Revista Comunicação #246 – Abril / Junho 2023

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Chico Xavier – Saudade – Edição 246

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A Palavra de Emmanuel

Petição e Resposta

Quando te dirijas à Divina Providência rogando algo, não te permitas o mergulho na aflição improdutiva, capaz de conturbar-te o ambiente, retardando a concessão que desejas.

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Entenderás isso facilmente, nas lições mais simples da vida prática.
Se requisitas do carro uma velocidade mais ampla em face daquela que o trânsito recomenda, sob o pretexto de pressa, inclinas-
te, indiscutivelmente, para o desastre.
Na hipótese de exigires da ponte o transporte de carga determinada, com o peso muito superior à capacidade de resistência em que se estrutura, com a desculpa de urgência, é provável que a desmanteles.
Quando espancas um vegetal, impiedosamente, a fim de senhorear-lhe algum fruto, sob o pretexto da fome, estarás reduzindo muitas das futuras possibilidades da árvore em teu prejuízo próprio.
Em te debruçando num poço, agitando-lhe o fundo com a desculpa da sede, unicamente lhe turvas o líquido, tornando-o inadequado à pró-pria saúde.

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Em teus requerimentos à Vida Maior, formula-os com cuidado e continua no trabalho que o mundo te conferiu, esperando pela manifestação do Poder Divino através das circunstâncias do caminho em que te encontras.

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Inquietação desnecessária atrasa o socorro previsto.

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Sejam quais forem os obstáculos que te surjam à frente, na expectativa do apoio que solicitas dos Céus, não desesperes, nem esmo-reças.
Se a resposta do Mais Alto aos pedidos que fizeste parece demorar excessivamente, é que a tua rogativa decerto reclama análises mais profundas, a fim de que, futuramente, não te voltes contra as leis da vida, alegando haver caído na imprevidência, que terá nascido de ti mesmo e não do Senhor, que, sabiamente, nos reserva sempre o melhor.

(Calma, F.C.Xavier/Emmanuel – GEEM)

