A Palavra de Emmanuel
(O pensamento do mentor espiritual de Chico Xavier a respeito de temas da atualidade: conselhos e ponderações sobre as atribulações de nossos tempos)
Desvinculação
Para muitos companheiros na Terra, a desvinculação no campo afetivo é prova difícil. Desligamento do grupo familiar, distância da convivência. Hora da diferenciação de alguém perante outro alguém.
*
Se te vês num momento assim, na posição de quem pode libertar associados de
ideal e de afinidade, não hesites no bem por fazer. Aqueles que anseiam por independência e mudança, depois de te compartilharem a vida, são pedintes de tranquilidade e renovação. Não precisam tanto de teu ouro e assistência, nome e prestígio.
Rogam-te, acima de tudo, escoras de tolerância e bondade, a fim de que te possam deixar sem que o espinheiro da mágoa te nasça no coração.
*
Medita naqueles que, um dia, igualmente largaste, para tomar embarcações outras, diferentes do navio em que se te localizava a área doméstica, de modo a te fazeres ao mar profundo e vasto da experiência terrestre.
Familiares que te amavam a presença e amigos que te disputavam a companhia se viram, de instante para outro, apartados de ti por efeito de tuas próprias deliberações.
Assim nos expressamos, porque frequentemente a harmonia na desvinculação depende daqueles que já amadureceram na vida física, aos quais se pede amparo e segurança, auxílio e aprovação.
Se alguém ao teu lado te solicita o cancelamento de compromissos e deveres
assumidos para contigo, concede a paz a quem necessita de paz, a fim de atender a impositivos da vida em outros setores de evolução.
*
Realmente desejas que os descendentes se garantam para a felicidade, não queres que os filhos bem amados atravessem tribulações e enganos, que te amarguraram a infância ou a juventude; habituas-te a desaprovar as resoluções de amigos que se afastam para caminhos que já sabes estarem encharcados de lágrimas, nem concordas que os entes queridos venham a transitar por estradas que já trilhaste entre pedras e aflições.
Entretanto, por mais nos doa ao coração, muitos daqueles que mais amamos chegaram à Terra exatamente para isso.
Diante dos companheiros que se te distanciam da convivência ou que te dizem adeus para te reencontrarem mais tarde, em outros e novos níveis de espaço e tempo, não lastimes nem condenes. Bendize e auxilia sempre.
Os que partem ou se te separam da estrada, no dia a dia, esperam de ti, sobretudo, o patrocínio do amor e o refúgio da bênção.
Emmanuel
Chico Xavier Pede Licença
Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos
Edição GEEM
Tomé e os Apóstolos ante a Crucificação
Qual os outros apóstolos, à exceção de Judas, natural de Queriote, cidade ao sul da Judeia, Tomé era galileu, habitante da região em que se situa o mar da Galileia, formado pelas águas do Rio Jordão.
Foi um apóstolo de certa forma diferente, com pontos de vista ousados, e sua
posição, por vezes, divergia do que pensava a maioria dos apóstolos.
Como exemplo, recordamos o ocorrido quando o Mestre, mesmo ciente de que o Sinédrio o procurava, decidiu rumar de Betânia a Jerusalém. O Evangelho de João é mais complacente com Tomé, conquanto os sinóticos pouca atenção lhe dão.
O roteiro traçado por Nosso Senhor era descer de Betânia até Jerusalém, mas a unanimidade dos apóstolos, à exceção de Tomé, sugeriu ao Mestre que fossem para a Galileia, devido ao ambiente hostil da capital dos
judeus.
Tomé ponderou que todos deveriam acompanhar o Mestre até a cidade sagrada, afirmando:
— Vamos a Jerusalém para morrer com nosso Mestre! (João 11:16)
Podemos observar seu comportamento em três momentos importantes da permanência de Jesus entre nós.
Em primeiro lugar, recordemos que havia um consenso dos apóstolos de não
estarem presentes ao julgamento de Jesus pelo Sinédrio e por Pôncio Pilatos, governador romano da região. João e Tomé tiveram comportamento diferente.
João acompanhou o Mestre, sem dele se afastar, desde a prisão no Gethsêmani até a Crucificação. Foram horas intermináveis em que o enviado de Deus padeceu as dores físicas e a grande dor espiritual, decorrente do
fato de ser incompreendido em sua mensagem divina.
Naquela tarde de 3 de abril do ano 33 de nossa era, marcada para todo o sempre qual o dia da maior infâmia cometida no universo terreno, João lá estava, ao lado de Maria. E Tomé também estava presente, junto à pequena multidão.
Em outras duas oportunidades, teve ele posicionamento diverso com relação aos colegas de apostolado. Uma delas, a mais conhecida, ocorreu quando Jesus surgiu ressuscitado ao grupo, não estando presente Tomé naquela tarde de domingo.
Quando Tomé retornou à morada dos apóstolos em Jerusalém, abençoada pela presença de Maria, de Madalena e de Joana de Cusa, entre outras nobres senhoras, surpreendeu os colegas por não acreditar no que lhe falaram: — Jesus nos visitou esta tarde.
