A Palavra de Emmanuel
Na Inquietação dos Tempos Modernos
Muitas vezes temos asseverado, e não é ocioso repetir, que o alto progresso material dos povos terrestres foi muito além da sua evolução espiritual. Todo o desenvolvimento da tecnologia da atualidade é apresentado como recurso de destruição.
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O rádio não encontrou a fraternidade universal para alargar as possibilidades infinitas da sua ação sobre as almas. Cada nova expressão evolutiva encontra a reação mais forte, criando barreiras e impondo condições absurdas à sua expansão para o benefício geral do espírito coletivo das nações.
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E é ainda por isso que todos os que falam da missão de Jesus, e se apegam à promessa do Mestre Divino, são criaturas inaturais, baldas de compreensão dos tempos modernos.
Os próprios espíritas, cuja elevada missão deveria se efetivar com a maior simplicidade possível, sofrem a influência desses antagonismos irreconciliáveis.
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O Espiritismo vem justamente coordenar os elementos dispersos pela desorganização da ciência social, conduzindo as suas atividades para o equilíbrio e para a ordem.
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Todavia, em razão da necessidade do fechamento das portas de suas associações e os problemas da prática, foi considerado, agora, uma organização de reuniões secretas, sofrendo os seus prosélitos a acusação de elementos de subversão e de desordem.
Nenhuma doutrina oferece dados mais exatos para a construção da harmonia possível, como a consoladora doutrina dos espíritos.
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Aí dentro, sabe cada um o absurdo das teorias igualitárias absolutas, considerada a necessidade do esforço individual para a catalogação dos valores de cada personalidade no instituto das provas.
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A própria reencarnação, na sua verdade confortadora, conhece o impossível da igualdade irrestrita no caminho das lutas, a caminho das aquisições pessoais, necessárias à “construção” de si mesmo.
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Vê-se, portanto, o absurdo do conceito de subversores da ordem, quando somente do Espiritismo pode nascer a orientação nova para a organização social que sofre as mais profundas transições nos aparelhos estatais.
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Somente as suas verdades podem encaminhar as criaturas para a reforma precisa. Entretanto, é justo que o espiritista venha a campo nas estradas das reivindicações?
Do ponto de vista mantido perante as expressões sociais e políticas do mundo, semelhante iniciativa está certa; mas, em nossa visão espiritual, consideramos que os cristãos sinceros não podem esperar uma compreensão perfeita dos tempos que correm.
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Eles têm de penetrar nestes tempos, purificando-lhes o ambiente, conhecendo que a atuação dos elementos da atualidade não pode mais penetrar neles próprios. Não é lícito que a verdade peça socorro às convenções transitórias.
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De posse dela, a criatura sabe sofrer, aprender, consolar e esperar.
Com ela guardamos uma apreciação mais justa com respeito aos dois infinitos que constituem o espaço e o tempo.
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A função do Espiritismo está adstrita à grande obra da educação e de consolação no plano da reforma de cada qual, com o Divino Modelo.
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Atravesse o orbe os períodos mais dolorosos e mais críticos.
Organizem-se os estados mais fortes. A sua missão é reformar as cousas e os indivíduos para o bem.
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Fora daí o labor pode ser muito grande e a intenção muito nobre, mas há grande percentagem de atividades mundanas em si mesma.
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A hipertrofia da liberdade é talvez o maior coeficiente de incompreensão e dissidência. Mas, o que fazer se a Doutrina é a Liberdade Suprema na busca dos Esclarecimentos Supremos e do Conhecimento Superior?
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Na sua feição liberal existe lugar para todas as opiniões e para todas as vozes, e temos de caminhar, assim mesmo, paulatinamente, para o conhecimento e observância dos exemplos d’Aquele que é a Luz de todos os tempos e de todas as almas.
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Requisitar a justiça do mundo para a garantia da Verdade Cristã? Bem reconhecemos quão precária é essa mesma justiça na Terra.
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Mirem-se os espiritistas em Jesus.
A grandeza da condenação no pretório e das humilhações no Calvário não reside tão somente na fortaleza da Divina Vítima.
Reside muito mais na Sua Humildade que, confiando no Pai Celestial, prescindiu de todo o socorro da justiça dos homens.
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Jesus, na epopeia gloriosa do sofrimento, poderia ter solicitado a colaboração dos direitos humanos; poderia evocar a Sua inocência; poderia provocar a organização de um processo, onde fosse especificada a procedência da calúnia que O levou aos julgamentos cegos de Pilatos e do Sinédrio. Entretanto, os Seus lábios estiveram mudos.