Chico Xavier – Saudade

O que vou gravar nestas páginas não é, de certa forma, novidade, posto que tenha feito algumas dessas considerações anteriormente.
O escritor alemão Erich Maria Remark fez um conhecido relato da primeira guerra mundial, que sensibilizou a todos que tiveram acesso à sua obra Nada de Novo no Front.
O que descreve nos comove e oferece a plena realidade dos conflitos: vinte milhões de mortos e vinte milhões de feridos, a maioria composta de jovens convocados para perecer nas violentas conflagrações.
Francisco Cândido Xavier escreveu e viveu outra realidade, diversa dos horrores da guerra: divulgar a palavra de Jesus.
O ano de 1977 significou para mim a conquista de um passaporte para a compreensão da Misericórdia Divina, exemplificada por Jesus há dois mil anos e vivida por almas elevadas, que vieram à Terra no decorrer dos séculos que nos separam da presença do Mestre.
Simples passaporte, pois, a caminhada da redenção espiritual é longa e se realiza por caminhos tortuosos, que somente as almas abençoadas conseguem percorrer. E são raras…
Ao longo de todo o ano de 1977, tão saudoso, pude conhecer uma das criaturas que dedicaram sua vida, seguindo o roteiro traçado por Nosso Senhor Jesus Cristo: Francisco Cândido Xavier, espírito de luz que, em quase cem anos de vida, somente fez o bem.
Mantivemos intenso contato todos os 365 dias desse ano inesquecível, fosse em visitas a Uberaba, ou encontros em outras oportunidades, e também com sua eventual presença em minha casa, então em São Bernardo do Campo.
Hoje, se estivesse entre nós, Chico completaria 123 anos, justamente no mês de abril, que inicia nosso outono com seus dias ensolarados.
Aliás, o que ocorre nos dois hemisférios, com o céu azul sem nuvens e a abóboda celeste alternando os dias belíssimos do mês com as noites em que as constelações de Pégasus e Órion alternam sua presença ao norte e ao sul, no outono ou na primavera.
Em abril, reverenciamos a despedida de Jesus na cruz de Jerusalém, e o nascimento de Chico Xavier em Pedro Leopoldo.
A volta do Mestre às esferas celestiais ocorreu a 3 de abril do primeiro ano de nossa era, e Chico nasceu a 2 de abril de 1910. Essas datas são marcos decisivos em nossas vidas. E nós, os espíritas, a 18 de abril, recordamos também o lançamento da obra básica da codificação kardequiana.
Devo muito a Chico Xavier e, dificilmente, pagarei a dívida, mesmo ao longo dos séculos.
Tudo me ensinou em suas aulas quase que diárias, desde a compreensão das lições do Mestre até ponderações sobre a sólida grandeza de nossa doutrina espírita, além das comezinhas vivências do cotidiano, da beleza do céu nas noites claras de Uberaba e de fatos históricos que, com Chico, aprendi a cultivar.
Temos 16 livros em parceria, elaborados com mensagens de filhos e entes queridos que deixaram o lar, restando de sua ausência a saudade, que o tempo não apaga. Minha participação sempre era mais simples, pois consistia em visitas aos familiares, para entrevistas relativas às revelações do ente que se manifestara da Vida Espiritual pela mediunidade de Chico.
Recordo sempre que quando levava meu texto a ser incorporado no livro, as correções que Chico fazia eram muitas. Não me esqueço de seu jeito de retificar minhas linhas escritas sem o brilho das mensagens a que se referiam:
— Essa palavra foi perdendo o significado de origem ao longo do tempo; você deve substituí-la, indicando o termo mais adequado.
Por vezes, com seu jeito de não magoar a ninguém, observava que as palavras que eu usava precisavam ser menos rebuscadas, que o texto estava muito longo, e assim por diante…
Passada essa etapa dos livros, continuávamos sempre juntos.
A cada três semanas do ano de 1977, eu o visitava e, por dois dias, o tempo era nosso, desde as primeiras horas da manhã até alta madrugada, quando me mandava dormir, pois meus olhos lhe mostravam que precisávamos dar um tempo de algumas horas em nossos assuntos.
Comovia-nos o seu carinho com minha es-posa, a atenção aos meus filhos, consolando-os das então derrotas frequentes do time de futebol que o pai lhes impôs, e a atenção à minha filha, que dividia o quarto com bonecas com que a presenteava. No seu aniversário, saudoso amigo, deixo o abraço de quem não esquece as horas e horas de convívio, e os cumprimentos da esposa e dos filhos que também o veneram.
Você sabe, caro amigo, que o GEEM/Nosso Lar está sempre a seu lado, buscando levar a irmãos nossos em sofrimento as páginas da centena de livros que você confiou à nossa responsabilidade.
Continue conosco, para que novos horizontes de trabalho possam surgir. Estaremos sempre a seu lado, todos nós, que temos a honra de fazer parte da instituição que leva o nome de Emmanuel, seu benfeitor. Com você, querido Chico, aprendi a respeitar e admirar nosso saudoso senador, Publius Lentulus, que após reencarnações de sofridas lutas, passou a usar o pseudônimo que cobre de orgulho o nosso grupo. Feliz aniversário, amigo do coração.
Dê um jeito de visitar-nos hoje, quando lançamos um livro seu e outro que você inspirou-nos a escrever.

Caio Ramacciotti, aos 2 de abril de 2023!
GEEM Grupo Espírita Emmanuel

Paz e Amor

Lembra os que passaram no mundo, antes de ti, agindo e auxiliando para que a vida se fizesse melhor.
Por outro lado, reflitamos que não restam se-não cinzas daqueles outros que instalaram ódio e vingança em si mesmos, perseguindo os próprios irmãos…
Esses transitaram nos caminhos terrestres disseminando viuvez e orfandade.
Vestiram-se muitas vezes de ouro e púrpura, assinalando, porém, a retaguarda com as marcas infelizes do luto e da opressão. Foram considerados vencedores e, no entanto, desapareceram, largando penúria e morte nos próprios passos.
Aqueles, porém, que te legaram o recanto acolhedor em que estagias no mundo, caminharam sofrendo e abençoando, desculpando e servindo.
Considera tudo aquilo que possuis de bom e belo na própria alma e reconhecerás que as ideias mais elevadas te surgem da mente à maneira de fontes inspiradoras, jorrando diretrizes, através das memórias que te deixaram, semelhantes a mosaicos de luz…
— Aqui, é a dedicação dos pais orientando-te os dias primeiros;
Ali, é a tolerância dos benfeitores que te apoiaram na escola; adiante, é o coração amigo que te deu a bênção do afeto por mensagem de segurança;
— Mais adiante, é o amor de alguém que partiu para a Vida Maior, hipotecando-te confiança e carinho;
— E, às vezes, mais além, é uma criança que te entregou o berço vazio, depois de pousar contigo por algum tempo, a doar-te, em beijos de ternura, os anseios da Vida Imperecível.
Não te aflijas pela obtenção de tarefas enormes.
Agradece a todos os que te proporcionaram os testemunhos de paz e amor, com que sonhas entretecer o futuro melhor, e não esmoreças no trabalho de elevar e construir.
O Senhor não nos roga o impossível, mas espera sejamos, ainda hoje, a frase que reconforta, o silêncio que compreende, o abraço fraterno que levanta a coragem dos tristes ou o apoio dos que vagueiam ao desamparo.
Efetivamente, são ainda muito grandes as labaredas de inquietação que varrem a Terra. Observa, no entanto, que ninguém te reclama prodígios capazes de redimir o mundo de um instante para outro.
E nem Deus nos pede espetáculos de grandeza. Onde estiveres, estende o tijolo do amor que possas oferecer ao edifício da paz e, a fim de extinguir o incêndio das aflições humanas, dá teu copo de água fria.
Emmanuel

