Revista Comunicação #250 – Abril / Junho 2024

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Voltarás Amanhã Tiago Maior – Edição 250

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A Palavra de Emmanuel

(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade — conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos)

Voltarás Amanhã

Não repouses na gleba de possibilidades que o Divino Amor te confiou ao coração na Terra.
Voltarás amanhã para colher o que hoje semeias.
Ninguém te pede milagres de santidade num dia.
*
A árvore vigorosa não cresceu de improviso.
A cidade em que renasceste não se levantou de repente.
Tudo se desenvolve minuto a minuto…
*
A vida impõe-te “agora” as consequências do “antes”.
Somos hoje no espaço e no tempo a projeção do que fomos…
*
Se a dor é a tua mestra constante, agradece-lhe o serviço e aprende a lição. Ela é o recurso invisível com que a Bondade do Senhor te arrebata ao labirinto das sombras de ti mesmo.
Se recebeste alguma facilidade para atravessar, com êxito, a escura região terrestre, não te confies à preguiça ou à vaidade, para que o sofrimento não seja convidado a desintegrar a gelada neblina em que te sepultarás sem perceber.
Não te esqueças:
A oportunidade passa, mas a luta adiada volta sempre.
Amanhã reencontrar-te-ás contigo mesmo na paisagem que o mundo te oferece, nos ideais que esposas, nos trabalhos confiados à tua mão ou na pessoa do próximo que honras ou menosprezas…
*
Cumpramos, agora, os nossos iluminados deveres à face da Lei. Convertamos nossa experiência pessoal em serviço a todos, transformando as horas que Deus nos empresta em bênçãos de utilidade, beleza, graça e harmonia, e o futuro constituir-se-á para nossa alma em abençoado e celeste caminho de ascensão.
*
Não critiques destruindo.
Não julgues o mal por mal.
Não firas a ninguém.
Não revides os golpes da sombra, para que te não demores nas malhas da treva.
Não retribuas ofensa por ofensa, amargura por amargura, incompreensão por incompreensão.
Ama, auxilia e passa, e, quando regressares à Terra, amanhã, o mundo receberá teus pés em chuva de bênçãos.

Instrumentos do Tempo
(F.C.Xavier/Emmanuel. Edição GEEM)

Um Berço, um Barco, uma Cruz

 

Auta de Souza, que precocemente faleceu, está presente em Chico Xavier Pede Licença, livro composto de páginas recebidas pelo saudoso médium de Pedro Leopoldo, enriquecido com comentários de Herculano Pires.
O menor de seus capítulos é uma trova da poetisa com apenas quatro linhas, escritas em ouro de 24 quilates, 100% puro, que resplende aos nossos olhos pela rara beleza. Traduz toda a trajetória de Jesus entre nós!

Amor! Rememora a Luz
Que do Cristo se descerra…
Um berço, um barco, uma cruz
E o Bem redimindo a Terra…

Esses versos mereceram do saudoso Prof. Herculano Pires quatro páginas de denso texto, das quais apenas a parte específica sobre os versos colocamos a seguir.

A palavra amor soa como um estampido no começo da trova, deflagrando os dois primeiros versos na síntese da iluminação cristã do mundo. No terceiro verso, passada a explosão que veio do Céu, temos o aparecimento de um berço na Terra, simplesmente um berço – síntese da encarnação.
A seguir, um barco balança sobre as águas e simboliza toda a pregação do Evangelho. Depois, em apenas duas palavras — “uma cruz”— temos o fim trágico e ao mesmo tempo glorioso do ministério divino.
E no quarto verso a expressão do Cristianismo, já não mais histórico, mas transcendente na sua imanência, simbolizado no Bem platônico – a ideia suprema que se encarna na redenção.

Síntese perfeita de Herculano!
A trova nos leva a Nosso Senhor Jesus Cristo e nos fala de toda a sua trajetória de luz desde o nascimento em Belém, com Maria acomodada em rude leito, e de seus primeiros dias de vida, com a fuga da cruel perseguição de Herodes I, quando os pais se refugiam no Egito.
Com o nascimento em Belém, bem ao sul da velha Palestina, a Terra foi contemplada com a presença do enviado por Deus, que iluminou o mundo.
Auta de Souza faz-nos recordar do barco que consubstanciou toda a divina pregação, fosse no Mar da Galileia ou nos outros recantos da Terra Prometida a Moisés.
Remete-nos também à longa meditação do Senhor no jardim do Gethsêmani, hoje pontilhado de rosas, sendo preso, levado a infausto julgamento e condenado à ‘cruz’.
Vilipendiado e crucificado, sofreu bárbaras agressões e renasceu do túmulo de Arimateia por 40 dias, pregando sem cessar o amor e a caridade.
De sua presença entre nós surgiu o “Bem” redimindo a Terra…
A definição que Chico Xavier e Emmanuel Dele fizeram situa Jesus na condição de Maior Autoridade Espiritual em nosso planeta.
Depois que voltou aos Céus, sua mensagem permanece viva, visitando-nos a cada dia com candentes manifestações:

— O nascer do Sol que ilumina a Terra e nos permite viver.

