde, no livro Chico Xavier à sombra do abacateiro. Lições como esta, a serem exercitadas hoje, em meio à nossas intempéries virais e bélicas:
— Precisamos ter coração que sente e guardar silêncio e calma nas horas de tempestade.
E é com ‘este coração que sente’ – e que ele dizia ser atravessado pela dor das mães enlutadas – que Chico convoca os frequenta-dores da reunião à sombra do abacateiro para uma missão capaz de espantar ou pelo menos amenizar qualquer depressão: o trabalho. O trabalho que “engrossa o fio da vida”, como ele dizia. Trabalho em favor do outro, por menor que seja ou que pareça.
— Precisamos cumprir com nosso dever de sermos mais úteis.
Chico explica aos poucos, durante a reunião, como esse trabalho, que pode parecer miúdo no início, vai fazendo a diferença no final.
E começa com uma parábola:
— O que compete a cada um.
— Havia um incêndio na floresta.
Um pássaro enchia as asas de gotas de água e as jogava no incêndio. Os outros pássaros riam. O pequeno pássaro explicou que não tinha pretensão de apagar o fogo, mas que estava fazendo o que podia, a sua parte.
E Chico comenta: “Não é rindo que vamos resolver.”
Foi esse mesmo Chico quem, ao ser criticado pelo assistencialismo de suas campanhas beneficentes – de doações de roupas, alimentos e remédios – respondeu aos ataques com a seguinte pergunta:
— Se uma casa está pegando fogo, eu cruzo os braços e espero pela chegada dos bombeiros ou ajudo com alguns baldes d’água?
Mas, voltemos à sombra do abacateiro. Depois de lembrar o pássaro com suas ‘asas de gotas de água’, Chico se lembra também de outra trabalhadora tão incansável quanto ele: Madre Tereza de Calcutá, praticante e defensora do tal ‘assistencialismo’, censurado por quem prefere esperar pela chegada dos bombeiros.
— Sei que meu trabalho representa uma gota no oceano, mas sem ela o oceano seria menor – ela dizia a quem questionava seu esforço incessante, e às vezes um tanto solitário, em favor dos necessitados.
A mesma Madre Tereza de Calcutá, que, ao ser criticada por “dar o peixe em vez de ensinar o outro a pescar”, reagiu ao comentário com a seguinte pergunta: — E quando a pessoa não tem nem força para segurar a vara?
Lições de Chico, de Madre Teresa e de Dalai Lama também, que – ao ser perguntado sobre sua religião – deu a seguinte resposta:
“Minha religião? Minha religião é muito simples. Minha religião é a gentileza.”
Tão simples…
Ação em favor do outro, em vez de polarização. Palavras de afeto, em vez de discursos de ódio. Trabalho em favor do outro no tratamento contra a depressão.
À sombra deste abacateiro, Chico também chegou a participar de trabalhos, reunindo famílias para o Evangelho,
e distribuição de alimentos.
O DESAFIO
Por estas e outras – pelo equilíbrio e coerência entre discurso e prática – hoje defino Chico, a quem chamo de “o sábio mineiro”, como uma combinação muito bem equilibrada de monge budista e filósofo estoico. Um mestre no exercício da paciência e da disciplina, sempre atento aos próprios pensamentos, sentimentos e ações, em processo permanente de autoconhecimento e autodesenvolvimento.
E é com esta frase dele – um desafio para todos nós – que encerro este texto:
— Dou a qualquer um o direito de ser como é, mas dou a mim mesmo o dever de ser a cada dia melhor.
Se cada um de nós fizer a nossa parte (como o pássaro de ‘asas de gotas d’água), ajuda-remos – e muito – a por de pé um ‘ismo’ pelo qual vale muito a pena lutar: o humanismo, que move pessoas únicas, de corações sem limites, como Chico Xavier.
De gota em gota, a gente faz chover.
Marcel Souto Maior
30 de maio de 2022
Marcel Souto Maior é jornalista, escritor e roteirista, autor de livros como Por trás do véu de Ísis, As lições de Chico Xavier e dos best-sellers adaptados para o cinema: As vidas de Chico Xavier e Kardec, a biografia.
(Texto publicado no Correio Fraterno do ABC de São Bernardo do Campo)
Chico Xavier — Recordações de uma viagem inesquecível
Estávamos em maio do distante século 17. Vínhamos juntos de Uberaba a São Paulo. E, durante toda a viagem, Chico me falou de uma sua reencarnação na Espanha.