(Astronautas do Além, F.C.Xavier/J. Herculano Pires
Espíritos Diversos — GEEM)

O DESAFIO

Por estas e outras – pelo equilíbrio e coerência entre discurso e prática – hoje defino Chico, a quem chamo de “o sábio mineiro”, como uma combinação muito bem equilibrada de monge budista e filósofo estoico. Um mestre no exercício da paciência e da disciplina, sempre atento aos próprios pensamentos, sentimentos e ações, em processo permanente de autoconhecimento e autodesenvolvimento.
E é com esta frase dele – um desafio para todos nós – que encerro este texto:
— Dou a qualquer um o direito de ser como é, mas dou a mim mesmo o dever de ser a cada dia melhor.
Se cada um de nós fizer a nossa parte (como o pássaro de ‘asas de gotas d’água), ajuda-remos – e muito – a por de pé um ‘ismo’ pelo qual vale muito a pena lutar: o humanismo, que move pessoas únicas, de corações sem limites, como Chico Xavier.
De gota em gota, a gente faz chover.

Marcel Souto Maior
30 de maio de 2022
Marcel Souto Maior é jornalista, escritor e roteirista, autor de livros como Por trás do véu de Ísis, As lições de Chico Xavier e dos best-sellers adaptados para o cinema: As vidas de Chico Xavier e Kardec, a biografia.
(Texto publicado no Correio Fraterno do ABC de São Bernardo do Campo)

Desejo ser um burrinho…

O Chico acabava de ver sair à publicidade mais um dos belos e úteis livros psicografados pelas suas mãos abençoadas.
E, além de cartas elogiosas ao seu trabalho, recebia pessoalmente em Pedro Leopoldo e em Belo Horizonte, quando lá comparecia, louvores e mais louvores de confrades e irmãos outros simpáticos ao Espiritismo.
E cada qual lhe citava um fato que mais lhe agradou, realçando o valor do livro neste e naquele aspecto.
O Chico andava atrapalhado com tantos confetes… sobre sua pessoa.
E, em casa, sossegado dos aplausos, dizia de si para consigo:
‒ Vou deixar de psicografar, pois sou um verdadeiro ladrão, roubando referências honrosas que não me pertencem.
Os abraços, os parabéns, os elogios que recebo cabem aos Espíritos de Emmanuel, André Luiz, Néio Lúcio e de outros, que são legitima-mente os autores dos livros magníficos. Preciso dar um jeito nisso…
Néio Lúcio, que lhe traduzia o pensamento, que lhe verificara os propósitos, sorrindo, lhe aparece e diz:
‒ Não há razão, Chico, para sentir-se você magoado com os elogios. Também os merece.
‒ Não, Néio Lúcio, sinto-me como um ingrato, ladrão, indigno…
‒ Bem, Chico, vou contar-lhe uma pequena história: em certo município, dois distritos se defrontavam, separados apenas por pequena distância.
Um, com a população quase toda enfermada, sem recurso de espécie alguma. O outro, cheio de vida, víveres, remédios. Apenas faltava um agente intermediário entre os dois. Ninguém queria servir de ligação, realizar o trabalho socorrista.
Foi quando, como mandado do céu, apareceu um burrinho humilde, manso, que, com pouco trabalho, tornou-se “apiado”, obediente, capaz de levar, sem ninguém, do distrito rico ao distrito pobre, os recursos de que careciam os irmãos enfermos e sofredores.
O burrinho, tendo ao lombo dois jacás, um de cada lado, foi recebendo as dádivas: um colocava alimento, outro remédio, mais outro, roupas.
Colocavam-no à trilha, e ele, automaticamente, ia para o distrito lazarento e faminto.
Em pouco, era esvaziada toda a carga e voltava, como fora, alegre, satisfeito por haver cumprido um serviço salvacionista, abençoado, para repetir, noutras vezes, quando necessário, a mesma tarefa cristã…
E, antes que Néio Lúcio concluísse, o Chico exclamou:
‒ Está bem, Néio Lúcio, então, como burrinho, aceito o serviço.
E nunca mais se importou com louvores, certo de que agora sabe qual a missão que realiza, entre a Terra e o céu, junto à Grande Causa.
Lição de humildade, de conhecimento de si mesmo. Lição para nós todos…