— A presença em nossas vidas de entes queridos que são a razão de nossos dias.

— Os raios solares caindo sobre a Terra quais bênçãos inapagáveis, o canto reticente do bem-te-vi e o voo das rolinhas e sabiás de peito alaranjado, adereçam as manhãs encantadoras que nos convidam ao trabalho.

Essas dádivas nos levam a Jesus e aos apóstolos mais próximos: Pedro, André, Tiago e João, que pregaram, até o fim de seus dias, os ensinos do Mestre.
E também a Paulo de Tarso, o ‘apóstolo dos gentios’. Suas incessantes pregações aconteceram vinte anos após a Crucificação, consubstanciadas em suas quatro históricas viagens.
Façamos, no que tange à propagação das palavras do Mestre, justiça a Tiago Maior, um dos três discípulos mais próximos de Jesus e precursor das viagens além da Palestina.
Logo após a crucificação, em seguida ao Pentecostes, Tiago foi pregar na Espanha, com ênfase para a região de Santiago de Compostela, pregando especialmente na Galiza e norte de Portugal. Deixou marcas profundas no sentimento castelhano, sendo um santo muito cultuado pelos espanhóis.
Retornou à Palestina, quem sabe revisitando sua terra natal, Betsaida, e a cidade que o adotou, Cafarnaum, onde pescou junto ao irmão João. Essas vilas compunham o desenho formado pelas pequenas comunas que envolviam a face oeste do mar da Galileia.
Em 44, onze anos após a crucificação, a espada de Herodes Agripa o levou ao Plano Espiritual, repousando, assim, da longa jornada que desenvolveu em louvor ao querido Mestre.
Jesus o recebeu com afetuoso abraço.
Dos doze apóstolos, Pedro e os irmãos Tiago Maior e João, filhos de Zebedeu e Salomé, foram os primeiros a pregar a palavra do Mestre, mostrando a todos que os ouviam o “Bem redimindo a Terra”, na feliz criação da poetisa potiguar.
Auta de Souza pouco tempo viveu, tendo sua saúde abalada pela tuberculose no início do século passado. Menos de dez anos após seu retorno à Mansão dos Bem Aventurados, Jesus nos enviou, no dia 2 de abril de 1910, outro discípulo que cumpriu integralmente as rudes tarefas que o Mestre lhe delineara, sob a inspiração de Isabel de Aragão e de Emmanuel:
— Francisco Cândido Xavier.

Simão, o cireneu

Por ser elucidativo, oportuno é consultar o evangelho de Marcos (15:16-24) sobre os últimos momentos de Jesus, carregando a cruz monte acima até o Gólgota.
Assim, poderemos avaliar o martírio do Mestre, apenas atenuado por um homem simples que veio de longe, de Cirene, uma das cinco cidades romanas edificadas no norte da África, na região hoje ocupada pela Líbia. Dessa antiga cidade restam somente as ruínas.
Lá viviam muitos judeus que na páscoa visitavam Jerusalém. Seria o caso de Simão, o cireneu, cujos filhos, Alexandre e Rufo, se tornaram cristãos.
Marcos escreve que Simão estava vindo do campo, o que pode sugerir que o cireneu já trabalhava nos arredores de Jerusalém. De qualquer forma era um cidadão de Cirene e possivelmente de ascendência judaica.
Segundo o evangelho de Marcos, ele teria sido obrigado pelos soldados romanos a carregar a cruz e pediu desculpas ao Mestre por ter-se, de início, recusado a carregá-la, posto que tinha uma filha cega e muda de quem precisava cuidar.
Compreensivo, Jesus, após Simão carregar a cruz até o Gólgota, aconselhou-o a voltar em paz ao seu lar, o que fez apressadamente, e, surpreso, encontrou a filha curada.
O belíssimo poema de Maria Dolores, que consta do livro A Vida Conta (CEU), recebido pelo Chico, relata em versos a saga de Simão, o cireneu.
E como foi a vida do cireneu após conhecer Jesus? Recordemos que naquela tarde sombria de 3 de abril do ano 33 apenas um dos apóstolos estava presente: João, ao lado de Maria.
Os outros dez permaneciam escondidos, temerosos da perseguição do Sinédrio. Judas convivia com o remorso, o caçador de feras, feliz expressão de Guerra Junqueiro, remorso que o levaria ao suicídio no campo Aceldama.
Contudo, a providência Divina fez com que surgisse um homem simples, apegado aos afazeres do lar e aos cuidados da filha enferma, para aliviar o sofrimento do Mestre.
Pouco se sabe sobre sua vida. Marcos cita como seus filhos Rufo e Alexandre se tornaram cristãos.
A tradição, palavra que engloba fatos reais e lendas, diz que após ajudar Jesus a carregar a cruz, Simão volta para Cirene e relata à família o acontecido.
Outros estudiosos dos evangelhos compreendem que Simão teria ido ao Egito acompanhando o apóstolo Filipe, seguindo depois para a Bretanha, Espanha e Ásia Menor. Após passar pela Síria, alcançou a Mesopotâmia, onde juntou-se a outros apóstolos que por ali evangelizavam.
Não são relatos confirmados, mas a realidade é que Simão permitiu a Jesus que sua trajetória até a Crucificação fosse mais leve, sem o peso da cruz que, por ironia do destino, pesou para sempre na consciência daqueles que o condenaram.
Pôncio Pilatos, um deles, suicidou-se.