Vivia-se o terceiro dia após a Crucificação! Descrendo do que ouvira, Tomé respondeu:
— Acredito somente vendo, colocando minhas mãos em suas chagas.
A resposta não demorou!
Uma semana depois, Jesus revê os discípulos e diz a Tomé:
— Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a em minha ferida. Pare de duvidar e creia.
Tomé ajoelhou-se e respondeu:
— Senhor meu e Deus meu!
Então Jesus lhe disse:
— Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram. (Jo 20.24-29)
A terceira surpreendente manifestação do apóstolo ocorreu na semana que antecedeu o martírio de Jesus, quando todos estavam em Betânia, na casa de Lázaro.
Corriam as notícias de que os sacerdotes do Sinédrio desejavam prender e sacrificar o Mestre, apenas aguardando a ocasião oportuna, pois temiam uma revolta popular se prendessem Jesus ante a multidão que o
acompanhava.
O tempo passa…
Os apóstolos constituíram uma sociedade em Jerusalém, consentânea com as
lições do Senhor. Venderam seus bens e destinaram o valor recebido em benefício do grupo de fiéis que crescia.
Os 7 diáconos, ligados aos apóstolos, administravam a comunidade e cuidavam das atividades sociais, socorrendo os mais pobres.
Foi assim possível aos apóstolos dedicarem-se à divulgação da palavra do Mestre sem a preocupação com a rotina diária do
grupo, que ficou a cargo dos diáconos. Entre eles se destacava Estêvão pela sua conduta plenamente calcada nos ensinos do Mestre.
Justiça seja feita aos diáconos, que, além de suas difíceis atividades de prover o imenso rebanho que se formara em Jerusalém, pregavam a palavra de Jesus.
Estêvão e Filipe, homônimo do apóstolo galileu, pregaram incessantemente.
Estêvão foi morto a pedradas, à época em que Saulo de Tarso combatia os judeus convertidos. Filipe visitou toda a Palestina de norte a sul, desde as nascentes do Jordão às vizinhanças do mar Morto. Ficou conhecida a
cura que proporcionou ao eunuco, que encontrou em sua peregrinação.
Dos apóstolos remanescentes após a traição de Judas, o primeiro a ser imolado em nome do Senhor foi Tiago Maior, o bandeirante da pregação, que deixou de modo indelével sua impronta na Espanha e norte de Portugal. Ao regressar à sua querida Galileia, pereceu pela brutal violência de Herodes
Agripa I.
Pedro e João pregaram na Samaria, especialmente na capital Sebasta. Os outros o fizeram percorrendo o mundo então conhecido.
Pedro encontrou a morte em Roma, qual ocorreu com Paulo de Tarso, durante a terrível perseguição de Nero aos cristãos.
João, já idoso, faleceu em Éfeso, na Ásia Menor, ao final do século primeiro ou
no início do segundo.
Tomé foi pregar na distante Índia, no extremo leste da Terra, onde o Sol nasce para iluminar o planeta. Após passagem pela Síria, no sudoeste da Ásia Menor, converteu numerosos indianos que se extasiavam com suas referências a Jesus.
Lá encontrou a morte, vitimado por flechas envenenadas.
Romance na Vida Alphonsus de Guimaraens
No campo, em que o luar engrinalda a escumilha,
O par freme de amor, a noite dorme e brilha.
Ele, o poeta aldeão, era humilde pastor;
Ela, a fidalga, expunha a mocidade em flor.
Ao longe da mansão, quantos beijos ao vento!…
Quantas juras de afeto à luz do firmamento!
Em certa noite, a eleita envia antigo pagem
Que entrega ao moço ansioso imprevista mensagem.
“Perdoe — a carta diz — se não lhe fui sincera.
Desposarei agora o homem que me espera.
Nunca deslustrarei o nome de meus pais.
Nosso amor foi um sonho… um Sonho. Nada mais.”
Chora o moço infeliz, sem ninguém que o conforte,
Surdo à razão, anseia arrojar-se na morte.
Corre à choça de taipa. A gesto subitâneo,
Arma-se em desespero e arrasa o próprio crânio.
Foi-se o tempo… E, no Além, o menestrel suicida
Era um louco implorando um novo corpo à vida.
Um dia, a castelã, no refúgio dourado,
Morre amargando, aflita, as lições do passado.
Pendem alvos jasmins do féretro suspenso,
Filhos clamam a Deus em volutas de incenso.
Largando-se, por fim, dos enfeites de prata,
Sente-se agora a dama envilecida e ingrata.
Lembra o campo de outrora e o pobre moço aldeão,
Pede para revê-lo e rogar-lhe perdão.
Encontra-o, finalmente, em vasta enfermaria,
Demente, cego e mudo em angústia sombria.
Ela suporta em pranto a culpa que a reprova,
Quer voltar para a Terra e dar-lhe vida nova.
A eterna Lei de Amor no amor se lhe revela,
Retorna ao corpo denso em aldeia singela.