(Lindos Casos de Chico Xavier, Ramiro Gama – Lake)

Notícias

1) No aniversário de nascimento de Chico Xavier, o GEEM lança dois novos títulos: Brilhantes do Caminho, psicografado pelo Chico à época da segunda guerra Mun-dial, com extraordinárias mensagens de Emmanuel, e Jesus e o Sinédrio de Caio Ramacciotti. Em homenagem ao saudoso Chico que, qual Castro Alves, semeava livros a mãos cheias, o GEEM enviará gratuitamente ambos os livros aos primeiros 100 leitores que solicitarem.
Rogamos aos participantes: nome, endereço com CEP e também CPF.

2) CIMA – Movimento de Cultura Espírita da Venezuela, realiza todos os domingos, às 11h30, pelo horário oficial de Caracas (12h30, horário de Brasília), conferências ao vivo, pelo aplicativo zoom. São convidados, sucessiva-mente, expositores da América e da Europa.

3) Sucesso de filmes sobre Chico Xavier.
O número de expectadores de filmes sobre Chico Xavier evidencia o quão ele é querido por brasileiros de todas as religiões:
– Chico Xavier (2010): 3 milhões e quinhentos mil!
– Nosso Lar (2010): 4 milhões!
– As Mães de Chico Xavier (2011): 500 mil!

4) São passados 21 anos do falecimento do missionário de Jesus que nos deixou a 30 de junho de 2002. O GEEM, fundado precipuamente para divulgar sua vida e obra, além do lançamento dos dois títulos anunciados no item 1), prepara novos lançamentos: O Chico que Conheci e Nosso Filho Retorna.
O legado de Francisco Cândido Xavier faz parte de nossas atividades desde o lançamento do livro de Batuíra, Mais Luz, em 1970.

5) Notícia divulgada pela União Espírita Mineira, dirigida pelo ilustre presidente Alisson Pontes de Souza, em 27/12/22:
Embasados na Doutrina Espírita, serão apontados e discutidos em reuniões da União Espírita Mineira (UEM) os temas dos capítulos semanais. Dessa forma, os participantes se aprofundam nos estudos doutrinários, obtêm mais conhecimento a partir da diversidade de assuntos estudados, participam de uma análise mais profunda do livro, aprimoram seus conhecimentos e, assim, adquirem mais bagagem para o autoconhecimento e crescimento espiritual.
As transmissões acontecem sempre aos domingos, às 19h, pelos canais da UEM do YouTube, Facebook e Twitter.

Nossas Atividade

I – Departamento Editorial Batuíra

– Vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Edição de livros e da revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha

Reuniões Espíritas:
Centro Espírita Maria João de Deus
São Bernardo do Campo (segunda-feira às 20h e sábados às 16h)

Programa No Limiar do Amanhã
(sábados às 19 horas)
Rádio Morada do Sol – São Paulo – SP
(AM-1260 kHz)
Rádio Morada do Sol – Araraquara – SP
(AM-640kHz)
(ouça-o também em nosso site)

II – Departamento Filantrópico Nosso Lar

Atendimento a famílias e gestantes:

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Diretor: Caio Ramacciotti
Jornalista Responsável: Mário Augusto R. Vilela
Colaboração: Vivaldo da Cunha Borges – in memoriam

COMUNICAÇÃO®
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Matrícula – Lei de Imprensa/sob o nº 41.071

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