 

Depoimento de Chico Xavier sobre as consequências do suicídio

— O poema “Romance na Vida” foi recebido em nossa reunião pública. O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu o item 8 do seu capítulo XIV e O Livro dos Espíritos a questão 372 para estudo.
Feitos os comentários por companheiros presentes, quem se comunicou foi o poeta Alphonsus de Guimaraens, doando-nos a peça poética ‘Romance na Vida’. Com surpresa, porém, na manhã seguinte à reunião, ao sair de casa, fomos procurados por uma senhora que nos trouxe o filhinho excepcional para conhecermos.
Essa senhora, em quase penúria, disse-nos haver estado presente à reunião pública da véspera; só não trouxera o pequeno enfermo por ter chegado já muito tarde, procedente de Ouro Preto.
Deixara o doentinho em descanso numa pensão. Conquanto muito sofredora, prestara atenção à mensagem e viera pedir uma cópia. Comovi-me muito e fiquei meditando no assunto…

Caro leitor: O poema do consagrado poeta mineiro descreve situação afetiva complexa, retratando o que ocorrera em existência anterior, envolvendo a mãe que visitava o Chico e seu filho enfermo, com acentuada deficiência física e mental.
O suicídio esteve presente nessa história real, descrita no livro Na Era do Espírito.
Sugerimos a leitura dessas páginas de dor que o livro nos traz. É o triste relato de fato que levou um camponês desesperado ao suicídio.
No capítulo 24 do livro mencionado, Chico ainda nos remete à leitura do item 8 do capítulo 14 de O Evangelho Segundo o Espiritismo e ao item 372 de O Livro dos Espíritos, que fala das conse-quências do suicídio.
A edição 243 da revista Comunicação nos traz o triste depoimento de dois jovens suicidas: uma criança de 13 anos e um jovem adolescente que mal chegara aos 18 anos.

 

Notícias

1) E-mail que recebemos de Sérgio Tadeu Dinis, alma abnegada que realiza substancial trabalho entre os detentos de nossos presídios:
“Acabei de ler o livro O CHICO QUE CONHECI, editado pelo GEEM, e levei alguns exemplares para nossas reeducandas. Estava no ônibus indo para a penitenciária e observei uma jovem senhora, acompanhada do filhinho pequeno e muito nervosa com o companheiro. Ao me levantar deixei cair o livro que compulsava.
Quando viu a figura do nosso Chico, ela perguntou o nome do livro e disse que gostava muito de suas obras. Então ofereci-lhe o exemplar e senti que ela ficou muito feliz com a oportuna oferenda que lhe mostrou novos caminhos.”

2) Campanha Apadrinhe um Jovem.
A Campanha Estadual “Apadrinhe um jovem”, elaborada pela Área de Infância e Juventude da União Espírita Mineira e do Conselho Federativo Espírita de Minas Gerais, tem por objetivo orientar os jovens ante a realidade da vida, analisada à luz do Espiritismo.

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Rádio A + Morada – Araraquara – FM 94.9 Mhz
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II – Departamento Filantrópico Nosso Lar

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