Residia, então, em pequena comuna do sul da Espanha, e a cidade foi visitada por um circo. Chico permitiu que o filho fosse a um espetáculo, anseio de toda criança.
Mas o filho não voltou a casa até o fim do dia.
Nas primeiras horas da noite, Chico, desesperado, buscou de todas as formas encontrá-lo. Fora uma noite dolorosa, que se transformou em dias difíceis com incessante busca pelo filho querido.
Com as dificuldades de locomocão da época, pois o drama se desenvolveu há algumas centenas de anos, Chico procurou o filho em todos os circos das proximidades, não o encontrando.
Estendeu sua procura a todas as cidades da Espanha, em todos os quadrantes, chegando mesmo ao sul da distante França. Foram meses e meses, sem resultado. Seu lar pratica-mente se destruíra, pois as viagens não tinham fim.
Finalmente, em uma distante comuna, onde havia espetáculo circense, cansado das inúteis viagens a pé ou no lombo de mansos animais, buscando ajuda de almocreves, Chico recebeu a notícia que lhe partiu o coração: seu filho havia sido assassinado.
O implacável tempo passa sem cessar, colhendo fatos novos de nossa vida e reunindo fatos do passado com as ocorrências do dia a dia. Em fins da década de 90, estávamos um pequeno grupo reunido na casa do Chico, em Uberaba, para dar-lhe o abraço fraterno.
Chegava a hora do jantar e a Dinorá lhe dava uma sopa, a colheradas, respeitando a dificuldade que o Chico tinha para a deglutição. Por vezes, engasgava.
Formou-se uma pequena fila para os presentes o abraçarem, e eu e meu irmão Paulo de Tarso ficamos ao lado do Chico, enquanto os rápidos abraços se sucediam.
Surgiu um momento, contudo, em que ao abraçar um dos presentes, que suponho ter entre 30 a 40 anos, as lágrimas caíram dos olhos de Chico, que, emocionadíssimo, falou:
Finalmente o encontrei meu filho.
Procuro-o há muito tempo, há séculos, mas agora posso partir em paz! Faleceu a 30 de junho de 2002, pouco tempo após o reencontro do filho que perdera.
Quanta alegria seu rosto irradiava.
E fiquei meditando… como é difícil a vida de almas abençoadas: lutam, sofrem, derramam lágrimas de dor e de saudade, mas dedicam a Jesus e à sua mãe Maria a mais profunda afeição.
Renunciam a tudo, mas, Jesus, reconhecido, os veste com a beleza e o suave perfume dos lírios do campo.
Obrigado, Chico Xavier!
Chico Xavier – 20 anos de ausência física
– Vida no Além, livro de Chico Xavier, editado pelo GEEM, foi objeto da peça teatral apre-sentada no dia 4 de setembro passado, em São Bernardo do Campo, Mensagens de Amor, produzida pelo dramaturgo Cyrano Rosalem e dirigida por Rogério Fabiano.
Relata fatos reais descritos no livro, ocorridos em São José do Rio Preto e Votuporanga. Peça excelente, com a participação dos atores: Lucas Pierre, Maria Fernandes, Rodrigo Banks e Silvana França.
– Os meios de comunicação e personalidades do movimento espírita deram notável divulgação à lembrança do falecimento de Chico Xavier, ocorrida na noite de 30 de junho de 2002.
Folha: – Legado de Chico Xavier permanece em Uberaba 20 anos após sua morte.
Rede Globo: – 20 anos sem Chico Xavier: relembre o caso da ‘luz misteriosa’, que entrou no quarto em que o médium estava internado em MG.
– Morte de Chico completa 20 anos nesta quinta-feira (30). Líder espírita revelou pouco antes de morrer quem o teria visitado no hospital em Uberaba.
Globo Fantástico: – Morte de Chico Xavier completa 20 anos; saiba mais sobre o médium, um dos líderes do espiritismo mais respeitados no mundo.
Estado de Minas: – Chico Xavier: 20 anos da morte do médium e do legado de valores universais. Chico Xavier faleceu no dia em que a seleção brasileira de futebol foi pentacampeã da Copa do Mundo. “Sou apenas o carteiro”: o médium psicografou 459 livros.
SBT: – Chico Xavier: A luz que não se apaga.
Rádio CBN: – Palavras sempre atuais de Chico Xavier. O médium, que era amigo do presidente JK, enviava mensagens psicografadas que ajudavam Juscelino a tomar decisões sobre a futura capital.
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– Edição de livros e da revista Comunicação®
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