E foi nessa certeza de que a justiça não se encontra no mundo; nesse desprendimento das glórias de um reconhecimento pueril sobre o mundo que não O compreendia; na renúncia de tudo, que residiu a Luz Misteriosa que iluminou o Calvário, atravessando os séculos até os nossos dias.
Emmanuel (22/12/1937)
(Essa mensagem foi recebida pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial)
Do livro Brilhantes no Caminho
Francisco Cândido Xavier, Autores Diversos – Edição GEEM
Paulo de Tarso – de Cesareia a Roma
Pórcio Festo — governador romano da Palestina, à época de Paulo de Tarso — era íntegro, ao contrário de Pôncio Pilatos, o algoz de Jesus no ano 33. Essa região, desde 63 a.C., achava-se sob o domínio de Roma.
Corria o ano 60 de nossa era, e Festo se deparava com a inusitada situação do apóstolo Paulo, judeu de origem, mas com cidadania romana por herança paterna.
Detido pelos sacerdotes judeus, foi mantido no cárcere do Sinédrio até a intervenção de Cláudio Lísias, como veremos mais adiante. Seu crime foi ter aderido à mensagem de Jesus e pregá-la pelos quatro cantos…
Paulo de Tarso atravessava momentos difíceis.
Sua adesão plena aos nobres princípios cristãos, desde o inesquecível encontro com Jesus no Caminho de Damasco — justamente ele que outrora tanto perseguira os cristãos — fez com que se acentuasse o ódio do Sinédrio aos judeus convertidos.
Por isso, seu retorno a Jerusalém foi turbulento. Prenderam-no, ao concluir sua terceira viagem, após visitar Corinto na Grécia e Éfeso na Ásia Menor, onde reencontrou Maria e João. Os sacerdotes implacáveis queriam dar a Paulo o mesmo destino de Jesus, ou seja, a morte na cruz.
Devemos louvar a atuação de Tiago Menor, em seu favor, buscando ajuda do tribuno romano Cláudio Lísias, que, defensor dos cidadãos romanos, retirou Paulo da prisão do Sinédrio, abrigando-o na Fortaleza Antônia, edificada em Jerusalém, onde Pilatos se hospedava, quando vinha de Cesareia, como ocorreu no julgamento de Jesus.
Posteriormente, Lísias conduziu-o a Cesareia, cidade situada mais ao norte da Palestina, para ser julgado por Festo, governador que, de imediato, simpatizou-se por Paulo. Mas, o apóstolo solicitou-lhe que fosse ouvido pelo imperador, direito dos cidadãos romanos. Festo, antes de encaminhá-lo a Roma, pediu a Herodes Agripa II, rei daquela tetrarquia, que o ouvisse. Agripa respondeu a Festo: — Nada encontrei que possa incriminá-lo. Não houvesse ele solicitado ser julgado por Roma, eu o teria libertado.
Surpreso com a firme defesa de Jesus feita por Paulo, o rei lhe disse em certo momento da entrevista: — ainda vais convencer-me de que devo tornar-me cristão…
Paulo seguiu seu fatal destino em direção a Roma… A embarcação deixou Cesareia sob o comando do centurião Julio, e acompanharam o apóstolo os discípulos Lucas, Timóteo e Aristarco, este cristão-novo de Tessalônica, cidade do norte da Grécia.
Partiram no equinócio de outono, em torno de 20 de março de 60, e não imaginava o centurião que a viagem seria tão complicada. Devido à turbulência que enfrentaram, permaneceram retidos por longo tempo nas proximidades de Cesareia, em um porto do sul da Ásia Menor, atual Turquia, e, ao chegarem mais perto de Roma, por três meses restaram confinados na Ilha de Malta (de novembro de 60 a fevereiro de 61), após o naufrágio do navio que conduzia o apóstolo.
A comitiva aportou em Roma no mês de março de 61, durante o 7º ano do império de Nero. Na capital imperial, Paulo pregou sem cessar nas catacumbas, mas encontrou a morte três anos depois, em 64. Após o incêndio da cidade, provocado por Nero, os cristãos foram considerados culpados, e a cabeça do apóstolo rolou pelo chão da cidade em que pregou, sem cessar, a palavra de seu Mestre.
Houve, muito próximo de nós, alguém que reviveu, em sua longa caminhada terrena, os exemplos de Paulo de Tarso.