Hoje, mãe a sofrer, fina-se, pouco a pouco,
Carregando no colo um filho mudo e louco…
E, enquanto o enfermo espraia o olhar triste e
sem brilho,
Ela vive a rogar: “Não me deixes, meu filho!…”
O romance prosseque e os momentos se vão…
Bendita seja a dor que talha a perfeição.
(Na Era do Espírito. Edição GEEM.)
Comentários
A riqueza dos versos do poeta de Ouro Preto, Minas Gerais, nos traz precioso ensinamento.
A dama de outrora, que repudiara o aldeão com quem vivera profundo amor, volta como mãe extremosa tempos depois, para cuidar da alma
querida que abandonara.
Desesperado, o homem simples do campo de tempos passados, destroçou o próprio corpo.
Agora, retorna a Minas Gerais sob o abrigo afetivo da mulher que tanto amara, ostentando severas lesões no corpo espiritual e na roupagem física.
O tempo é implacável.
Passa e vai sepultando as vivências, que persistem em permanecer arquivadas nos refolhos de nossa alma. Onde estariam hoje os atores do triste e real drama, que receberam, quando visitaram o Chico, em Uberaba, o belo poema de Alphonsus de Guimaraens? Não sabemos!
Sabemos, sim, que o outrora par de enamorados renasceu em Ouro Preto, para mais uma etapa em que a redenção espiritual da companheira possibilitou o reencontro do par afetivo na condição de mãe dedicada e de filho severamente enfermo, homiziado em corpo doente.
Decorrem mais de meio século. Encontram-se ainda encarnados? A rude prova já foi superada? Jesus os abençoe!
Os dois últimos versos do poema definem com clareza cristalina a situação dessas criaturas, que o destino reuniu na difícil prova de sua
reencarnação em Ouro Preto:
O romance prossegue e os momentos se vão…
Bendita seja a dor que talha a perfeição.
Mister se faz destacar que a mediunidade de Chico Xavier nos evidencia nestas páginas, enriquecidas com o belo texto do poeta mineiro, a realidade da reencarnação, com o ciclo plano físico-plano espiritual, que nos conduz ao aprimoramento d’alma.
Na Era do Espírito, Francisco Cândido Xavier,
Herculano Pires – Edição GEEM
Espera Trabalhando
Quem fala de paciência, decerto que se refere à esperança e, por isso, paciência significa saber esperar.
Neste sentido, é justo rememorar a lição evangélica:
― Primeiro, a semente lançada ao solo;
depois, a flor no verde da ramaria; em seguida, a formação da espiga; e, logo após, desponta o grão na espiga, assegurando o êxito
da colheita.
Se provações te assinalam a existência, conserva a própria serenidade e não te retires das tarefas que a vida te confiou.
Espera trabalhando.
Dentro da Natureza, a lei de sequência se evidencia em toda parte.
O fio de água dessa ou daquela nascente, incorporando-se a outros fios de água, cria a fonte que procura o rio, e o rio, numa expressiva demonstração de paciência, desce de nível para desaguar no mar.
Nas horas de crise que, porventura, te apareçam, aguarda com calma e compreensão a passagem do tempo, sustentando a paciência contigo, porque a paciência te alimentará a esperança, e a esperança se te fará luz na vida
interior, destinada a te fortalecer e a te guiar.
Espera Servindo
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
GEEM
Notícias
1) O GEEM lançará no início de 2025 o livro Cartas de Chico Xavier, com 32 cartas de nosso saudoso Amigo, enviadas de 1983 a 1989. De cada palavra ressumam, quais gotas de orvalho, a generosidade, a simplicidade e a clara evidência de sua estatura espiritual.
2) Programamos para o ano que se inicia outros novos lançamentos de livros de Francisco Cândido Xavier. São obras inéditas, que estarão ao dispor dos
leitores que no-las solicitarem. Serão divulgadas a partir da edição da revista a ser lançada em abril de 2025, em comemoração ao natalício do saudoso Chico.
3) Em 4 de janeiro passado comemoramos o aniversário de nascimento de nossa querida Benfeitora:
Isabel de Aragão, a Rainha Santa de Portugal, que nasceu em Barcelona, na Espanha, em 1271, e faleceu em Estremoz, Portugal, em 1336.
4) No dia 5 de outubro passado, a União Espírita Mineira iniciou o estudo do livro “Há dois mil anos”, psicografia de Chico Xavier. A obra relata a época em que Jesus Cristo pregava o Evangelho e tem como personagem principal o senador romano Publius Lentulus, que sob o pseudônimo de Emmanuel, acompanhou Chico Xavier no século passado.
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I – Departamento Editorial Batuíra
– Vida e obra de Francisco Cândido Xavier
– Edição de livros e da revista Comunicação®
– Centro de Estudos Chico Xavier
– Divulgação Braille Casimiro Cunha
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São Bernardo do Campo (segunda-feira às 20h e sábados às 16h)
Programa No Limiar do Amanhã
(sábados às 19 horas)
Rádio Morada do Sol (Rádio Mulher) – São Paulo – 84,3 Mhz (nova frequência)
Rádio A + Morada – Araraquara – FM 94.9 Mhz
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II – Departamento Filantrópico Nosso Lar
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