Na pequena Pedro Leopoldo do início do século passado, a 2 de abril de 1910 nasceu Francisco Cândido Xavier. Inspirado por Emmanuel, nosso saudoso Chico, por 92 anos, amou o próximo, fiel às palavras de Nosso Senhor: — Amai-vos uns aos outros como eu vos amei! Continue conosco, Chico!
Caio Ramacciotti
Mapa da viagem de Paulo a Roma
Pensamentos de Emmanuel
Nos dias nublados de mudança e desencanto, recorda que o auxílio da Vida Superior está chegando às tuas áreas de atividade e expectativa. Não respondas ao Céu com o barulho da aflição.
Todas as horas são instrumentos que favorecem a execução das tarefas que fomos induzidos ou claramente requisitados a realizar no campo do bem.
Aprendamos a cultuar a misericórdia do silêncio perante os erros do vizinho, ou da ação benfeitora, ajudando àqueles que nos desajudam, amparando os que nos descompreendem e estendendo mãos amigas aos perturbados, aos tristes e aos indiferentes.
Dia a dia com Chico e Emmanuel
Edição GEEM
Ama sempre. E quando estiveres a ponto de descrer do amor, lembra-te do Cristo
Emmanuel/Chico Xavier – Bênção de Paz
Notícias
1) Caro leitor: o programa “No Limiar do Amanhã”, desde 1971 no ar, foi até hoje transmitido ininterruptamente pela Rádio Morada do Sol de São Paulo (AM e FM). Contudo passará a ser apresentado apenas pela RADIO A+ FM 94,9 de Araraquara (SP). Também poderá ser ouvido ao vivo pelo aplicativo ou no site da rádio: www.amaismorada.com.br e, na semana subsequente , diretamente em nosso site:
www.geem.org.br, ícone Programa No Limiar do Amanhã.
2) Bezerra de Menezes, síntese biográfica e mensagens psicografadas por Chico Xavier.
(Postada em 1º de setembro de 2023 pelo Grupo de Estudos Chico Xavier)
No dia do natalício de Bezerra de Menezes, na noite de 29 de agosto, houve apresentação sobre fatos de sua vida por Célia Maria Rey de Carvalho e a leitura de mensagens desse Espírito psicografadas por Chico Xavier, comentadas por Antonio Cesar Perri de Carvalho, em reunião de estudo virtual oferecido pelo Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo de São Paulo.
Houve destaque para o conteúdo do livro:
“Bezerra, Chico e Você” (Ed. GEEM).
Em seguida, houve diálogo sobre o tema, sendo a reunião virtual dirigida por Pedro Nakano. Trata-se do curso “Literatura psicográfica de Chico Xavier”, oferecido para inscritos, com coordenação de Cesar Perri.
3) De modo sucinto, o GEEM coloca a seguir importante resumo biográfico sobre Kardec, de autoria de Antonio Cesar Perri de Carvalho:
O movimento espírita tradicionalmente evoca o Codificador Allan Kardec na passagem da data de seu nascimento, 3 de outubro de 1804, ocorrido em Lyon.
Atualmente, sabe-se que Hippolyte Léon Denizard Rivail apenas nasceu na histórica cidade francesa e nunca lá residiu.
Foi criado com a família de sua genitora em Bourg en Bresse e Saint Denis les Bourg, duas cidades do Departamento de Ain, próximas a Lyon.
Rivail estudou em Yverdon com Pestalozzi e depois atuou como professor em Paris; casou-se com Amélie Boudet, destacada professora e companheira nas lides espíritas.
Ambos criaram e educaram uma menina chamada Jeanne Louise, provavelmente adotiva, e que desencarnou bem jovem.
Após viver a experiência de professor, tradutor, interessado em temas emergentes na época, como o magnetismo, entrou em contato com os fenômenos das chamadas “mesas girantes”. Em seguida, o ilustre professor veio a executar seu papel como Codificador do Espiritismo.
A partir da publicação de O Livro dos Espíritos, rapidamente se sucedem outras obras.
Do conjunto se destacam aquelas que são consideradas as obras básicas do Espiritismo:
O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
Simultaneamente, o lúcido Kardec dá início à Revista Espírita, funda a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e empreende viagens para intercâmbio com grupos espíritas nascentes pelo interior da França e da Bélgica.
Kardec realmente foi o começo!
Antonio Cesar Perri de Carvalho
https://www.allankardec.online/
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São Bernardo do Campo (segunda-feira às 20h e sábados às 16h)
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(sábados às 19 horas)
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Rádio A + Morada – Araraquara – FM 94.9 Mhz
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